Dizem que somos loucos de la cabeça!

Dizem que somos loucos de la cabeça!

Ohhhhh Gambozinos! Ohhhhh Gambozinos!!
Dizem que somos loucos de la cabeça, mas os Gambozinos é que interessa!

Para quem não sabe esta música é um clássico de qualquer campo/atividade de Gambozinos! Canta-se no final do survivor, canta-se no meio da caminhada, no final do campo já a caminho do autocarro, ou simplesmente no final de um jantar em que a comida estava tão boa que é preciso partilhar a emoção!

Depois de um Verão como este, nunca me fez tanto sentido esta letra. Temos mesmo de ser “loucos” para, no meio de tudo o que se está a passar, arriscarmos, e fazermos campos de férias.
E essa loucura é transversal e transmite-se a qualquer Gambozino!
Começando pela direção nacional, esses grandes “loucos” que desde o início se comprometeram a fazer o melhor possível, no meio da incerteza e de muito trabalho, mas sempre acreditando que por esses 10 dias tudo vale a pena!
Depois, temos os “loucos” dos animadores, sempre tão disponíveis para dizer sim, para continuarem a ser construtores de pontes, mesmo com máscaras e desinfetantes pelo meio.
E também os nossos Gambozinos e as suas famílias têm esta loucura em si! A confiança para decidir ir, dar-se a conhecer, e crescer.
Portanto somos mesmo “loucos” da cabeça, não há outra explicação! Mas que loucura tão boa! Porque agora que o Verão já passou, que as tendas foram arrumadas, temos tanto de bom a agradecer! Tantos aplausos e canções no início enferrujados, mas no final já cantados bem alto, tantas amizades relembradas ou formadas de novo, e tantos momentos de simplicidade, longe de écrans a que já estávamos demasiado habituados.

Na segunda parte da música está a chave, que nunca pode deixar de ser cantada, se não a primeira parte deixa de fazer sentido. Somos todos loucos pelo amor que temos aos Gambozinos, pelo compromisso e pela esperança que temos nesta associação e pelo bem que sabemos vir de um campo de férias.

E tal como canta Matias Damásio, no seu hit musical, e escreve São Paulo na sua primeira carta aos Coríntios, é muito bom ser “louco” por amor, porque assim estamos a imitar Jesus, o Grande Gambozino.

Que venha mais um ano de loucura e compromisso!

Sofia Bandeira Costa

Vai e Ama!

Vai e Ama!

Ainda me lembro da primeira vez que fui para um campo de gambozinos: chegar à estação e não conhecer ninguém, as dores de barriga na noite anterior de tanta ansiedade, o olhar à minha volta e ver pessoas tão diferentes (achava eu) e, no fundo, não saber o que esperar desta aventura que me propunham. Com o passar dos anos, para além da novidade inerente a todo o contexto do campo de férias, o que me foi surpreendendo nestes 10 dias por ano passou a ser sobretudo o quanto podia levar dali para a minha vida “normal”, em particular, a consciência de que, por mais que as aparências façam crer o contrário, somos todos iguais na essência e a certeza de que é muito mais o que nos aproxima do que as pequenas divergências na forma de pensar e de agir.
Este campo, desta vez de serviço, não foi diferente nesse aspeto. Aliás, ficou marcado, desde o primeiro dia, pela entrega conjunta tanto dos animados como dos animadores, quer pelo compromisso em sair da zona de conforto quer pela procura do serviço, tantas vezes na sua forma mais plena, isto é, impercetível pelo resto do campo. Em primeiro lugar, foi um tempo e um espaço propício a parar, a acalmar, a fazer um ponto de situação nas nossas vidas, já que a realidade que nos envolveu foi a do rescaldo de um ano e meio de pandemia, que também esteve presente no contexto do campo, não obstante o enorme esforço coletivo (com muito sucesso, diga-se de passagem) para impedir que o campo fosse lembrado como o “Campo da Covid”. Em segundo lugar, foi um grupo sempre disponível para acolher a diferença e no qual senti que consegui dar uma parte de mim aos outros que não achava ser capaz, como, por exemplo, um momento de entrevistas de futebol após a Gamboliga ou uma homenagem aos Gato Fedorento com a representação de um sketch. Além disso, animados e animadores fizeram por eliminar as barreiras que pudessem existir entre os escalões, fazendo com que todos contribuíssem para um fim comum: o serviço. Por fim, posso dizer que saí do campo de coração cheio, porque estes dias me fizeram compreender o que é amar e ser amado, que amar e servir é uma escolha e que, por isso, podemos amar não só quem gostamos, como também quem não gostamos e, sobretudo, que esta entrega aos outros que fazemos em plena liberdade não depende das circunstâncias, não depende de onde vimos, não depende se é feita em Lisboa, em Braga, no Pragal ou no meio do campo perto da aldeia de Maladão.
Assim, ao avaliar o meu último campo como animado, no qual pude dar os primeiros passos a servir e a retribuir tudo o que os Gambozinos me foram dando ao longo dos anos, percebo que o sentimento que está por trás do desejo de querer ser animador é o de ter recebido tanto dos campos, atividades e encontros, que preciso também de levar tudo isto aos outros e que, por esse motivo, é uma alegria enorme poder continuar nos Gambozinos, agora como animador, a aprender cada vez mais a servir e a deixar-me ser servido.

