1º dia da visita do Papa: Lisboa acolhe Francisco

Foi no dia 2 de agosto que o Papa Francisco aterrou em Portugal. Apesar da sua saúde frágil, Francisco mostrou-se sempre bem disposto e disponível e adiantou logo aos jornalistas que regressaria, dias mais tarde, a Roma, rejuvenescido.

Foi no dia 2 de agosto que o Papa Francisco aterrou em Portugal. Apesar da sua saúde frágil, Francisco mostrou-se sempre bem disposto e disponível e adiantou logo aos jornalistas que regressaria, dias mais tarde, a Roma, rejuvenescido.

Lisboa preparou-se para receber o Papa. Depois do arranque da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), onde se inscreveram 354 mil peregrinos provenientes de 200 países –  entre os quais se destacam Espanha (77.224), Itália (59.469), Portugal (43.742) e França (42.482) – Francisco chegou a Lisboa para iniciar a sua segunda visita apostólica a Portugal. Um tempo de muitas palavras e gestos fortes, e de muita emoção, que ficarão guardados na memória e no coração de milhares de pessoas. E do Papa também.

“Voltarei rejuvenescido”, declarou aos jornalistas no avião prestes a aterrar em Lisboa. Foi no dia 2 de agosto, pelas 10h, que Francisco chegou a Portugal num avião azul escoltado por caças F-16 da Força Aérea. O entusiasmo era generalizado, “há pressa no ar”, e multidões deslocaram-se para os locais em que estava previsto o Papa estar ou passar, enquanto muitos outros, a trabalhar ou longe de Lisboa, acompanhavam com atenção através da televisão.

Francisco foi recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que, com grande entusiasmo, se fazia acompanhar de duas crianças que traziam flores para o Sumo Pontífice. Após uma breve conversa com Marcelo, no hangar da Base Aérea de Figo Maduro, o Papa dirigiu-se ao Palácio Nacional de Belém para a cerimónia de boas-vindas.

Às 12:15 o Papa dirigia-se ao Centro Cultural de Belém para um encontro com as autoridades, representantes da sociedade civil e corpo diplomático. Nesta primeira cerimónia agradeceu o acolhimento, lembrou a herança cultural portuguesa através de personalidades de referência como Luís de Camões, Fernando Pessoa, Amália Rodrigues ou Sophia de Mello Breyner e falou sobre geografia estratégica portuguesa, a “cidade do oceano”, e a sua importância na criação de pontes com o resto do mundo: “Mas Lisboa, abraçada pelo oceano, oferece-nos motivos para esperar; é cidade da esperança. Há uma maré de jovens que se espraia sobre esta cidade acolhedora. Quero agradecer o grande trabalho e generoso empenho empreendidos por Portugal para acolher um evento tão complexo de gerir, mas fecundo de esperança, pois – como se diz por aqui – «ao lado dos jovens, não se envelhece». Jovens provenientes de todo o mundo que cultivam anseios de unidade, paz e fraternidade, jovens que sonham desafiam-nos a realizar os seus sonhos bons. Não andam pelas ruas a gritar sua raiva, mas a partilhar a esperança do Evangelho, a esperança da vida. E se, em muitos lugares, se respira hoje um clima de protesto e insatisfação, terreno fértil para populismos e conspirações, a Jornada Mundial da Juventude é ocasião para construir juntos. Reaviva o desejo de criar coisas novas, fazer-se ao largo e navegar juntos rumo ao futuro. Vêm à mente algumas palavras ousadas de Fernando Pessoa: «Navegar é preciso; viver não é preciso (…); o que é necessário é criar» (Navegar é preciso). Trabalhemos, pois, com criatividade para construirmos juntos! Imagino três estaleiros de construção da esperança onde podemos trabalhar todos unidos: o ambiente, o futuro, a fraternidade.”

Leia o discurso completo aqui.

Nestas primeiras horas em Portugal, o Papa encontrou-se também com o primeiro-ministro na Nunciatura Apostólica, e, pelas 17h30, celebrou as Vésperas no Mosteiro dos Jerónimos. Aos presentes agradeceu a partilha deste caminho eclesial e mostrou-se firme na prossecução do «sonho de Deus e encontrar caminhos para uma participação alegre, generosa e transformadora a bem da Igreja e da humanidade». Recorde o discurso completo aqui e veja a celebração aqui.

No final desse dia, de regresso à Nunciatura, Francisco teve um encontro privado com 12 vítimas de abuso sexual por parte de membros da Igreja. Atento e comovido, o Papa escutou os relatos dos presentes, ouviu testemunhos de outras vítimas que não estavam na sala, e profundamente emocionado pediu desculpa em nome da Igreja.

 

Comentário espiritual 

Uma leitura do dia através do olhar inaciano do P. José Maria Brito, sj e do P. Ricardo da Silva, sj.

 

Fotografias JMJ – Lisboa 2023 – Jornada Mundial da Juventude

Resumo do 1º dia da visita do Papa

Resumo do 2º dia da visita do Papa

Resumo do 3º dia da visita do Papa

Resumo do 4º dia da visita do Papa

Resumo do 5º dia da visita do Papa

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.