8 Mar 2022 | Notícia
O RAIO é uma atividade de formação dos Gambozinos que envolve todos os animadores, para que estes se conheçam melhor e cresçam juntos na missão de animar. Todos sabemos que não há melhor maneira para o fazer do que passar um fim de semana juntos em verdadeiro espírito gambozínico. Embora estes dias não tenham incluído nenhum “Survivor” ou “Tens Mira?”, vivemos em conjunto momentos de partilha e oração de modo a fomentar a união entre os muitos e espetaculares animadores.
Eu, tal como os meus companheiros de 2003, estamos a ser introduzidos aos poucos a esta nova etapa que é ser animador. Esta transição de animado para animador não é fácil e é exatamente por isso que o RAIO é tão importante! Neste fim de semana percebemos que não estamos sós neste percurso e que podemos sempre contar uns com os outros, pois este é um caminho partilhado e que não se faz sozinho. O apoio desta família que é os Gambozinos é crucial no nosso crescimento quer como animadores, quer como indivíduos.
O RAIO foi uma excelente oportunidade para voltar a ver tantas caras conhecidas e para conhecer muitas mais. Foi um fim de semana cheio de sorrisos, alegria, partilha e sobretudo de união. Desde a cantar a música “Pra onde é que eu vou” todos juntos numa roda, ao BDS em que escolhemos uma fotografia dos olhos de outra pessoa. Também vários animadores mais experientes foram dando testemunhos e conselhos para que nós um dia possamos vir a ser tão bons animadores como eles. São estes os momentos de que nos vamos recordar de cada vez que olharmos para trás e pensarmos neste fim de semana incrível.
O RAIO permitiu então o encontro entre os animadores mais novos e os animadores mais experientes, ou, por outras palavras, os “dinossauros”. Assim, conhecemo-nos todos melhor e fortalecemos relações. E como é que fizemos isso? Bem, não há melhor maneira do que um jogo em que o objetivo é rebentar os balões escondidos nas costas da geração oposta. E já todos sabemos quem ganhou…
A verdade é que depois do nosso campo de serviço, tivemos umas boas e longas férias de verão para recuperar forças para sermos ótimos animadores. Foi-me assim proposto um desafio: fazer parte do Núcleo Sul e de um novo grupo, o GADO. Talvez desafio não seja a palavra mais correta, mas sim uma aventura, pois acho que todos podemos concordar que o nosso primeiro ano a animar é, de facto, uma aventura, para a qual o RAIO nos prepara da melhor maneira possível. E é esse um dos objetivos destes três dias, ou seja, formar os novos animadores para que esta nova etapa corra da melhor forma possível!
Carolina Pires
12 Jul 2021 | Notícia, Testemunhos de animadores
Nos dias 3 e 4 de julho, 10 animadores do núcleo Norte estiveram de volta ao bairro das Andorinhas – em Braga – para mais um Viver a Agradecer. Desta vez, também eu tive a alegria de me poder juntar a eles.
Depois de mais um ano atípico, as idas às Andorinhas nem sempre foram possíveis. No entanto, apesar do que se podia temer, a presença dos Gambozinos resistiu a todo e qualquer vírus.
Há mesmo muito a agradecer, tanto a vida de cada um deste gambozinos como os momentos incríveis que fluíram no decorrer deste fim de semana. Houve lugar para tudo e todos ao longo destes dias: se num momento se dança o vira do Minho, no a seguir canta-se e dança-se o som de Nininho Vaz Maia; se num momento somos grandes jogadores de futebol, no a seguir somos talentosos titik-tokers; se num momento organizamos uma cinema ao ar livre, no outro proporcionam-nos um espetáculo de cabeçudos; se num momento brincamos e rimos como “loucos de la cabeça” que somos, no a seguir pomos a conversa em dia e aprofundam-se amizades.
Assim, Deus quer, os Gambozinos sonham, e os frutos estão à vista!
