A pergunta veio pela voz de Daniel, aluno da ARTAVE, do 11º ano, a quem coube a oportunidade de fazer a primeira questão ao P. Geral, quando este se reuniu com toda a comunidade educativa do Colégio das Caldinhas: “A religião faz falta para uma pessoa ter valores?” E a resposta foi imediata: “Não! Não é preciso ter uma religião para ter valores, é preciso ser humano”, afirmou o P. Arturo Sosa, para logo de imediato acrescentar: “Mas ajuda, especialmente a religião cristã que propõe um modo de ser humano centrado no amor”.
Perante um ginásio cheio e um P. Geral bem-disposto e animado, pronto a responder ao que os jovens tinham para perguntar – desde estimativas para o Mundial até gostos musicais, passando por perguntas mais espirituais – as várias escolas do Colégio foram-se apresentando e exibindo os seus talentos. Ora lendo um poema de Pessoa ou Pablo Neruda, ora interpretando o cântico Panis Angelicus, ora, cantando o hino deste ano pastoral e exibindo um vídeo sobre os seus projetos digitais. No final deste grande momento de festa, ainda antes de seguirem para o exterior para a partilha de um bolo, o P. Arturo aproveitou para lembrar aos jovens a grande bênção que já receberam com a organização em Lisboa da próxima Jornada Mundial da Juventude e aproveitou para deixar o desafio a todos para que participem neste encontro com o Papa Francisco em agosto: “Aproveitem a bênção, todos os que puderem participar, participem!”

Mas foi pelas crianças da APINA (jardim de infância) que o Superior-geral dos Jesuítas foi recebido ao final da manhã no Colégio das Caldinhas, com cânticos, abraços dos mais pequenos e uma representação da “família de Jesus”. Depois deu uma volta pelas várias alas do colégio, visitou os museus, laboratórios, estúdios multimedia, teve oportunidade de escutar a oração de Santo Inácio cantada por alguns alunos na sala da pastoral e ainda pode lançar no ar o novo site do Instituto Nun’Alvres.
No final desta visita, seguiu-se um encontro formal com a comunidade educativa a quem o P. Geral deixou palavras de ânimo e gratidão pela forma como se têm dedicado ao colégio ao longo dos tempos, em especial nos momentos de maior dificuldade. “Neste caminho, nesta história, cada um de vocês, educadores, professores, pessoal não docente, pessoal administrativo, os que têm cargos de direção, são protagonistas da ação do Espírito neste momento da história desta querida instituição educativa”, afirmou o P. Arturo Sosa, no auditório do colégio. Respondendo ainda a algumas questões colocadas pelos docentes, mas que dizem também respeito às famílias e à forma como encaram a educação dos seus filhos, o P. Geral desafiou a comunidade educativa a ser como os “salmões, que lutam contra a corrente, e não vão atrás de modas”, apelando, assim, ao reforço da identidade do colégio.

Mas este dia, que a meio da tarde já ia longo e cansativo para a comitiva do P. Geral, começou bem cedo, ainda em Lisboa, e contou com uma paragem rápida e inesperada no Noviciado da Companhia, situado na Quinta do Loreto, perto de Coimbra. A caminho do norte do país, o P. Geral fez questão de conhecer a comunidade e a casa onde vivem atualmente os dois noviços e os jesuítas responsáveis pela formação e pelo Centro Universitário Manuel da Nóbrega. Uma visita surpresa que foi acolhida com muita alegria pelos noviços e jesuítas que, através das fotografias e dos objetos que preenchem os espaços, foram contando um pouco da história do Noviciado.
Já à noite, o P. Geral voltou a reencontrar algumas das caras que conheceu pela manhã, ao encontrar-se com todos os jesuítas em formação na Comunidade Pedro Arrupe, em Braga, onde celebrou missa, jantou e conversou com os escolásticos da nossa Província.
Amanhã o dia decorrerá em Braga e, ao final da tarde, no Porto.
Fotografias: Rúben Marques e OFICINA.
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.