Nunca percebi muito bem, até chegar aos Leigos para o Desenvolvimento, o que significava fazer caminho. Muitas vezes na minha oração, no meu dia-a-dia, sentia uma grande vontade de servir a Deus, este era e continua a ser o meu sonho.
Desde de pequena que sonhava ir em missão para África, não sou a primeira, nem serei a última, mas, dentro de mim ia crescendo esta vontade de estar ao serviço de Deus naquele continente que, nem sei bem porquê, me cativava.
Por ser um sonho profundo, sentia que era também vontade de Deus.
Que bom, não é? Eu sonho, Deus quer e… calma a obra ainda não tinha nascido, pelo menos ainda não desta forma.
O sonho continuava e eu dava voltas e voltas à cabeça, procurava num sítio e depois noutro, chegava até a ser um bocadinho cansativo ir atrás deste desejo que não sabia se iria ou não realizar, ou quando, ou como, ou onde.
Apesar de tudo, sabia que estava no sítio certo e continuava à procura!
Deus quis que eu fizesse novamente a formação dos Leigos para o Desenvolvimento e que bom que assim foi. Sou uma pessoa medrosa, embora finja que não, e como Deus me conhece, sabia bem que precisava de tempo. Percebi, então, o que é fazer caminho.
Fazer caminho é deixar a obra de Deus ir nascendo em nós! Não há que ter medo, porque Deus conhece-nos de uma maneira tão profunda que sabe o que nós, realmente, precisamos. Para mim, o mais belo de tudo isto, é, que apesar de saber teoricamente que Deus me conhece, agora, depois de um caminho cheio de curvas e contra curvas, não só sei, como o sinto.
É engraçado, porque para fazer caminho é preciso partir, deixar algumas coisas para trás, mas também ir dando passos até chegar ao sítio. Eu cheguei a uma terra onde o Cristo que é Rei me acolhe de braços abertos!
Sinto uma grande alegria em ser acolhida numa comunidade muito especial. Os LD só cá estão há um ano, e por isso, o nosso trabalho ainda está no início, sendo que, ainda temos todo um novo caminho para fazer.
Ainda cheia de medo, mas, em mim, permanece a confiança que Jesus não me larga por um segundo, e que se faz presente nas pessoas com quem me cruzo na rua, sejam jovens, mulheres, crianças, padres, leigos, isso não importa. Deus faz-se presente em cada um de nós e é assim que a obra nasce!
Maria Correia
Caparica-Pragal, 2019