Manuel Sérgio

Um Natal diferente

Um Natal diferente

Mais uma vez, como membros da Igreja de Cristo, vivemos o início de um novo ano litúrgico, a marcar o começo de uma nova etapa na nossa caminhada de fé. A nossa vida, também é feita de etapas: infância, adolescência, adultez e velhice. Temos necessidade de viver novas etapas para marcar início de novo ciclo e quebrar a monotonia do tempo.

O ano litúrgico da Igreja, antecipa-se ao ano civil e começa com o tempo do Advento, quatro semanas de preparação intensa para o Natal. Advento significa esperar Alguém que está para vir, neste caso Jesus, que quis ser homem e fazer as três primeiras etapas da vida humana. Os judeus esperaram durante muitas gerações a vinda do Messias, que significa Ungido, escolhido por Deus para salvar o povo. O evangelista São Lucas, conta-nos que quando o Menino Jesus foi levado ao Templo de Jerusalém, duas pessoas já velhinhas, Simeão e Ana, que nunca desistiram de esperar, tiveram a sorte grande de verem o Messias, na figura do Menino e deram glória a Deus.  Poderemos consideram-nos sortudos porque os nossos antepassados na fé, os que viveram antes de Cristo, esperaram ano após ano a Sua vinda, e só muito poucos mesmo, é que O viram.  Nós já vivemos depois da Sua vinda e, de uma forma simbólica, esperamos, cada ano, apenas 4 semanas de Advento para celebrar o Natal. Em tempo de pandemia o mundo inteiro esteve à espera de uma vacina eficaz capaz de a combater. Foram nove meses longos de espera, testes, experimentação, trabalho de laboratório, partilha de conhecimentos e, finalmente, uma, duas, três…e mais vacinas. A diferença entre esta vacina e Jesus Salvador é infinitamente abismal. Como esperei a vinda de Jesus este Advento?

Natal 2020 vai ficar na História da Humanidade! Um Natal mais despojado, que não permitiu muitos ajuntamentos de pessoas. Recordemos que Jesus Menino foi visitado apenas por meia dúzia de pastores e 3 magos vindos do Oriente. Um Natal mais simples: menos consumo de alimentos, bebidas, álcool, viagens de carro, etc. Um Natal mais silencioso: menos música repetitiva de canções natalícias ligadas ao comércio; menos carros a fazerem barulho nas estradas, aviões no ar. Ouviu-se mais o silêncio da noite, que nos falou eloquentemente de um Deus pequenino. Um Natal mais virado para os pobres: através do milagre de distribuição de cabazes, na ajuda às famílias mais carenciadas, e de tantos gestos de fraternidade e de solidariedade nos quatro cantos do mundo.

