“Sins” firmes, fiéis e livres!

"...um “Sim” como o de Maria, de quem se quer comprometer, de quem arrisca e aposta tudo na certeza de se saber portadora de uma promessa. Acho que os “sins” que vou ouvindo por aqui também são semelhantes..."

O Papa diz-nos que “ser jovem mais do que a idade é um estado de coração”.

Não é aquele que cede a tudo aquilo que o mundo oferece, que vive sem direção e imita os demais.

É-se jovem quando se é capaz de regressar uma e outra vez à fonte, que é saber-se infinitamente amado.

A missão da Caparica-pragal está cheia de verdadeiros corações juvenis. Muitos deles talvez adormecidos mas todos no tempo favorável para serem reanimados. Alguns tenho a graça de estar próxima no projeto e hoje gostava de falar do caminho que temos vindo a fazer, quase lado a lado, sem me ter dado conta.

O meu “sim” à missão foi tímido e pequenino, na confiança de que Deus ajudasse a moldá-lo ao coração e à boca. No fundo acho que sonho com um “Sim” como o de Maria, de quem se quer comprometer, de quem arrisca e aposta tudo na certeza de se saber portadora de uma promessa. Acho que os “sins” que vou ouvindo por aqui também são semelhantes: pequeninos, cheios de dúvidas e medos, mas confiados e que guardam os maiores tesouros.

No projeto das Oficinas de Talentos os jovens estão a ter formação artística nas áreas de Fotografia e Vídeo, Teatro e Produção Musical e são desafiados a sonharem alto, a pensar num futuro profissional que os realize e os dignifique, a ser mais do que aquilo que vêem, a dar um “sim” comprometido.

“Não pensava que era tão bom!” ou “Estou adorar e não sabia que ia aprender tanta coisa sobre mim”, vou ouvindo com frequência, e é mesmo bonito ver como se vão tentando imaginar nos próprios sonhos, projetar naquilo que querem e que acham que só os outros conseguem. Nestes momentos penso muito na graça destes “sins” confiados que só dão vontade de dar mais “sins”!

É incrível como Deus, que sabe tudo o que se passa em nós e nos sonhou desde toda a eternidade, nos dá a liberdade desta descoberta, deste coração jovem que quer encontrar o seu caminho de volta para Ele…como O Filho.

Tinha uma confiança incondicional no Pai, cuidava da amizade com os seus discípulos e inclusive nos momentos difíceis permaneceu-lhes fiel. (…)” (Christus Vivit 31)

Ele foi verdadeiramente um de nós, um coração jovem. Quero tanto que estes corações juvenis conheçam Jesus. Gostava tanto que se identificassem com Ele…

Estamos no início, mas aqui, no Monte Kapta, vamos por “sins” firmes, fiéis e livres!

Sara Costa e Silva
Caparica-Pragal, 2020-2021