É através de oportunidades de encontro como estas que se criam “pontes” a partir das quais podemos conhecer (e até poder ser) verdadeiros instrumentos nas mãos daquele que, além de Espírito Santo e Filho, é também Pai, pelo que por Ele nos podemos afirmar verdadeiramente irmãos.
Perceber o impacto que são os Gambozinos na vida de tantos ao longo de já várias gerações é belo! Quando cheguei a casa, domingo à noite, reconheci um sentimento de pertença a algo muito maior do que eu, maior do que qualquer associação. De facto, as Andorinhas são uma grande família. E os Gambozinos? Esses, no caso daqueles que não vivem lá são sempre recebidos em dia de festa.
Lisete Miranda
8 Jun 2021 | Notícia, Testemunhos de animadores
Há uma luz que nunca se apaga – o tema para este ano Inaciano que começou a 20 de maio, que não podia ser uma descrição mais fiel do ano que passou. Este ano celebra-se os 500 anos desde que Santo Inácio foi ferido em combate e foi, enquanto soldado, derrotado em batalha, destruindo todos os seus sonhos, planos e certezas. Mas, como sabemos, Deus tinha para ele um plano maior e após 9 meses de convalescença (e muitos tantos à procura) Inácio juntou-se finalmente à guerra certa.
Para muitos (arrisco dizer todos) também este ano que passou pareceu uma bala de canhão que arrasou as nossas expectativas e planos (9 meses de convalescença para o Santo, ano e meio para nós), mas tal como não foi tempo perdido para ele, também cada um de nós aproveitou (ou ainda vai a tempo de aproveitar!) para, largando os mapas, acertar a direção junto de quem realmente sabe o caminho.
O Santo precisou de ficar de cama, mas aos Gambozinos foi quase preciso prendê-los em casa. Porque já faz parte do nosso dia-dia ler sobre Jesus e sobre os Santos e um gambozino não fica o dia todo em casa. Acreditávamos que não precisávamos de ficar de cama porque já estávamos curados. Certo é que aquele que nasce em Deus não precisa de grandes conversões, mas por vezes iludimo-nos e esquecemo-nos que faz sempre falta a tão essencial conversão do dia-dia, que nasce da confiança de quem sabe ser guiado.
Confiar. Deixando que, por um segundo, não sejamos nós a decidir o que vai acontecer, mas deixar acontecer o que foi decidido. Para Santo Inácio, foi deixar o burro decidir, por um momento, que rumo iria seguir e se tanto bem saiu dessa decisão (quantos campos talvez não teriam acontecido se fosse Inácio a decidir) então podemos apenas imaginar o Bem que faríamos e seríamos se fosse Deus a decidir, em todos os momentos, aquele que é o nosso rumo. Sem dúvida que planear é bom, mas confiar é certo.
Quantas vezes não somos como o soldado Inácio e tentamos seguir a nossa própria luz, tal e qual pirilampo atrás do seu próprio rabo. Bom, este ano o propósito é seguir o verdadeiro sol, por mais assustador e ofuscante que seja, com a certeza de que este ano não há Icarus, apenas conversão. Deixemo-nos cegar (afinal de contas, se funcionou para S. Paulo, funciona para nós) e deixemo-nos converter por este fogo verdadeiro.
Neste tempo de grande ansiedade e entusiasmo, em que já sonhamos com os aplausos e jogos, missas e BDS’s, com a comidinha da Mamã e os tempos de amizade com aqueles que não vemos há demasiado tempo, recordemo-nos da chama que acende toda esta Alegria e deixemo-nos incendiar com este fogo que, para além de alegria e entusiasmo, é, antes de tudo, confiança.
Miguel Santos
8 Jun 2021 | Notícia, Testemunhos de animadores, Testemunhos sobre actividades
Finalmente, a primeira atividade presencial do Garra!
Dia 30 de maio foi o dia em que o espírito gambozínico ganhou ainda mais vida, e saiu do simples ecrã através do qual foi vivido por animadores e animados durante todo ano!
A sala do zoom foi substituída pelo CREU, o link pelo respetivo portão e o gambozino que tínhamos conhecido no retângulo estático do ecrã ganhava agora forma e movimento.
