Todos sabem da subida vertiginosa do valor de algumas rendas.
Todos falam da carestia de rendas milionárias.
É um dado objetivo que os novos inquilinos, novos porque jovens e novos porque a constituição do arrendamento é nova, estão a pagar valores injustos, obscenos e desproporcionados face ao nível de vida em Portugal e com os salários baixos que auferem.
A nova geração está a sofrer duplamente por causa dos maus governos de Portugal: baixos salários e rendas elevadíssimas!
Do que ninguém fala, é da verdadeira causa subterrânea para este estado de coisas: 50% das casas que deveriam estar no mercado de arrendamento, encontram-se reféns de inquilinos cheios de dinheiro, com rendas ridiculamente baixas (€10, €20, €50, €100, €170 – no centro de Lisboa, por exemplo!) Falamos de inquilinos velhos e enriquecidos sem justa causa! E pela iniquidade, falta de unidade e incoerência de um sistema jurídico terceiro-mundista, a duas velocidades, essas rendas estão congeladas! E essas casas estão bloqueadas nas mãos de parasitas, que nunca as compraram, nem pagaram, nem trabalharam, nem pouparam, nem se sacrificaram na vida! Graças a uma legislação verdadeiramente estalinista!
Observadores internacionais comentam que estas leis de arrendamento, que constituem uma autêntica expropriação, são iguais às de Casablanca, do Cairo, e de Nova Deli… E são parte das causas da estagnação económica de Portugal (v. g. o dedo apontado da Troika).
Lamentável ainda é a manipulação da opinião pública e a má-fé dos media: as televisões não dão tempo de antena aos proprietários, antes os diabolizam e vitimizam os inquilinos, indistintamente, todos no mesmo saco, sem distinguir inquilinos novos de inquilinos velhos, senhorios novos de senhorios velhos, rendas novas de rendas velhíssimas! É vergonhoso, porque se trata de uma atitude oblíqua, mentirosa, falsa, injusta, que não distingue o trigo do joio!
A situação do arrendamento em Portugal foi criada por um legislador injusto, que ofereceu de bandeja as casas aos inquilinos do passado que agora desfrutam de rendas congeladas e desatualizadas.
O legislador, querendo intervir, deveria estabelecer um teto justo para as rendas, para não assistirmos à vergonhosa exploração dos inquilinos jovens, mas também um rés-do chão honesto, para não haver rendas ridículas, que constituem um autêntico insulto para quem trabalhou, economizou e investiu, a favor de quem permaneceu inerte!
Até quando este escândalo em Portugal?
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.