Jesuítas refletem sobre acompanhamento espiritual

O encontro anual dos Jesuítas teve lugar este ano em Cernache e ao contrário de anos anteriores durou apenas um dia devido à pandemia da Covid-19.

Tal como ocorre todos os anos, os jesuítas reuniram-se para o seu encontro de verão. “Os Exercícios Espirituais e as práticas do acompanhar” foi o tema que inspirou a reflexão dos que se juntaram em Cernache ao longo do primeiro dia de setembro. Habitualmente, este encontro dura três dias e ocorre na Casa da Torre em Soutelo, Braga. Este ano a assembleia jesuítica durou apenas um dia, realizou-se na Quinta do antigo Colégio de Cernache e todas as atividades decorreram ao ar livre, cumprindo-se todas as recomendações da DGS como modo de prevenir eventuais contágios.

A manhã do encontro iniciou-se com um tempo de oração. De seguida, partindo da segunda anotação dos Exercícios Espirituais (EE) de Santo Inácio, o P. Mário Garcia, sj  fez uma conferência que teve como mote uma das afirmações de Inácio de Loyola nos Exercícios: “Toda a vocação divina é sempre pura e límpida”. Mais ao final da manhã os jesuítas portugueses puderam ouvir a Ir. Marina Santos, Escrava do Sagrado Coração de Jesus e Diretora da Casa de Retiros de Santa Rafaela Maria em Palmela, explicitar as suas impressões sobre o significado de “Acompanhar no feminino”.

As duas conferências foram intercaladas com momentos de partilha em pequenos grupos provocada por questões deixadas pelos conferencistas. O P. Mário Garcia questionou os jesuítas se efetivamente praticam o “sentir e gostar as coisas internamente” previsto na segunda anotação dos EE ao dar e receber Exercícios. O jesuíta interpelou ainda os seus companheiros quanto à consciência do acompanhamento espiritual ser uma mediação com vista ao discernimento da vocação divina de cada pessoa. Já a Ir. Marina Santos convidou os presentes, partindo das suas experiências, a refletirem sobre as diferenças encontradas no acompanhamento de homens e mulheres e para tomarem consciência das dificuldades e alegrias sentidas no acompanhamento no feminino.

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A quinta do antigo colégio de Cernache foi o local escolhido para o encontro.

Da parte da tarde, depois do almoço e de um tempo mais distendido de convívio, o P. Pedro Cameira, sj fez uma breve intervenção sobre a sua experiência de formação e supervisão para o acompanhamento. Depois disso, a Ir. Marina, o P. Mário e o P. Pedro responderam a algumas questões sobre as suas intervenções.

Antes da Eucaristia com que finalizou o dia, o P. Miguel Almeida fez a sua primeira alocução nestes encontros enquanto Provincial, partilhando várias informações internas com os seus companheiros jesuítas. Embora ainda nos inícios do seu provincialato, ofereceu a sua visão da realidade da Província Portuguesa da Companhia de Jesus, apresentando os aspetos mais positivos dos quais todos nos sentimos agradecidos”, bem como algumas dimensões que constituem “fortes desafios para todos nós nos próximos tempos”. Pediu ainda o empenho de todos na dinamização do Ano Inaciano que terá início  a 20 maio de 2021, assinalando os 500 anos do ferimento de Santo Inácio Inácio em Pamplona.