Ser LD na JMJ Lisboa 2023

Para encontrar Jesus na Jornada Mundial da Juventude apenas precisei de olhar o rosto e o sorriso dos que me rodeavam, na alegria e na leveza do serviço, do encontro, da partilha.

Terminou a JMJ Lisboa 2023. Neste tempo tão curto, passou-se tanta coisa, boa e menos boa. Mas foi sem dúvida uma oportunidade única de encontro, de partilha, de aprendizagem. Hoje partilho um bocadinho daquilo que foi para mim viver esta experiência.

Talvez tenha sido mais difícil do que esperava encontrar Deus no Santo Padre, o nosso querido Papa Francisco. Mas por outro lado, foi tão fácil de O encontrar nos rostos dos que estavam tão próximos. Talvez seja a lição que levo desta JMJ. O Santo Padre carrega consigo a beleza dos atos e das palavras fortes; alguém até me falava estes dias do seu olhar de santidade com que apresenta Jesus a todos. Carrega Jesus para a Igreja una, santa, católica e apostólica, mas também universal, para todos, como o próprio Papa tanto sublinhou.

Mas encontrar Deus estes dias foi, ainda assim, muito mais simples do que encontrar o Papa entre os milhares que o procuravam ver passar, que encavalitavam os telemóveis para tentar o vídeo perfeito!

Quando penso nesta semana intensa e penso no encontro privilegiado que eu tive com Jesus recordo-me de três grupos tão distintos, mas tão de Deus, tão Igreja, tão memoráveis para mim.

Encontrei Cristo no nosso grupo de voluntários paroquiais. Estes 20 jovens que serviram todo este tempo com um sorriso no rosto, com amor e seguindo o exemplo de Cristo mesmo sem o notarem. Traziam-nO consigo na alegria, no companheirismo, na interajuda e na disponibilidade.

Encontrei Jesus nas Irmãs Missionárias da Caridade que seguiram tão bem o exemplo de Santa Teresa de Calcutá: servir a amar os mais pobres dos pobres, os esquecidos dos esquecidos. Na Colina do Encontro, no dia da missa de abertura da JMJ Lisboa 2023, que ficaram na tenda eucarística para distribuírem a comunhão aos ministros extraordinários da comunhão,  depois destes  levarem Jesus a todos os jovens presentes. Servindo assim aqueles que foram servir, sem serem vistas por todos. Lá, serenas, felizes e plenas, apenas aguardavam a sua missão. E que missão tão bela, tão de Cristo…

Por fim, encontrei Cristo Vivo nos 400 peregrinos que recebemos e que tão bem nos acolheram mesmo quando não éramos o sonho de anfitriões. Quando lhes dávamos ordens, quando os deslocávamos do seu alojamento ou não éramos prestáveis como nos era pedido. Aí senti que a minha rigidez foi acolhida com paz, alegria e aceitação. Foram para mim exemplo de Cristo paciente que conhece a conversão dos pecadores, aquele que se alegra no encontro com cada um. Mesmo no meio do caos o que mais recebi foram agradecimentos pelo acolhimento, pelo cuidado, sorrisos, recordações, promessas de encontros futuros…

Em tudo tentei-me dar como Jesus, mas tantas vezes vi que Jesus se mostrava a mim naqueles pequeninos que me rodeavam. Não era eu testemunho do seu amor, não por me dar como ele. Pelo contrário, era a sortuda que O recebia em cada rosto, em cada momento, em cada sorriso.

 

Diana Peixoto
Caparica-Pragal, 2022-2023
São Tomé e Príncipe, 2021-2022