Nunca estivemos tão conectados!
A atividade consistiu numa caça ao tesouro com pequenos jogos e desafios acompanhados por pistas que, juntas, culminavam na procura do tão esperado tesouro. Entre eles, corrida de sacos, estafetas e quizzes elaborados para os mais persistentes!
Com a presença dos animadores e a boa disposição dos animados não me senti sozinha nesta missão. Depressa consegui perceber que também era a primeira atividade para alguns deles, pelo que não havia nada a temer. Afinal, não era a única para quem tudo isto era uma novidade!
Apesar de ter sido uma tarde extremamente dinâmica, faltava ainda a parte mais importante!
Assim, para terminar da melhor forma e agradecer este dia tão bem passado e as novas amizades criadas, finalizámo-lo com uma missa para a qual os pais foram também convidados.
Olhando para trás reconheço que foi um ano diferente e que, inevitavelmente, exigiu mais de cada um de nós. Contudo, contrariamente ao que esperava, os animados foram bastante participativos nas dinâmicas online e o seu entusiasmo não era menor por causa disso! Estas acabavam sempre por se prolongar pela grande vontade dos animados em conhecer este movimento tão bom que é os Gambozinos!
No entanto, não há dúvida de que uma atividade presencial é sempre um momento especial que desperta diversos sentimentos.
Reaviva o espírito dos gambozinos que há em nós, deixando uma luz que nunca se apaga!
Constança Avides Moreira
8 Jun 2021 | Notícia, Testemunhos de animadores, Testemunhos sobre actividades
Os Gambozinos do Sul e do Oeste reuniram-se para uma atividade. Estranhamente, nesta vez não havia encontro marcado para uma sala de Zoom. Finalmente, que alegria!
Numa manhã de Maio, encontrámo-nos cedo em Monsanto. Começaram a chegar caras conhecidas: umas de campos, minicampos e actividades de outros anos, e muitas que só se tinham cruzado em quadradinhos no ecrã.
O dia do GAS – Gambozinos Amigos do Sul – foi muito bom. Vieram animadores (como eu!) e Gambozinos de Lisboa, de Peniche e do Pragal. O dia começou com uma caminhada, em que íamos conversando e respondendo a algumas perguntas: iam desde “quem vem primeiro, o leite ou os cereais?” a “o que são para ti os Gambozinos?” ou “qual é o teu maior sonho?”. Parámos para lanche da manhã e para o BDS – Bom Dia Senhor. Aproveitámos estar no meio da natureza para pensar sobre o tempo e o que ele nos traz – coisas às quais gostamos mais de dar tempo, outras a que custa mais dedicar tempo, umas que trazem alegria e paz, e outras que são mais difíceis. Acabámos tempo a agradecer, e continuámos a nossa caminhada. Almoçámos, tivemos uma bela sorna e depois seguiu-se o jogo da tarde. Um percurso e vários desafios que deram direito a prémios. E até avistámos outros grupos de Gambozinos!
Foi um dia com tempo para conversar e estar, sem pressas ou obstáculos. E passou a voar! Voltámos para casa com o coração cheio de alegria e de esperança, e ansiosos pela próxima actividade presencial.
Viva ao GAS! E viva aos Gambozinos!
Francisca Lima de Barros
9 Mai 2021 | Notícia, Testemunhos de animadores
É costume dizer-se que “uma imagem vale mais que mil palavras”. Acho que podemos dizer o mesmo do som. O som é uma espécie de ninja que se infiltra nos nossos ouvidos, mesmo quando não estamos à espera. E, por vezes, depois de entrar, chega até a conquistar o nosso corpo e põe-nos a fazer movimentos involuntários: mexemos a cabeça, depois os ombros e, quando demos por ela, já estamos feitos concorrentes do “So You Think You Can Dance” a dançar no meio da sala [1].
