Antes de começar por explicar qualquer coisa, ou escrever sobre este tema, vamos tentar perceber o que é um campo. Melhor, o que é um campo de Gambozinos?

Como a maioria dos leitores deste jornal deve saber, os Gambozinos são uma associação juvenil sem fins lucrativos etc. etc. etc.… A grande questão que se põe é: mas porque é que os Gambozinos, que aos olhos da sociedade são tão distintos entre si, se inscrevem todos os anos nos campos de verão?

Para se obter este impacto na vida dos Gambozinos, sejam eles animados ou animadores, é preciso muita preparação e dedicação. Muita oração e (bom) tempo dedicado ao essencial, porque “uma só coisa é necessária”.

Podemos encontrar todas estas exigências na preparação de um campo de verão. Tudo começa num fim-de-semana.

O fim-de-semana começa por juntar os quatro elementos da direção (Diretor, Diretor-Adjunto, Mamã e Padre) e treze animadores. Todos eles de núcleos distintos. É logo nesta pequena grande diferença que se começa a viver e a sonhar um campo. Aliás, se fossem todos melhores amigos e do mesmo núcleo, não resultava. Esta é a primeira magia e o primeiro passo do campo: conhecer e partilhar a nossa vida com um “desconhecido”. Só assim, conhecendo-nos e conhecendo quem está ao nosso lado, é possível começar a juntar peças. É na diferença que está a inovação.

No decorrer dos dias, são nos propostas várias tarefas. Uma das primeiras é o Plano de Campo. Plano de Campo… a dor de cabeça que isso dá! Este tem muitas regras base que, sem elas, seria apenas um conjunto de jogos sem sentido, com algumas refeições, banhos no meio e, por acaso, falar-se-ia de Jesus lá por volta das 10h00. NÃO! É no Plano de Campo que se começa a rezar o campo. Começa-se por falar das idades que vão fazer o campo, de seguida adapta-se o tema dos BDS’s à idade, divide-se esses temas pelos dias e, por fim, inicia-se a logística do plano de campo.

Agora sim, a dor de cabeça chega! Planear dez dias de campo, tendo por base tudo o que foi discutido nos pontos anteriores. Que comece o brainstorming de possíveis imaginários! Definindo o imaginário, passo seguinte é preencher os espaços designados para os jogos, com jogos novos, jogos criativos e jogos clássicos (Tens Mira e Assalto ao Castelo são os clássicos que não podem faltar no Plano de Campo).

Preparar um campo requer muita dinâmica. Muita disponibilidade, acima de tudo. O ideal seria ficar tudo perfeito e feito naqueles três dias de fim-de-semana, mas por vezes não é possível e temos de levar trabalho para casa. Aqui, a correria do dia-a-dia impede-nos de parar e de focar no essencial. Mesmo tendo tudo feito e fichas de jogo entregues, é muito importante não esquecer e ir rezando o campo, cada animado, cada animador, cada jogo, a gamboliga, entre muitas outras coisas, para se chegar ao campo focado no que de verdade importa.

Para quem está a ler, parece fácil. Para quem já experienciou, sabe que não…. Mas isso é ótimo! Entregar o nosso tempo a estes animados e a preparar um campo, é, por outras palavras, dedicar e oferecer este tempo a Jesus! É por Ele que o fazemos, é por Ele que choramos e é por Ele que no final sentimos a Alegria (no seu verdadeiro sentido) através dos animados.

Saber que um campo pode transformar um gambozino (sim, basta um), já valeu todos os dias, todas as horas, todos os minutos, segundos, milésimos de segundo, e muito mais… porquê esta conclusão? Porque sim, porque só isso é necessário!

 

Zé Matos