E assim se cumpre um sonho

Neste lugar onde sou feliz, aquilo que mais me alegra e preenche são as pessoas. As crianças que correm ao nosso encontro e nos saúdam com uma verdade que se encontra especialmente nelas. Este modo de ser e esta espontaneidade encantam-me!

E assim se cumpre um sonho… Ao final de dois meses de missão em Angola, sinto que estou verdadeiramente aqui. Que todas as dificuldades sentidas, todas as ânsias, dúvidas e incertezas culminam na certeza de estar no lugar certo no tempo certo. Onde Deus me chama a estar. Aqui em missão, como sempre quis estar.

Apetece-me muito falar das pessoas que aqui encontrei e de como são porto seguro. Os seus sorrisos são cheios de graça e inspiração. Fazem-nos querer fazer mais e melhor a cada dia. Fazem-me feliz. É por eles e com eles que vivo e peço a Deus a capacidade de fazer o melhor que posso no projeto que me foi confiado e com esta comunidade.

Neste lugar onde sou feliz, aquilo que mais me alegra e preenche são as pessoas. As crianças que correm ao nosso encontro e nos saúdam com uma verdade que se encontra especialmente nelas. Este modo de ser e esta espontaneidade encantam-me! Os seus sorrisos mostram-me um mundo pleno de amor. Onde a esperança é possível, onde acreditamos mais a cada dia, que apesar das contrariedades e dificuldades caminharemos juntos, neste caminho nem sempre fácil, mas sempre acompanhado por Deus.

A crença em Deus e naquilo que Ele quer para nós faz-se notar na capacidade de entrega que vemos. Nestas mães dedicadas à família alargada, facilmente percebemos que no mesmo quintal vivem várias gerações da família, pais, filhos, netos, tios e primos, casas cheias mas onde cabe sempre mais um, sentimo-nos sempre tão bem acolhidos. Por outro lado, quando perguntamos a alguém onde mora percebemos facilmente qual é a família a que pertence, porque todos moram no mesmo pátio ou muito próximos. Este sentimento de pertença é visceral. “- São família “, dizem às vezes as crianças quando perguntamos quem é alguém que não conhecemos e que está na sua companhia. Vivemos aqui o sentimento de família e família alargada, de bairro, de terra, o ser de um sítio concreto, o pertencer a uma história familiar, ter o seu lugar. E cada um tem o seu, e é muito especial!

Neste tempo de Natal que terminou quero muito agradecer a possibilidade de estar aqui e de poder viver um tempo único. Tenho todos os que me são queridos no coração e sinto que eles estão a viver intensamente esta missão comigo. Isso é uma grande Graça também!

Liliana Fereira
Benguela, 2018-2019