Ser direcção de um campo de Gambozinos é aprender a amar, a estar e a confiar

Ser direcção de um campo de Gambozinos é aprender a amar, a estar e a confiar

Sempre que rezo sobre o que é uma figura de direcção, lembro-me de uma frase partilhada numa oração de discernimento da direcção nacional para decisão do futuro coordenador dos Gambozinos: “Jesus era o melhor director, porque coodenava corações e não pessoas”. E, apesar de ter aprendido e vivido isto nos Gambozinos, tento levar esta aprendizagem e missão tão exigente (e onde caio tantas vezes) para todas as dimensões da minha vida: enquanto gambozina, animadora, filha, tia, amiga, neta, irmã, estudante, namorada, futura arquitecta, etc…

E por isso, para mim, estar na direcção de um campo de Gambozinos é, acima de tudo, um convite e um desafio de Jesus para amar. Amar cada um dos corações que vive estes dez dias comigo: dos 16 animadores com quem partilho esta missão e dos 42 gambozinos que alegremente aceitaram este convite de Jesus. Amar os corações mais explosivos, os mais tímidos, os mais extrovertidos, os mais pacíficos, os que têm mais sede de amor, os mais difíceis, os mais impacientes,… Amar os seus talentos, mas também as suas fraquezas e fragilidades.

No meu último campo como mamã, aprendi com o meu querido director que a direcção não age directamente no campo. Deve sim amar e cuidar, em primeiro lugar, dos animadores permitindo que cada um deles faça maravilhas e milagres em cada um dos seus cargos (na cozinha, em cada equipa ou nos mil “to do’s” dos livres”) e, consequentemente, em cada um dos gambozinos.

 

A direcção tem também de estar inteiramente presente em campo. Deve viver o campo para conseguir ter um olhar de Deus sobre ele e conseguir ir moldando, adaptando, rezando e avaliando aquilo que é melhor para o grupo específico de gambozinos que temos à nossa frente, podendo implicar uma volta de 180º ao plano montando e sonhado com todos os animadores, porque só percebemos o que é que o campo realmente precisa quando conhecermos os gambozinos que lhe vão dar vida!

 

Tive a sorte de já ter sido convidada três vezes para mamã de campos de Gambozinos. E, apesar do medo, das inseguranças e incertezas, sempre que aceitei este convite recebi esta graça muito grande da confiança. “Confia, confia, confia!”

Confiar que sou apenas instrumento de Deus. Confiar esta missão nas Suas mãos. Confiar que se lançar as redes quando Jesus pede, mesmo quando é imprudente, mesmo quando não faz sentido, mesmo quando estou cansada, mesmo quando a vida não está direitinha, mesmo quando custa, vou sempre receber frutos em abundância. E, acima de tudo, confiar que se cair, que se correr mal, vou ser sempre amparada, abraçada e consolada por Ele.

E, por isso, ser membro da direcção de um campo é, finalmente, aprender a confiar que o campo não é meu, não é nosso, mas de Deus. E que se Lho entregar verdadeira e cegamente, a alegria de ser Gambozino vai se espalhar pelo mundo inteiro!

