“Aí estará o teu coração”*
Um destes dias vou explicar-lhe que “Delfino” não é apenas o nome que herdou do avô. Pode ser que assim também ele se lembre da amiga branca, um dia mais tarde, quando sair com o bote e avistar golfinhos neste mar.
Um destes dias vou explicar-lhe que “Delfino” não é apenas o nome que herdou do avô. Pode ser que assim também ele se lembre da amiga branca, um dia mais tarde, quando sair com o bote e avistar golfinhos neste mar.
Comecei a desenhar, sem grandes preocupações com o traço, a preto sobre um papel creme. Na realidade, não importa o suporte nem a cor da tinta, apenas o momento e o que ele me marcou.
“O mato” é uma questão de perspectiva. Esta é uma terra em que tudo é uma questão de perspectiva. O rasto de destruição deixado por 30 anos de guerra funde-se com paisagens incríveis.
Reparar como é bonito o pôr-do-sol e igualmente bonito o momento em que se vai a luz à noite… É fácil parar e reparar como me faz sentido que toda a minha agenda sejam nomes de pessoas e encontros que estão para breve.
E a partilha é uma festa, mas também aqui qualquer motivo é bom para festejar e para se juntarem, o que é comum a qualquer povo. O que vejo diferente é mesmo cuidado e a atenção.
Vivemos de maneira simples junto de quem possui poucos bens materiais. Mas podemos dizer que vivemos com muito, se pensarmos que nada nos falta para satisfazer a fome, a sede, a segurança.
Angola é um país fascinante,que é difícil descrever. As suas paisagens demonstram como a Natureza nos surpreende. São tão inspiradoras que nos permite recuperar as forças para a nossa missão,como é um elo de ligação a Deus para caminharmos.
Cada vez mais certa de que “quando semeamos as coisas com amor, não pode senão dar fruto”. Não sei bem quando será a época da apanha, mas comigo trago sempre o regador para que não falte alimento.
Aqui sinto uma luz diferente… Uma luz que teima em entrar, em aquecer e se fazer sentir mesmo nas terras mais áridas ou sombrias. Sabe que tem de persistir e esperar que nasça fruto… e fá-lo, alegremente, dia após dia.
O trabalho dos Leigos para o Desenvolvimento é continuado no tempo, e isso é visível no terreno, na construção de coisas visíveis, mas acima de tudo na construção de coisas invisíveis – uma das coisas que mais me tem impressionado.