Uma educação construtora de um novo sistema
Talvez o desafio para os próximos anos não seja nem a questão da informação científica, nem da consciencialização, mas antes a promoção, em todos os processos educativos, de uma real literacia ambiental
Talvez o desafio para os próximos anos não seja nem a questão da informação científica, nem da consciencialização, mas antes a promoção, em todos os processos educativos, de uma real literacia ambiental
A inovação pedagógica tornou-se uma moda. E, lamentavelmente, assumiu o que de menos bom pode ter uma moda, sobretudo quando falamos de educação: a ilusão da novidade, a superficialidade do transitório e o deslumbramento do vendível.
Neste texto gostava de partilhar algumas reflexões sobre a forma como educamos para a felicidade, numa tentativa de, a partir do ano inaciano, estruturar uma pedagogia da ferida que ajude o aluno na construção do seu projeto de vida.
Muitas vezes, é o que ouvimos os pais ou familiares dizerem-nos, no que se refere ao uso de tecnologias digitais por crianças. No entanto, isto não corresponde totalmente à verdade…
Face à manifesta desvalorização da escola, que redunda numa séria tentativa de a dissolver com tudo o que lhe dá forma e sentido, justifica-se plenamente a pergunta que o filósofo Georges Gusdorf usou como título do seu livro de 1963.
Cada criança nasce com um enorme potencial. No entanto, muitas não têm acesso à educação, ao apoio e à oportunidade de que necessitam para se desenvolver. O código postal pode ser uma sentença, com um peso grande na capacidade de escolha.
Num ano tão atípico como o que vivemos, parece-me que não é absurdo que nos confrontemos com a importância do sentido de humor. No meu caso, tenho confirmado a importância do seu papel, de forma especial, dentro de uma sala de aula.
Nos meus já 20 e poucos anos como professora ficará, sem dúvida, a memória da Beatriz, mesmo que acompanhada por um turbilhão de sentimentos, como se de notas soltas se tratasse, que fazem lembrar, ironicamente, o prelúdio de uma pandemia.
Fomos habituados a considerar que a supervisão piramidal e as regras definidas por esta são um elemento essencial, sem o qual tudo falha. Talvez por viver algo contrário sinto, com tristeza, que não medimos a autonomia no sistema educativo.
A luta, acima de tudo, é pela escuta do outro e pelo respeito pelas suas emoções. É pelo fim das relações de poder desajustadas que são, na grande maioria das vezes, as principais responsáveis por estes comportamentos abusivos.