Teresinha Castel-Branco

Viver a Agradecer nas Andorinhas

Viver a Agradecer nas Andorinhas

Nos dias 3 e 4 de julho, 10 animadores do núcleo Norte estiveram de volta ao bairro das Andorinhas – em Braga – para mais um Viver a Agradecer. Desta vez, também eu tive a alegria de me poder juntar a eles.
Depois de mais um ano atípico, as idas às Andorinhas nem sempre foram possíveis. No entanto, apesar do que se podia temer, a presença dos Gambozinos resistiu a todo e qualquer vírus.
Há mesmo muito a agradecer, tanto a vida de cada um deste gambozinos como os momentos incríveis que fluíram no decorrer deste fim de semana. Houve lugar para tudo e todos ao longo destes dias: se num momento se dança o vira do Minho, no a seguir canta-se e dança-se o som de Nininho Vaz Maia; se num momento somos grandes jogadores de futebol, no a seguir somos talentosos titik-tokers; se num momento organizamos uma cinema ao ar livre, no outro proporcionam-nos um espetáculo de cabeçudos; se num momento brincamos e rimos como “loucos de la cabeça” que somos, no a seguir pomos a conversa em dia e aprofundam-se amizades.
Assim, Deus quer, os Gambozinos sonham, e os frutos estão à vista!
É através de oportunidades de encontro como estas que se criam “pontes” a partir das quais podemos conhecer (e até poder ser) verdadeiros instrumentos nas mãos daquele que, além de Espírito Santo e Filho, é também Pai, pelo que por Ele nos podemos afirmar verdadeiramente irmãos.
Perceber o impacto que são os Gambozinos na vida de tantos ao longo de já várias gerações é belo! Quando cheguei a casa, domingo à noite, reconheci um sentimento de pertença a algo muito maior do que eu, maior do que qualquer associação. De facto, as Andorinhas são uma grande família. E os Gambozinos? Esses, no caso daqueles que não vivem lá são sempre recebidos em dia de festa.

Lisete Miranda

Há uma luz que nunca se apaga

Há uma luz que nunca se apaga

Há uma luz que nunca se apaga – o tema para este ano Inaciano que começou a 20 de maio, que não podia ser uma descrição mais fiel do ano que passou. Este ano celebra-se os 500 anos desde que Santo Inácio foi ferido em combate e foi, enquanto soldado, derrotado em batalha, destruindo todos os seus sonhos, planos e certezas. Mas, como sabemos, Deus tinha para ele um plano maior e após 9 meses de convalescença (e muitos tantos à procura) Inácio juntou-se finalmente à guerra certa.
Para muitos (arrisco dizer todos) também este ano que passou pareceu uma bala de canhão que arrasou as nossas expectativas e planos (9 meses de convalescença para o Santo, ano e meio para nós), mas tal como não foi tempo perdido para ele, também cada um de nós aproveitou (ou ainda vai a tempo de aproveitar!) para, largando os mapas, acertar a direção junto de quem realmente sabe o caminho.
O Santo precisou de ficar de cama, mas aos Gambozinos foi quase preciso prendê-los em casa. Porque já faz parte do nosso dia-dia ler sobre Jesus e sobre os Santos e um gambozino não fica o dia todo em casa. Acreditávamos que não precisávamos de ficar de cama porque já estávamos curados. Certo é que aquele que nasce em Deus não precisa de grandes conversões, mas por vezes iludimo-nos e esquecemo-nos que faz sempre falta a tão essencial conversão do dia-dia, que nasce da confiança de quem sabe ser guiado.

Confiar. Deixando que, por um segundo, não sejamos nós a decidir o que vai acontecer, mas deixar acontecer o que foi decidido. Para Santo Inácio, foi deixar o burro decidir, por um momento, que rumo iria seguir e se tanto bem saiu dessa decisão (quantos campos talvez não teriam acontecido se fosse Inácio a decidir) então podemos apenas imaginar o Bem que faríamos e seríamos se fosse Deus a decidir, em todos os momentos, aquele que é o nosso rumo. Sem dúvida que planear é bom, mas confiar é certo.
Quantas vezes não somos como o soldado Inácio e tentamos seguir a nossa própria luz, tal e qual pirilampo atrás do seu próprio rabo. Bom, este ano o propósito é seguir o verdadeiro sol, por mais assustador e ofuscante que seja, com a certeza de que este ano não há Icarus, apenas conversão. Deixemo-nos cegar (afinal de contas, se funcionou para S. Paulo, funciona para nós) e deixemo-nos converter por este fogo verdadeiro.

