A Playlist de Sara Borges

Sara Borges, que trabalha no Departamento de Cidadania Global e Desenvolvimento da ONGD Fundação Gonçalo da Silveira, deixa-nos as suas sugestões musicais!

Sara Borges, que trabalha no Departamento de Cidadania Global e Desenvolvimento da ONGD Fundação Gonçalo da Silveira, deixa-nos as suas sugestões musicais!

 

1. Todo cambia – Mercedes Sosa

Acreditar que o mundo tem possibilidade de mudar é um ato de fé diário. E esta música, pela voz forte e sonante de Mercedes Sosa, ajuda-me sempre a perceber que a mudança também começa comigo, com o que penso.

 

2. Mountains O’ Things – Tracy Chapman

Entre o ter muito e o ser mais – como propunha Paulo Freire – há um fosso gigante, ou toda uma montanha de coisas. E a Tracy Chapman consegue sempre relembrar-me desta diferença.

 

3. People have the power – Choir!Choir!Choir! & Patti Smith

Tenho uma fixação por músicas cantadas por grandes coros. São músicas que me fazem dar o salto do individual para a força transformadora do todo.
Neste caso, a voz de Patti Smith, dilui-se na franqueza e simplicidade do coro Choir!Choir!Choir! exigindo que o povo tenha o poder.

 

4. Movimiento – Jorge Drexler

Gosto muito desta música de Jorge Drexler. Para mim funciona como um jogo de pistas ou uma oração guiada sobre a condição humana e a necessidade que temos de movimento, de transumância. E gosto muito do mote interpelador que, no vídeoclip, o cantautor nos deixa ao passear pelas estantes cheias de livros de uma biblioteca: se queremos deixar algo morrer, é só deixá-lo quieto.

 

5 – Anthem – Leonard Cohen

Sempre que a realidade me parece escura demais, com demasiados problemas para resolver face à nossa condição humana, a voz e a letra das músicas de Leonard Cohen, abrem sempre pequenas frestas por onde a luz pode voltar a passar.

 

6. Terra de ninguém – Gaiteiros de Lisboa feat. Pacman

 

7. Elegy for the Arctic – Ludovico Einaudi

Duas músicas que, para mim, se complementam. Duas musicalidades diferentes, mas o mesmo clamor. Escuta a terra, que é mãe, que acolhe, e à qual devemos a vida. A forma como respondemos a este clamor, depende apenas de nós.

 

8. We shall overcome – Bruce Springsteen with the Sessions Band – live in Dublin

Um original de Pete Seeger e que, nos anos 50 e 60 do anterior século, era um dos hinos do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos. A simplicidade e repetição da letra fazem-se sempre lembrar uma oração de súplica ou um salmo. Aqui uma versão de Bruce Springsteen e da Sessions Band.

 

9. Go down Moses – Louis Armstrong

Na mesma linha, e indo buscar inspiração aos espirituais negros e à histórica bíblica de Moisés, um grito de libertação pela voz de Louis Armstrong que pede para libertar o seu povo.

 

10. Gloria a Dios – Misa Criola de Ariel Ramirez- Mercedes Sosa e Jaime Torres

E para fechar, como se começou, voltamos a Mercedes Sosa. Neste caso à sua interpretação do “Gloria a Dios” da Misa Criola de Ariel Ramirez com Jaime Torres no charango.

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.