Cuidar da casa comum enquanto comunidade

As preocupações ambientais são, a cada dia que passa, um problema que carece de maior atenção no Alto Catumbela. Nesse sentido, no passado dia 20 de dezembro, decorreu uma nova ação de limpeza, desta vez, na praça do bairro 3.

Numa tentativa constante de promover a atenção para a saúde da comunidade do Alto Catumbela e sensibilizar para os perigos do lixo deixado ao abandono sem nenhum tipo de tratamento, a equipa de trabalho para o saneamento básico do Grupo Comunitário do Alto Catumbela (GCAC) voltou ao terreno, desta vez, na praça do bairro 3 para uma nova ação de limpeza na comunidade.

A realização desta iniciativa teve o seu início pelas 15h30 e terminou por volta das 17h00, contando com 18 participantes, incluindo algumas das entidades do Grupo Comunitário e algumas das próprias vendedoras da praça, tendo cada pessoa trazido o seu material de casa, como enxada, cestos ou vassoura.

Os resíduos recolhidos da limpeza da praça e das áreas envolventes, acabaram por ser enterrados num local próximo, uma vez que, não existem contentores de recolha de lixo, devido a estes serem furtados constantemente na região.

Em posterior conversa com algumas das entidades presentes, nomeadamente, o Sr. Feliciano Sapalo, membro da equipa de fiscalização da Administração Comunal da Babaera, o próprio garantiu que “esta iniciativa não termina por aqui, pois iremos alertar o próximo grupo de vendedoras que chegar à praça para continuarem o trabalho” e acrescentou ainda que “haverá brevemente fiscalização na praça do bairro 1” e que a questão dos contentores irá ser repensada.

Para além do Sr. Feliciano, Josefina Jamba, Soba Povoacional do Alto Catumbela¹ assegura que “ações como estas devem ser realizadas com maior frequência.”

Em conversa, com estas duas entidades, foi ainda pensada, como proposta de sensibilização e possível futura ação de combate, no ressurgimento dos sacos de pano, uma prática que caiu em desuso na comunidade e que poderia facilmente a curto-médio prazo combater a ‘praga’ dos plásticos que assola, cada vez mais, o Alto Catumbela. Podendo até, esta nova prática, servir para criar uma economia circular que podia assegurar que alguns dos membros desta comunidade, como possíveis costureiros e até as mulheres da PROMAICA (Promoção da Mulher Angolana na Igreja Católica), reduzindo assim os resíduos e aproveitando os recursos desta comunidade.

Finda esta atividade, onde desde os mais novos até aos mais velhos, todos colocaram ‘mãos à obra’ para limparem o seu bairro, o balanço destacou-se pela positiva e esta consciencialização ambiental e para o cuidado da casa comum, como defende o Santo Padre na encíclica Laudato Si’, foi vista com bons olhos por todos!

 

¹ Autoridade tradicional local