Um mês e meio de missão

Finalmente, aterrámos em Tete. Sentimos logo o calor de que tanto nos tinham falado, e uma grande diferença entre Maputo e Tete. Fomos para a Diocese, onde nos receberam muito bem e que foi a nossa casa durante a primeira semana.

E, de repente, já passou um mês e meio desde que apanhámos o voo de partida para missão.

Assim que chegámos a Maputo, onde ficámos hospedados na Casa dos Missionários da Consolata, aprendemos a nossa primeira expressão moçambicana, o “mata-bicho” (pequeno-almoço).

Sendo este o primeiro ano da missão em Tete e não estando os LD em Moçambique há alguns anos, passámos 6 dias na capital para tratar de coisas burocráticas – registámo-nos no Consulado Português, apresentámo-nos na Embaixada, entre outras. Pudemos também conhecer os Missionários da Consolata e os Jesuítas e o trabalho que fazem, assim como alguns portugueses, uns de passagem e outros que vivem em Moçambique, que nos levaram à praia e a um jogo de futebol.

Finalmente, aterrámos em Tete. Sentimos logo o calor de que tanto nos tinham falado, e uma grande diferença entre Maputo e Tete. Fomos para a Diocese, onde nos receberam muito bem e que foi a nossa casa durante a primeira semana, enquanto preparávamos a casa onde estamos a viver atualmente.

Chegou, no dia a seguir, também o D. Diamantino, Bispo de Tete, e o André, Gestor de Projeto da missão de Moçambique.

Os dias seguintes foram de muito trabalho de limpeza da casa. Todos os dias, partíamos da Diocese com os incansáveis Diego e Serafino (leigos missionários italianos) para preparar a nossa casa. Apesar do trabalho duro e do calor que se faz sentir aqui, foram dias também de muita alegria, serviço e boa companhia.

No nosso primeiro domingo em Tete, apresentámo-nos na paróquia da Canongola, a nossa paróquia durante o próximo ano. Por coincidência, calhou no dia de anos do Samuel, que foi logo abençoado pelo pároco e pela assembleia inteira, como é costume aqui fazer-se aos aniversariantes da semana.

No dia seguinte, saímos da cidade para irmos a Boroma, uma zona rural, antiga missão dos Jesuítas, criada em 1885. Fomos convidados pelo D. Diamantino e pelas Irmãs da Semente do Verbo – que estão responsáveis pela escola e pelo restauro da igreja – para o encerramento do ano letivo, batismos e crismas da Escola São José de Boroma.

Seguiram-se mais dias de limpeza, até a casa, a nossa primeira missão, estar finalmente cumprida.

Entre estas viagens, missas, idas ao mercado, já começamos a conhecer e ser conhecidos pelas pessoas e absorvidos por esta realidade tão diferente. Mais concretamente, andamos a visitar e a conhecer as pessoas da Canongola¹, a conversar sobre as suas necessidades e potencialidades, e a criar uma visão da dimensão e realidade do bairro, dos problemas e diferenças entre zonas e faixas etárias.

Temos tido também contacto com as diferentes organizações e congregações que trabalham aqui e que conhecem melhor a realidade local, visitámos a Universidade Católica de Moçambique e o internato das alunas universitárias, conhecemos os Médicos com África e conhecemos e acompanhámos o trabalho do Pedro, missionário eslovaco que criou a Clínica Móvel Santo Padre Pio, cujo trabalho consiste na visita e cuidado dos doentes das comunidades mais distantes da cidade e por isso com menor acesso à saúde.

 

¹ nome oficial: Bairro Samora Machel – onde vamos implementar os nossos projetos