Despolitizem-me o corpo
Queria que gostar dos nossos próprios corpos, e existir num tipo de corpo específico, deixasse de ser um ato político radical, e passasse a ser visto como algo natural e desapaixonado.
Queria que gostar dos nossos próprios corpos, e existir num tipo de corpo específico, deixasse de ser um ato político radical, e passasse a ser visto como algo natural e desapaixonado.
A pergunta pode resumir os dois anos de Programa da ONG Teach For Portugal para as três educadoras que fizeram parte da primeira geração de mentores que trabalham nas escolas de meios mais vulneráveis durante 2 anos.
Podemos começar com o nosso coração. Trabalhando a nossa humildade, crescendo na consciência de que não somos proprietários dos recursos naturais e reconhecendo as limitações dos ecossistemas.
Será que os alunos sabem que são mais do que todos os valores que tiveram de introduzir na candidatura à Universidade? Será que sabem que o resultado que sai em setembro não define o seu valor e aquilo que são? Infelizmente, acho que não
Tanto ódio, étnica e politicamente motivado, é razão suficiente para jamais esquecermos que este dia existiu.
Tenhamos a vontade e a confiança para sairmos das nossas casas, do conforto que a rotina traz, da segurança que uma lista de tarefas leva ao dia a dia, e abramo-nos à contemplação, à novidade e ao espanto, mesmo nas pequenas coisas.
Trata-se de um suporte que decorre direta e linearmente, não de princípios humanistas reconhecidos no campo da Educação, mas da crescente exigência externa para que a escola dê resposta cabal às necessidades do mercado financeiro mundial.
Mais vale querer mudar, ou será o clima a impor contra nós as mudanças que não soubermos fazer agora.
O estado de direito não se dá bem com a justiça-popular-imediato-intuitiva. Aliás, aquilo que constitui o estado de direito é precisamente o facto de não depender da vontade da maioria, mas de procedimentos próprios de aprovação.
Um repórter questionou o cineasta benfiquista Artur Semedo, à entrada de um jogo de futebol, perguntando-lhe se «esperava ver um bom espetáculo». Respondeu: «Eu quero é que o Benfica ganhe. Quando quero ver um bom espetáculo vou à ópera!»