O Ponto SJ quer saber o que pensam os jovens sobre a Igreja e o modo como ela os acompanha. Para isso, está a dinamizar um inquérito online onde pretende recolher o máximo de respostas sobre a relação dos mais novos com a Igreja, o que consideram que está bem ou precisa de ser melhorado, e como se sentem acompanhados. Esta iniciativa surge no âmbito da dinâmica sinodal em curso e pretende fazer chegar ao Secretariado do Sínodo dos Bispos o resultado desta auscultação que abrange jovens entre os 15 e os 35 anos.
“Acompanhar os jovens na criação de um futuro cheio de esperança”. Esta é uma das quatro preferências apostólicas universais da Companhia de Jesus para o decénio 2019-2029. E foi no contexto da promoção desta prioridade pastoral que foi lançado este inquérito para aferir a forma como os jovens sentem que a Igreja os ajuda na sua caminhada, seja na tomada de decisões, no seu autoconhecimento e também no aprofundamento da fé. Ao fim de duas semanas, já tinham sido recolhidas mais de 200 respostas, cujos resultados foram alvo de uma análise preliminar. Contudo, dado o interesse que este inquérito suscitou, o Ponto SJ decidiu alargar a sua difusão, comprometendo-se depois a transformá-lo num contributo para o Sínodo em curso. O inquérito pode ser preenchido até dia 23 de março– dia em que mensalmente se assinala a caminhada para a Jornada Mundial da Juventude.
Dado o interesse que este inquérito suscitou, o Ponto SJ decidiu alargar a sua difusão, comprometendo-se depois a transformá-lo num contributo para o Sínodo em curso. O inquérito pode ser preenchido até dia 23 de março– dia em que mensalmente se assinala a caminhada para a Jornada Mundial da Juventude.
Os dados preliminares deste inquérito apontam já algumas ideias concretas e interessantes sobre a relação da juventude com a Igreja. Dos 220 jovens que já responderam (34% rapazes e 66% raparigas) quase 80% dizem estar ligados a alguma comunidade ou paróquia. A sua forma de participação é muito diversificada. São vários os jovens ligados ao Corpo Nacional de Escutas, aos Grupos de Vida Cristã da Companhia de Jesus, a grupos de jovens paroquiais, às Equipas de Jovens de Nossa Senhora ou à Comunidade de Vida Cristã (CVX). Entre as formas de colaboração com a comunidade destaca-se o ser catequista, o participar no coro, o animar campos de férias ou o voluntariado. As respostas chegaram na sua grande maioria de Lisboa, mas foram registadas respostas de quase cinquenta localidades (Porto, Coimbra, Tavira, Alenquer, Famalicão, Santo Tirso, Alqueirão da Serra, Alter do Chão, entre outras).
Questões abertas – Olhar dos jovens sobre a Igreja
Uma parte das questões do inquérito é apresentada como pergunta aberta. Ao analisar essas respostas verifica-se que muitos jovens referem o facto de experimentarem a Igreja como comunidade reconhecendo a sua importância como lugar de integração. Mas, quando questionados sobre os aspetos em que a Igreja deve melhorar, há uma significativa preocupação com a dimensão do acolhimento e da aceitação. A este nível são variadas as referências à necessidade de uma maior aceitação das pessoas com orientação homossexual/LGBT. O papel da mulher na Igreja e na sociedade foi também mencionado diversas vezes como uma realidade em que a mudança deve ser ponderada. Há também diversas respostas que manifestam preocupação como clericalismos, as divisões na Igreja e com a falta de uma oferta de formação adequada tanto de sacerdotes como de leigos.
Há por parte de alguns jovens o desejo de mais disponibilidade e proximidade por parte de quem os possa acompanhar na Igreja e o desejo de haver uma maior disponibilidade para acederem ao sacramento da reconciliação.
As inquietações dos jovens relacionam-se essencialmente como o futuro, nomeadamente no que respeita às escolhas vocacionais e às opções quanto ao trabalho e à família. As dúvidas quanto à temática da morte ou a preocupação com as alterações climáticas aparecem também entre os temas mencionados por quem respondeu ao inquérito.
A este nível são variadas as referências à necessidade de uma maior aceitação das pessoas com orientação homossexual/LGBT. O papel da mulher na Igreja e na sociedade foi também mencionado diversas vezes como uma realidade em que a mudança deve ser ponderada.
Questões qualificativas – Ser ajudado pela Igreja
Outro conjunto de questões procurou apurar o modo como os jovens sentem que a Igreja os ajuda em diversas dimensões da vida. As respostas recolhidas revelam que os jovens sentem que a Igreja os ajuda na tomada de decisões, na vivência da vida, nas relações familiares ou na participação cívica e política. É no que diz respeito a uma vivência saudável da afetividade e da sexualidade que se encontra um maior número de jovens a sentirem que a ajuda da Igreja é irrelevante (quase 33%).
Conversa online – Acompanhar os jovens na criação de um futuro cheio de esperança
Os resultados preliminares deste inquérito servirão também para retirar questões e preocupações que serão levadas à conversa online que decorrerá na sexta-feira, dia 25, às 18h, e que será transmitida a partir do Centro Universitário Padre António Vieira, em Lisboa. O encontro/debate junta Rita Cassiano Santos, jovem aluna do Colégio São João de Brito, Rui Teixeira, escuteiro e representante português no Sínodo dos Jovens, Fátima Perloiro, psicóloga do Colégio São João de Brito e o P. Duarte Rosado, que assumirá em breve a coordenação da pastoral juvenil dos jesuítas.
Esta conversa é a quarta de uma série de conversas que o Ponto SJ promoveu sobre as quatro Preferências Apostólicas Universais da Companhia de Jesus. Pode ser vista na sexta-feira nas redes sociais e no Ponto SJ.
Para responder ao INQUÉRITO basta aceder aqui.
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.
