Quando cheguei em setembro de 2022 ao Monte da Caparica, à missão dos Leigos para o Desenvolvimento, fui recebido por Cristo Rei de braços abertos. Da janela da nossa casa tenho a graça de poder ver todos os dias a imagem do Cristo Rei, um Cristo Rei voltado de costas para nós, e que durante muito tempo me perguntei porque será que ele está de costas voltadas.
Agora, e a pouco tempo de terminar este ano de missão, algo começa a fazer sentido na minha cabeça: Cristo Rei que me recebeu de braços abertos, e que de costas voltadas para mim me protegeu durante este ano de missão. O mesmo que agora me diz. vai tranquilo e em paz que eu ficarei para os proteger, tal como fiz contigo. Como me tinha dito no início, há coisas que tu não percebes agora, mas mais tarde vais perceber, agora e a pouco tempo de ir embora, vou em paz e confiante que Cristo protegerá esta comunidade, que como Cristo sabe acolher, proteger, dar sem receber.
Muito pouco foi aquilo que dei, mas muito foi aquilo que recebi, levo esta comunidade da Caparica-Pragal no coração. Hoje e enquanto escrevo experimento o seu amor, o amor de um Cristo vivo, passam todas as caras que mais ou menos tempo, saiba ou não o seu nome, conheci ou partilhei algum momento durante esta missão, e foram muitas, tantas que não caberiam neste texto.
Foram tempos de consolações, encontros, desafios, alegrias, tristezas, desânimos, deceções, cansaços, descobertas e uma certeza, sem Cristo não seria possível.
Obrigado, Senhor!
Manuel Guimarães
Caparica-Pragal, 2022-2023