Ó Chefe da Casa de Israel
que com coração amoroso e solícito
escutas os gritos do teu povo
e te deixas compadecer,
acolhe as nossas súplicas
nesta hora escura
em que a humanidade geme em dores de parto,
forçado pela atual situação de pandemia.
O que já fazíamos e as regras já existentes
lutam desesperadamente por subsistir,
por manter a ordem social vigente
– alheios às pessoas que ficam pelo caminho –
numa procura de interesses pessoais.
Sentimos que somos empurrados
a um novo modelo de sociedade,
mas não sabemos como percorrer o caminho.
São muitas as vozes que aturdem
com a sua oferta de mapas.
Sabemos – talvez –
qual é aquele que queremos, mas
não acertamos no ensaio.
Tu, que no Sinai deste a Lei a Moisés
como guia no deserto,
tem compaixão de nós e vem
resgatar-nos com o poder do teu braço.
Abre o nosso coração
aos outros
para que – corajosamente –
ensaiemos o Bem Comum
e ponhamos os próprios interesses em segundo lugar.
Abre o nosso coração
a Ti e ao teu modo de proceder
para que – amando-te –
nos situemos diante de cada pessoa como um irmão
trazendo-o para o centro das atenções.
Abre o nosso coração
à fragilidade
para que – situados no nosso verdadeiro centro –
nos relacionemos Contigo, com os outros e com a criação
“desde baixo, desde dentro e desde a proximidade”.
Vem, Senhor Jesus!
Vem! Não tardes.
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.