Nelson Faria e João Sarmento ordenados diáconos

Os jesuítas Nelson Faria e João Sarmento foram ordenados diáconos, juntamente com outros oito jesuítas.

O aspecto geométrico da igreja do bairro da Ventilla, em Madrid, foi testemunha, no dia 9 de fevereiro, às 18 horas, da ordenação diaconal de dez companheiros jesuítas, entre os quais dois portugueses: o Nélson e o João Sarmento.

Como é habitual nestas ocasiões, o nervosismo e a emoção competiam no coração dos presentes, e naturalmente, mais no dos ordenandos. Mas apesar da típica agitação espanhola, a cerimónia foi fluída, com os vários momentos a sucederem-se com a naturalidade que a liturgia impõe.

Durante a homilia, o cardeal D. Carlos Osoro Sierra, arcebispo de Madrid, escudando-se na passagem do profeta Isaías – ‘E ouvi a voz do Senhor que dizia: «Quem enviarei Eu? E quem irá por nós»? Então eu disse: «aqui estou, enviai-me»’, – exortou os novos diáconos a assumir todas as consequências da diaconia, sobretudo no serviço aos mais pobres. Recordou-lhes que eram diáconos pela graça de Deus e servidores do Evangelho da alegria, da paz e da reconciliação, e que, como tal, teriam que superar as meias-palavras a que apontam o medo e a mediocridade, e assumir a Palavra única e verdadeira que é revelada no Evangelho de Cristo.

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Nelson Faria

Sustentados pela originalidade do carisma da Companhia de Jesus e conscientes deste graça, cada diácono foi encorajado a entrar na profundidade da vida, atravessar a espessura líquida da superficialidade, e à semelhança de Pedro, a «remar mar adentro», lançando as redes para os espaços mais escuros e afastados do coração humano.

Depois da cerimónia, os neodiáconos e convidados dirigiram-se ao colégio Padre Piquer, contiguo à Igreja, onde partilharam, entre rissóis, empanadas e cervejas mahou, a alegria da ordenação dos novos servidores de Cristo.

Já no final da noite, os rostos cansados dos últimos resistentes tinham a marca da certeza de terem vivido um dia inesquecível, daqueles que regressam na constante edição da nossa memória, acompanhados sempre com o mesmo sorriso cúmplice e benevolente de alguém que esteve presente.

Termino com a epígrafe que os neodiáconos escolheram como mote e tom de fundo de toda a cerimónia, tal como estava impresso no guião da mesma: para que ao nome de Jesus, todo joelho se dobre nos Céus, na Terra e nos Infernos (Fil 2,10). Espalhar esta mensagem é, desde este dia, a sua grande responsabilidade.

 

 

Francisco Cortês Ferreira, sj