Dêmos graças a Deus por este Natal  2020 despojado, simples, silencioso e pobre e que Deus nos dê a graça de o celebrarmos sempre assim. A todos, Ano 2021 cheio de graças do Senhor.

P. Abel Sj.

Uma retrospetiva a 2020

Uma retrospetiva a 2020

Começamos o ano de 2020 em grande, tudo o que tomávamos como garantido nos Gambozinos estava a andar sobre rodas, os grupos já estavam com algumas atividades loucas no bolso e com outras tantas por sonhar e concretizar até ao final do ano letivo, como fazíamos todos os anos. No início de Março aconteceu o belíssimo RAIO, no qual tivemos a oportunidade, com os dinossauros, de recentrarmo-nos no essencial da nossa missão.

Pouco tempo passou e fomos para as nossas casas. Ora, era agora a prova dos nove, o tempo favorável era agora!!!

Então, pegámos na nossa caixinha de instrumentos, no meio do Assalto ao Castelo e pelo meio de todos os BD´S, dos campos, dos minicampos e encontrámos a nossa criatividade! Apesar de estarmos em casa, arregaçámos as mangas e acendemos o petromax, pois estávamos a viver momentos de incerteza, mas sabíamos que não estávamos sozinhos. Fizemo-nos presentes em casa de cada gambozino, de Norte a Sul do país, com tudo o que tínhamos para dar porque nada nos pode parar, mesmo à distância!

Estava a chegar o verão, um dos momentos tão esperados por todas as famílias quando, de repente, nos dizem que não vai haver campos de férias, aqueles 10 dias que preenchem todo o verão.

Surge a necessidade de nos reinventarmos, eis que nasce o Viver a Agradecer no Bairro (Braga, Peniche e Pragal) em que durante duas semanas, um pequeno grupo de animadores vira cada bairro de pernas para o ar com a simplicidade e alegria, tão característica da nossa associação. O Verão a acabar, mas ainda cheio de VAPOR para dar, a atividade com Lisboa e Resto do Mundo passou um belo dia de campo pelo meio da Serra de Sintra, onde se reencontraram tantos amigos.

Já em novos moldes, demos início a um novo ano de Gambozinos! Para já não vamos conseguir fazer um fim-de-semana com o nosso grupo, mas aproveitamos as atividades em grupos mais pequenos, para conhecermos melhor aquela pessoa com quem se calhar nunca tínhamos falado muito e já fizemos um campo de verão.

Achávamos nós que o ano estava a acabar quando, Viver a Agradecer Revellion!!! no Pragal e em Peniche. Nada melhor que voltarmos a estar de uma maneira descontraída, por entre conversas e jogos, de que todos temos saudades.

Acaba mais um ano, e ao olharmos para trás, percebemos que esteve repleto de coisas boas. Apesar de atípico, superou tudo o que achávamos possível ser concretizado.

O que nos espera este ano não sabemos ao certo, mas agradecemos por esta Graça que nos foi dada, de pertencermos a esta grande família pois não caminhamos sozinhos!

Realmente não é coisa para meninos, mas para Gambozinos. 🙂

Margarida Barbosa

 

“VER DEUS EM TODAS AS COISAS”- Linhas de Fundo 20/21

“VER DEUS EM TODAS AS COISAS”- Linhas de Fundo 20/21

As linhas de fundo não só servem de base para tudo aquilo o que fazemos nos Gambozinos durante o ano como também nos ajudam a relembrar o que é ser Gambozino no nosso dia-a-dia. Este ano é ano muito especial. A 21 de maio de 2021 completam-se 500 anos desde o dia em que Inácio de Loyola foi ferido na perna por uma bala de canhão na batalha de Pamplona. Este ferimento desencadeou o processo de conversão do fundador dos jesuítas. Por isso, neste ano inaciano vamo-nos deixar guiar por uma frase que Santo Inácio tantas vezes dizia: “Ver Deus em todas as coisas!”

Ver Deus em todas as coisas é saber viver com uma atenção redobrada. É procurar os sinais que Ele nos vai deixando ao longo do dia, no trabalho, nas pessoas, na natureza … e caminhar para onde estamos a ser chamados.

Martim Clara