E a velha imaginação do futuro?
Numa altura em que tanto do que está em causa nas nossas discussões tem a ver com identidade e linguagem, ler Lerner é perceber — por dentro — como é que uma e outra estão ligadas.
Numa altura em que tanto do que está em causa nas nossas discussões tem a ver com identidade e linguagem, ler Lerner é perceber — por dentro — como é que uma e outra estão ligadas.
A pandemia trouxe à discussão pública conceitos que vale a pena reter, nomear, e até cristalizar. Podem ser boas ferramentas de futuro.
À Igreja foi negado o seu legítimo e originário direito ao culto público? Talvez, mas a Igreja, que viveu os seus primeiros três séculos na clandestinidade, soube aceitar essa humilhação em nome de um bem maior: a paz social.
Aprendemos muito nestes meses. Que podemos trabalhar a partir de casa, que a telescola do passado era, afinal, do futuro, que quando paramos de a atormentar, a natureza volta e reocupa o seu espaço. Um mundo melhor é possível.
É pena que, num mundo de tantas “causas”, pareça haver tão pouco espaço para denunciar e combater em prol das populações massacradas em Moçambique.
“Apocalipse” não significa “fim trágico ou dramático” mas sim “revelação”, tornar visível algo que antes estava encoberto ou menos visível.
Todas as vidas importam, é evidente, mas importa chorar e salvar aquelas a que “o pecado do racismo” nega a mesma importância e dignidade.
A pobreza aumentou, as desigualdades denunciaram-se e afundaram-se e o elevador social da educação parou e avariou-se. E ninguém quer saber. Ninguém que possa concertá-lo quer saber. E é assim que começam os conflitos sociais.
A trágica morte de George Floyd, e os tumultos que se seguiram, são o mais recente exemplo do círculo vicioso agressão-reação. Buscar justiça sem desumanizar exige adotar a compaixão como atitude de fundo, a intuição do Papa Francisco.
Na sociedade pós-moderna, urge mais do que pensar o outro, senti-lo, ser Irena Sendler e mais facilmente subir as escadas que levam ao céu…