Apelo à ONU pede intervenção na libertação de jesuíta indiano

No próximo dia 15 de janeiro assinalam-se 100 dias da prisão do P. Stan Swamy, jesuíta Indiano defensor dos Direitos Humanos. Uma petição dirigida à Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, pede a sua intervenção.

Está em marcha um apelo dirigido à Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, para que faça uma intervenção em favor do P. Stan Swamy, sj, jesuíta indiano que foi preso a 8 de outubro. Este documento, lançado por um grupo de claretianos que trabalham junto das Nações Unidas, é mais uma das iniciativas que têm sido lançadas um pouco por todo o mundo no sentido de exigir a libertação do jesuíta defensor dos direitos humanos na Índia.

O P. Stan Swamy, sj foi preso sob custódia da autoridade anti terrorista da Índia, a National Investigation Agency (NIA), por alegadas ligações maoístas, mas diz-se inocente destas acusações. A detenção teve lugar na residência da Companhia de Jesus situada na periferia de Ranchi, localidade do Estado de Jharkhand que fica na zona oriental da Índia.

O P. Stan tem 83 anos, sofre de Parkinson, apresentando atualmente um estado de saúde de enorme debilidade. Desde que foi preso tem sido difícil assegurar-lhe as condições mínimas de dignidade. Foi forçado a dormir no chão durante vários dias e, só depois de vários protestos que se prolongaram por mais de um mês, lhe foi dado um copo com palhinha, utensílio de que necessita para conseguir beber água autonomamente.

Ao longo de cinquenta anos, o sacerdote jesuíta tem trabalhado incansavelmente em favor de grupos de marginalizados, nomeadamente contra as expropriações injustas que têm atingido a comunidade Adivasis, povo indígena do Estado de Jharkhand.

Ao longo de cinquenta anos, o sacerdote jesuíta tem trabalhado incansavelmente em favor de grupos de marginalizados, nomeadamente contra as expropriações injustas que têm atingido a comunidade Adivasis, povo indígena do Estado de Jharkhand.

O jesuíta indiano considera que o Estado o persegue devido à sua dissidência no que respeita a várias políticas do governo e à sua luta em favor dos direitos dos Adivasis. O P. Stan trabalha há décadas em defesa dos direitos de terra dos Adivasis, documentando o abuso de poder contra os jovens indígenas, falsamente acusados por defenderem os seus direitos. O jesuíta apresentou em Tribunal uma ação pública contra o estado de Jharkhand em nome de 3000 indígenas presos e é o último de entre 16 ativistas que foram detidos, entre os quais se encontram os conhecidos advogados defensores dos direitos Arun Ferreira e Sudha Bharadwaj e os escritores Vernon Gonsalvez e Varavara Rao.

Desde de outubro que a Companhia de Jesus e diferentes organizações religiosas e da sociedade civil se têm mobilizado na Índia e a nível internacional em defesa do P. Swamy, e de outros ativistas dos Direitos Humanos.

Até dia 15 de janeiro está disponível para ser assinado um apelo dirigido à Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, pedindo a sua intervenção em favor do P. Stan Swamy e dos outros ativistas presos. A 20 de outubro de 2020 Michele Bachelet fez uma declaração apelando ao Governo da Índia para garantir os direitos dos defensores dos direitos humanos na Índia. Nessa declaração fez uma referências explícita ao caso do P. Stan.

Esse apelo pode ser lido aqui (em Inglês) e assinado aqui a nível pessoal ou institucional.