Neste tempo de grande ansiedade e entusiasmo, em que já sonhamos com os aplausos e jogos, missas e BDS’s, com a comidinha da Mamã e os tempos de amizade com aqueles que não vemos há demasiado tempo, recordemo-nos da chama que acende toda esta Alegria e deixemo-nos incendiar com este fogo que, para além de alegria e entusiasmo, é, antes de tudo, confiança.

Miguel Santos

Primeira atividade presencial do GARRA

Primeira atividade presencial do GARRA

Finalmente, a primeira atividade presencial do Garra!

Dia 30 de maio foi o dia em que o espírito gambozínico ganhou ainda mais vida, e saiu do simples ecrã através do qual foi vivido por animadores e animados durante todo ano!

A sala do zoom foi substituída pelo CREU, o link pelo respetivo portão e o gambozino que tínhamos conhecido no retângulo estático do ecrã ganhava agora forma e movimento.

Nunca estivemos tão conectados!

A atividade consistiu numa caça ao tesouro com pequenos jogos e desafios acompanhados por pistas que, juntas, culminavam na procura do tão esperado tesouro. Entre eles, corrida de sacos, estafetas e quizzes elaborados para os mais persistentes!

Com a presença dos animadores e a boa disposição dos animados não me senti sozinha nesta missão. Depressa consegui perceber que também era a primeira atividade para alguns deles, pelo que não havia nada a temer. Afinal, não era a única para quem tudo isto era uma novidade!

Apesar de ter sido uma tarde extremamente dinâmica, faltava ainda a parte mais importante!

Assim, para terminar da melhor forma e agradecer este dia tão bem passado e as novas amizades criadas, finalizámo-lo com uma missa para a qual os pais foram também convidados.

Olhando para trás reconheço que foi um ano diferente e que, inevitavelmente, exigiu mais de cada um de nós. Contudo, contrariamente ao que esperava, os animados foram bastante participativos nas dinâmicas online e o seu entusiasmo não era menor por causa disso! Estas acabavam sempre por se prolongar pela grande vontade dos animados em conhecer este movimento tão bom que é os Gambozinos!

No entanto, não há dúvida de que uma atividade presencial é sempre um momento especial que desperta diversos sentimentos.

Reaviva o espírito dos gambozinos que há em nós, deixando uma luz que nunca se apaga!

Constança Avides Moreira

GAS em Monsanto

GAS em Monsanto

Os Gambozinos do Sul e do Oeste reuniram-se para uma atividade. Estranhamente, nesta vez não havia encontro marcado para uma sala de Zoom. Finalmente, que alegria!

Numa manhã de Maio, encontrámo-nos cedo em Monsanto. Começaram a chegar caras conhecidas: umas de campos, minicampos e actividades de outros anos, e muitas que só se tinham cruzado em quadradinhos no ecrã.

O dia do GAS – Gambozinos Amigos do Sul – foi muito bom. Vieram animadores (como eu!) e Gambozinos de Lisboa, de Peniche e do Pragal. O dia começou com uma caminhada, em que íamos conversando e respondendo a algumas perguntas: iam desde “quem vem primeiro, o leite ou os cereais?” a “o que são para ti os Gambozinos?” ou “qual é o teu maior sonho?”. Parámos para lanche da manhã e para o BDS – Bom Dia Senhor. Aproveitámos estar no meio da natureza para pensar sobre o tempo e o que ele nos traz – coisas às quais gostamos mais de dar tempo, outras a que custa mais dedicar tempo, umas que trazem alegria e paz, e outras que são mais difíceis. Acabámos tempo a agradecer, e continuámos a nossa caminhada. Almoçámos, tivemos uma bela sorna e depois seguiu-se o jogo da tarde. Um percurso e vários desafios que deram direito a prémios. E até avistámos outros grupos de Gambozinos!

Foi um dia com tempo para conversar e estar, sem pressas ou obstáculos. E passou a voar! Voltámos para casa com o coração cheio de alegria e de esperança, e ansiosos pela próxima actividade presencial.

Viva ao GAS! E viva aos Gambozinos!

Francisca Lima de Barros