John Philipp Jeningen beatificado amanhã Ellwangen, na Alemanha

Jesuíta nascido na Baviera no século XVII, pediu várias vezes para ser enviado para as missões na Índia, mas acabou por ser um missionário em terras europeias. Já em vida tinha fama de santidade.

Jesuíta nascido na Baviera no século XVII, pediu várias vezes para ser enviado para as missões na Índia, mas acabou por ser um missionário em terras europeias. Já em vida tinha fama de santidade.

Será beatificado amanhã, dia 17, em Ellwangen, na Alemanha, o jesuíta John Philipp Jeningen, missionário do século XVII nas aldeias alemãs e que ganhou fama de santidade ainda em vida. A cerimónia é presidida pelo cardeal Hollerich, jesuíta e arcebispo do Luxemburgo.

John Philipp Jeningen nasceu a 5 de fevereiro de 1642, em Eichstatt, na Baviera, Alemanha. Filho de um respeitado ourives, foi criado numa família piedosa durante os últimos distúrbios da Guerra dos Trinta Anos. Com 14 anos pediu para entrar na Companhia de Jesus, mas não foi admitido por causa da oposição do pai. Então, foi estudar dois anos de Filosofia e um de Teologia na universidade de Ingolstadt.

Ao longo de sete anos lutou contra a oposição dos pais, mantendo firme o seu desejo de ser jesuíta, e quando o pai adoeceu acabou por vê-lo mudar de opinião. Ingressou, então, na Companhia de Jesus. Entre 1665 e 1666, já depois de acabar o noviciado, ensinou gramática em Dilinga e em Ingolstadt. Fez a Terceira Provação em Alotting e depois voltou ao ensino entre 1675 e 1680.

No final de maio de 1680 chegou a Ellwangen, onde ficou responsável por uma pequena capela para peregrinos dedicada a Nossa Senhora. A sua dedicação foi tanta que ao fim de um ano já era visível um notável aumento de peregrinos, pelo que conseguiu obter uma autorização para construir uma igreja maior. Esta igreja, considerada uma joia do estilo barroco, foi construída com todos os seus esforços e tornou-se num santuário mariano e um centro de peregrinação muito popular, isto numa altura em que estes complexos eram relativamente raros na Alemanha.

Movido pelo desejo do martírio, escreveu cerca de 20 cartas pedindo aos seus superiores para o enviarem para as missões na Índia, embora em vão. Contudo, o seu trabalho missionário tornou-se célebre. Em 1680 fez a sua primeira visita missionária nas redondezas de Rohlingen, onde foi a muitas aldeias com o intuito de revitalizar a moral católica e as práticas religiosas. Com o tempo, as suas atividades estenderam-se a quatro dioceses e a sua influência chegou a todo o tipo de pessoas.

A sua espiritualidade destava-se por uma profunda confiança na Divina Providência e a sua devoção a Nossa Senhora e à Eucaristia foram as suas fontes principais de inspiração. Foi agraciado por diversas experiências místicas e por uma fé inquebrantável.

Abundam relatos sobre a sua virtude, curas que fez e surpreendentes previsões que enunciou. Já em vida era considerado santo.
Recebeu o título de venerável a 21 de dezembro de 1989.

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.