Jesuítas celebram 50 anos do Secretariado de Justiça Social e Ecologia

Congresso internacional decorre em Roma até o dia 8 e junta mais de 200 jesuítas, especialistas e ativistas empenhados em renovar o compromisso da Companhia de Jesus com a justiça e a reconciliação com a criação.

O Secretariado de Justiça Social e Ecologia da Companhia de Jesus (SJES) celebra este ano o seu 50º aniversário e está a promover um congresso que tem como lema “Um caminho de justiça e reconciliação: 50 anos e mais além”. O encontro, que reúne mais de 200 jesuítas, especialistas e ativistas de todo o mundo, começou no dia 4, na Cúria Geral  dos Jesuítas em Roma, e terminará no próximo dia 8. Portugal está representado neste congresso pelo P. Frederico Lemos, sj – coordenador da Comissão do Apostolado Social dos jesuítas em Portugal e pela Teresa Paiva Couceiro, presidente da Fundação Gonçalo da Silveira. 

O SJES foi criado em 1969 a pedido do P. Pedro Arrupe. Em comunicado, a organização do congresso salienta que os desafios que o mundo enfrenta hoje “são mais complexos do que aqueles que enfrentava há 50 anos”, justificando, assim, os três objetivos deste encontro: 1) Celebrar a fidelidade de Deus neste caminho; 2) Discernir o roteiro para pôr em prática as Preferências Apostólicas Universais (UAPs) no setor social; 3) Criar oportunidades de colaboração e trabalho em rede. Ainda segundo a organização, esta será uma “oportunidade para recordar o passado dos SJES com tudo aquilo que já se alcançou e aprendeu, mas também para refletir sobre a forma de contribuir para promover o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais das pessoas com quem as obras da Companhia de Jesus trabalham em todo o mundo, desde os jovens membros de gangues nos Estados Unidos até aos intocáveis e indígenas deslocados das suas terras na Índia.

O atual responsável pelo SJES, P. Xavier Jeyara, sj, fez de questão assinalar o principal foco das comemorações: “a celebração não se centra no que temos realizado nos últimos 50 anos, mas nos pobres e vulneráveis”. O Secretário do SJES enfatiza ainda que “a pobreza é um escândalo que não podemos aceitar. O objetivo é renovar o nosso compromisso e reafirmar que estamos determinados a caminhar com os pobres e a reconhecer que Deus sofre neles.”

A sessão inaugural teve lugar na Aula Magna da Cúria Geral dos jesuítas e contou com a presença do Superior Geral da Companhia de Jesus, P. Arturo Sosa SJ, do Cardeal Peter Turkson, Prefeito do Dicastério Vaticano para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, e do Cardeal Michael Czerny SJ, Subsecretário para os Migrantes e Refugiados, entre outros.

Nessa ocasião, o Geral dos Jesuítas incentivou todos os participantes, afirmando: “aproveitemos este momento tão especial em que Deus nos fala mais uma vez e nos convida a recordar, agradecer, discernir e tomar decisões ousadas e arriscadas para acompanhar Jesus e o seu povo nas realidades de fronteira, junto com os mais excluídos, pobres e vulneráveis”. A eucaristia que encerrou o primeiro dia foi celebrada em memória do P. Pedro Arrupe e dos 57 mártires jesuítas que deram a vida pela causa da fé e da justiça em diversas partes do mundo nos últimos 50 anos.

Os dois primeiros dias do congresso centraram-se nos desafios do presente e no discernimento do caminho a seguir com vista à implementação das Preferências Apostólicas Universais. Já os últimos dois dias do congresso serão dedicados a renovar o compromisso com a missão da Companhia de Jesus e a encontrar novas formas de colaboração e de trabalho em rede.

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P. Geral dos Jesuítas marcou presença no encontro.