O Chapéu

E, como quando alguém tem uma boa ideia ou uma que funciona, esta deve ser partilhada, expandida, adaptada e adotada, queremos disseminá-la por São Tomé (e se possível, pelo resto do Mundo).

6 meses se passaram… E hoje volto a acordar ao som do mar, preparada para sair. Escrevo para vos manter em missão comigo, connosco, como prometido. Falo, desta vez, de outro projeto que acompanho, o grande chapéu dos projetos dos Leigos para o Desenvolvimento (LD), “O” Grupo Comunitário.

Acredito que nem todos os que me lêem neste momento saibam o que é um, por isso, deixo-vos uma breve explicação retirada do livro “Manual de Práticas e Métodos sobre Grupos Comunitários” da autoria do Prof. Dr. Rogério Roque Amaro. Um Grupo Comunitário é uma receita que resulta de quatro ingredientes chave: a participação da comunidade; a parceria das Instituições e Serviços; o trabalho e ação conjunta; com vista ao Bem-Estar e ao Bem-Viver da Comunidade. É o ponto de encontro entre as diferentes entidades presentes numa comunidade (a comunidade e as Instituições e Serviços) que, trabalhando em conjunto, pretendem alcançar o Bem-Estar e o Bem-Viver da Comunidade, experienciando um modelo de governança partilhada horizontal.

Estes Grupos podem surgir em qualquer contexto, no entanto, habitualmente têm surgido em contextos de vulnerabilidade social. Assim, surgindo a necessidade, a comunidade de Porto Alegre, no distrito de Caué, em parceria com os LD criou, em 2012, o Grupo Comunitário de Porto Alegre, o primeiro de São Tomé e Príncipe. Conta, por isso, com já alguns anos de história e eu acredito que no que toca a este assunto de governança partilhada, Porto Alegre está anos-luz à frente. Este será o futuro da nossa sociedade e está a amadurecer e a ganhar força nos países que classificamos como “em desenvolvimento”.

E, como quando alguém tem uma boa ideia ou uma que funciona, esta deve ser partilhada, expandida, adaptada e adotada, queremos disseminá-la por São Tomé (e se possível, pelo resto do Mundo). Para isso estamos a realizar seminários de divulgação. Começamos com um na Cidade de São Tomé, que foi a apresentação do livro que acima vos falei e iremos realizar outro, no final de março, no Distrito de Caué. Queremos que os dois grupos existentes em São Tomé, o GC de Porto Alegre e o GC da Boa Morte (pertencente ao distrito de Água Grande) partilhem as suas histórias, os seus desafios, as suas vitórias e assim plantem, nos que assistem, a vontade de fazer, a vontade de lutar por mais, a vontade de, mais uma vez, todos sermos atores no desenvolvimento de São Tomé.

Foste picado pelo mosquito do Grupo Comunitário? Procura um perto de ti!
Atreves-te a ter voz nos assuntos que te dizem respeito?

Sofia Costa
S. Tomé e Príncipe, 2018-2019