Sempre gostei muito de música. Quando acampava com os meus amigos, nos escuteiros (sim: eu cresci antes de os GBZ existirem…), havia sempre alguém com uma guitarra para nos entretermos depois do jantar. A experiência diz-me que, às vezes, nada melhor do que uma música para nos fazer rir, para nos tirar a timidez, ou até para nos pôr a pensar na vida.
Em 2018, o guião dos campos sugeria, entre outras coisas, que se usasse o testemunho de santos. Ora, quando começámos a falar disso, entre animadores, fez-se um clique cá por dentro, e pensei: se calhar, com umas músicas, isto seria mais fácil. Falo por mim: tenho muito respeito pelos santos, mas nem sempre atino com a maneira como nos contam as suas histórias. É que os livros mostram uns santos “tão perfeitinhos” que se torna difícil para mim (que sou um imperfeito com provas dadas) sintonizar com eles. Talvez fosse possível contar essas histórias de outra maneira: com algum humor, com menos “incenso”, e com um groove que trouxesse aquelas vidas para dentro das nossas.
A estratégia da equipa era simples: todos os dias, durante o campo, tínhamos os 15 minutos dos santos, logo a seguir à sorna (antes do jogo da tarde). Uns animadores faziam de banda musical enquanto outros faziam uma mímica (normalmente a resvalar para o cómico, há que confessar, como era suposto!). Depois, um animador dava um testemunho sobre o santo do dia e, no final, toda a gente cantava. Na missa, ao final da tarde, acrescentávamos o “ícone-caricatura” do santo, na capela: era a nossa maneira de tentar imaginar o céu na terra.
A maioria das músicas apareceram-me antes do campo; outras, como a de Santa Rafaela, da Madre Teresa ou de São João Paulo II, foram feitas já em campo, com a colaboração da Maria Portela e do Diogo Couceiro (o outro “mano” jesuíta que fazia parte da equipa).
Antes de pensar nas músicas, tentei imaginar cada um dos santos: a Madre Teresa a percorrer as ruas de Calcutá; Francisco de Assis com um estilo meio “hippie”, a admirar as plantas e os animais; a força e o drama de Bakhita, a escrava que encontrou a liberdade; Inácio de Loiola num ambiente ainda meio medieval; os sons da Polónia onde Karol Wojtyla (Papa João Paulo II) cresceu. Ainda sem palavras, queria que as próprias músicas, pelo seu estilo e ambiente, ajudassem a “ouvir” o mundo (interior e exterior) onde cada um dos santos viveu. De algum modo, queria que fossem pequenos teatros sonoros.
No que toca às melodias, propriamente ditas, nasceram nas circunstâncias mais variadas, nos dias que antecederam o campo: a Bakhita surgiu quando estava a entrar em casa; a música sobre Francisco de Assis ocorreu-me à saída do metro de Telheiras; Inácio “veio ter comigo” na biblioteca da Brotéria; mal desliguei o despertador, de manhã, pensei na música para Maria Madalena. Para estas músicas, o método foi simples: pegar no gravador do telemóvel e trautear a melodia. Depois foi só escrever os textos.
O último capítulo da história destas músicas foi mesmo o das gravações onde, com a ajuda de vários amigos, pudemos completar as diferentes faixas. Basicamente, foi uma desculpa que encontrámos para prolongarmos o campo mais uns tempos! [2]
É sempre um enigma, o que cada um de nós sente e pensa ao ouvir uma música. Neste caso, se as músicas conseguissem despertar uma gargalhada, pelo menos, já seria incrível. O riso é uma ferramenta capaz de muitos mistérios.
[1] “So You Think You Can Dance” é um programa de televisão norte-americano onde os concorrentes tentam mostrar que sabem dançar.
[2] Um abraço muito especial ao Miguel Fontes, ao Pedro Castro, ao José Blanco, ao Manuel Oliveira e ao Tomás Magalhães por nos terem “emprestado” o seu enorme talento. Para já não falar da trupe de GBZ que se juntaram para as gravações, na biblioteca da comunidade jesuíta da Brotéria.
Rui M Fernandes sj