Comunidade de Malanza junta esforços em recolha de lixo

Na linha de praia perfilaram-se os militares do Destacamento de Porto Alegre, munidos das “armas” para esta “batalha” ecológica e fazendo frente ao lixo acumulado entre areia e rochas ao longo de sucessivos meses.

Foi no passado dia 23 de novembro que os habitantes de Vila Malanza procederam à limpeza da praia – uma necessidade há muito sentida pela Associação Forte da Comunidade de Malanza – e onde nem a ajuda das forças militarizadas faltou.

“Avisa-se toda a comunidade de Malanza que haverá atividade de limpeza de lixo”. Foi assim que a Associação Forte da Comunidade de Malanza (acompanhada pelos Leigos para o Desenvolvimento desde a sua génese) começou o aviso colocado nas quitangas –  não esquecendo a referência ao almoço a fechar a jornada, que foram reforçando no “passa a palavra” nos dias que antecederam a atividade.

O início dos trabalhos estava marcado para cedo: 7h. Cedo… ou não tão cedo, se considerarmos que às 5h já a maior parte dos homens e rapazes estão no campo, ou no seu trabalho na Agripalma (2).

Encontradas as panelas e rachada a lenha para o lume que haveria de cozer o almoço, ficaram Siley e Maqueba responsáveis pela preparação do peixe, com arroz de feijão e fruta-pão.

E já no ponto de encontro informado se juntavam crianças que, entusiasmadas pela novidade da separação dos lixos, se atropelavam na busca por um saco para avançar com a recolha.

Na linha de praia perfilaram-se os militares do Destacamento de Porto Alegre, munidos das “armas” para esta “batalha” ecológica e fazendo frente ao lixo acumulado entre areia e rochas ao longo de sucessivos meses.

As (muitas) crianças competiam para um pódio imaginário da recolha de plástico, enquanto os homens, maioritariamente pertencentes aos órgãos sociais da Associação, agora regressados dos campos, se empenhavam em juntar e queimar os resíduos naturais: troncos, ramos, folhas, cascas de coco.

Sob um céu azul e de Sol escaldante, a comunidade viu os sacos encherem-se de plástico e o areal ficar mais limpo. As crianças foram celebrando com um banho no rio Nguembela, e os adultos procuraram refrescar-se com um copo de vinho de palma ou uma cerveja.

Terminados os trabalhos, que se centraram no lado costeiro e evidenciaram a necessidade da repetição da iniciativa, para limpeza do outro lado da rua, todos rumaram à zona da Agulha, com os seus pratos e talheres, em busca do merecido almoço – que teve o apoio da ONG MARAPA.

(1) Quintanga ou Quitanda = Pequena loja (muitas vezes apenas um balcão numa janela) onde é possível comprar mercearias e legumes.
(2)
Agripalma = Empresa agro-industrial dedicada à produção de óleo de palma.