O Projeto Bairro Limpo, do Grupo Comunitário da Boa Morte (GCBM), em São Tomé e Príncipe, continua a dar passos na implementação do modelo comunitário autónomo e sustentável de recolha de resíduos sólidos urbanos, há muito sonhado pela comunidade.
Nos últimos meses, com a colocação de mais quatro caixotes de lixo, cinco diferentes sessões de sensibilização, quatro pequenas formações em compostagem e o arranque do primeiro compostor comunitário, este sonho, em parte já concretizado, tem vindo a crescer com os feitos que, apesar dos constrangimentos encontrados e a exigência dos tempos vividos, com dedicação e entrega, suor e, claro, chuva, se têm conquistado.
Os caixotes de lixo foram colocados em diferentes zonas do bairro da Boa Morte, procurando assim sensibilizar diferentes pessoas. Assim, foi colocado um caixote entre a Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Evangélica, procurando que todos se sintam não só responsáveis por este caixote, mas agentes por um bairro mais limpo. Um segundo caixote foi colocado em São João da Cruz, entre a lavandaria e o centro da Associação para Reinserção de Crianças Abandonadas e em Situação de Risco (ARCAR), procurando fazer do teatro, ferramenta de sensibilização. Os dois últimos caixotes estão associados ao Roteiro da Boa Morte (produto único, diferenciado e focado na promoção e divulgação da enorme riqueza cultural existente no Bairro da Boa Morte), procurando assim alinhar, numa só frente, os dois grandes projetos do GCBM, fazendo da sensibilização porta a porta um meio. Já são 11 os caixotes colocados no Bairro da Boa Morte. “A mudança de atitude individual permanece chave.”
Ao longo dos últimos seis meses quase quarenta pessoas receberam formação em compostagem com formadores do próprio Bairro. Pessoas estas que levarão a compostagem até aos seus quintais, valorizando assim cerca de 80% dos resíduos que produzem diariamente.
Procurando uma solução que concorra com a recolha porta a porta, e sem custos associados, o Bairro Limpo tem acompanhado o arranque do primeiro compostor comunitário na zona de Café-Café. É com esperança que têm visto nove famílias a juntarem os seus resíduos orgânicos para encontrarem a valorização dos mesmos, deixando a sua zona mais limpa, com menos fumo.
E assim, procurando pequenos passos, o GCBM vai convertendo a própria comunidade a quem serve, que começa a ficar mais crente e envolvida neste sonho de uma Boa Morte mais limpa.