A formação dada teve em conta a realidade concreta dos jovens da comunidade do Alto Catumbela, que têm pequenos negócios que vão desde a carpintaria, à produção de mel, à costura, à agricultura, entre outros. As temáticas lecionadas abordaram os conceitos de empreendedorismo, a análise de concorrência, estratégias de promoção de negócio, bem como a estrutura financeira de um negócio.
A formação foi dada por Fernando Sabanha Barbante, que já tinha sido beneficiário de um dos projetos dos Leigos para o Desenvolvimento em Benguela. Como o próprio conta: “Eu conheci os Leigos para o Desenvolvimento em 2008, fiz a formação no Centro Juvenil do Bairro da Graça promovida pelos Leigos em 2009.”. Com os conhecimentos adquiridos nesse tempo nunca mais parou “Desde esse tempo para cá, tornei-me um mentor, ao vencer o Concurso de Ideias do GAIVA em 2016/2017, foi um ponto de viragem, partilhei as minhas histórias quer no Clube de Debate, nas Histórias incríveis, nas várias rúbricas que os Leigos foram criando e sempre fui um membro e um colaborador ativo para ajudar à causa. O contacto com os LD transformou a minha vida, a partir do que já era uma semente no meu coração – servir a minha comunidade e devolver aquilo que os voluntários dos Leigos ao longo dos anos me passaram como ´missão´”.
Para Fernando Barbante ter a oportunidade de estar agora na nova missão dos LD, no Alto Catumbela, como formador é segundo ele “um ponto de viragem para mim depois de tantos anos, ter construído a minha empresa, tendo passado por várias áreas e deste modo, é uma forma de retribuir aquilo que os LD um dia semearam no meu coração – a missão de partilhar e transformar outras vidas. Assim, acreditamos que estamos a contribuir com as primeiras sementes para transformar os micro-empreendedores aqui no Alto Catumbela”.
Foram dias de muitas aprendizagens e partilhas para os 24 jovens que participaram nesta formação e, para Guilherme Kalembe, foi tempo de aprender “quais são as maneiras de gerir um pequeno negócio, ser um empresário, não sabia ao certos termos dentro da empresa, o que se pode ou não se pode fazer enquanto empreendedor. Assim, depois de aprender a parte teórica, acredito que irei aprender também na prática, e aplicar no meu pequeno negócio.”
Questionado sobre o que mais gostou no decorrer da formação, disse “o formador ter muita experiência prática, de terreno e, perceber que existem outros jovens que têm ideias de negócio parecidas com as minhas. Possivelmente, seremos muitos a implementar as nossas ideias e a desenvolver a mesma comunidade, o Alto Catumbela. Por exemplo, se eu não tiver o produto, eu próprio posso indicar outro produtor dentro do AC que terá o mesmo. Acredito que a formação poderá ajudar os jovens pois cada um obteve os conhecimentos para empreender o seu próprio negócio.”