A alegria do encontro do tesouro escondido

Importante é também relembrar que é da alegria experienciada que partimos para a missão que nos é confiada, como sendo a força motriz que nos leva a querer espalhá-la com os que connosco caminham.

No Evangelho, Jesus ao comparar o Reino dos Céus a um tesouro escondido num campo ou a uma pérola única, relembra-nos da preciosidade à qual a nossa vida é chamada a ser. Mais ainda, estas analogias destacam uma alegria que brota deste reconhecimento e que nos impele à coragem de largar tudo para o conseguir.

De facto, é uma graça muito grande o dom da fé que nos é concedido e que nos permite reconhecer a Verdade que somos chamados a viver. Um dom que se nos insinua sobretudo nas pequenas coisas da vida quotidiana onde somos desafiados a experimentar esta alegria que não depende simplesmente da facilidade ou das dificuldades com que nos deparamos a cada dia.

Henry Nouwen, no seu livro ‘Aqui e Agora’, consagra o primeiro capítulo justamente a esta alegria, meditada como uma escolha, como algo que resulta da expressão da liberdade concedida por Deus, e que é resultado da nossa confiança no Seu amor por nós.

O caminho de cada um pode ser inconstante, marcado por uma diversidade de cenários e/ou personagens, mais ou menos agradáveis, mas que não impede que cada dia seja uma oportunidade para identificar esta alegria. E ainda que cada um a viva de diferentes formas, sem negar um sofrimento que possa estar presente, importa sobretudo reconhecer que há uma alegria que permanece, como uma luz que nunca se apaga no seu coração pela certeza de que este tesouro foi encontrado e já lhe pertence, agora, hoje e sempre.

Importante é também relembrar que é da alegria experienciada que partimos para a missão que nos é confiada, como sendo a força motriz que nos leva a querer espalhá-la com os que connosco caminham e que é oportunidade para crescermos na relação com Jesus e de confirmamos o Seu amor anteriormente recebido e reconhecido.

Aproveitemos este tempo mais propício ao descanso e ao abrandar das rotinas para exercitar o nosso olhar no reconhecimento das pequenas alegrias que fomos e somos convidados a viver. Em cada dia, ao modo inaciano, saibamos dar graças pelos tesouros recebidos, pedindo a luz necessária para os reconhecer.

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.