9 Mai 2022 | Testemunhos sobre actividades
Os gambozinos entraram na minha vida quando eu tinha 13 anos. Mal sabia eu que se ia tornar em algo que iria mudar a maneira como eu vejo as coisas, a maneira como estou com os outros e mesmo a minha relação com Deus. No decurso destes anos fiz atividades ao longo do ano, fiz campos e este ano tive a oportunidade de fazer o SAGA.
O SAGA, atividade do GEMA e também formação para animar, foi uma experiência muito boa e que me fez ver vários temas com outros olhos sendo um desses temas “o compromisso”. Uma das atividades que fizemos foi uma espécie de mini assembleia. Nesta assembleia foram apresentados vários temas/propostas às quais nós podíamos apresentar contrapropostas ou apenas falar sobre o tema. Durante estas conversas foi nos perguntado “quais são as características que um animador deve ter?”, as respostas foram várias: “ser simpático”, “estar disposto a ajudar”, “estar comprometido”, entre outros. Em conversação excluímos todas, porque nenhuma delas era a que realmente interessava, mas houve uma que permaneceu, a do “compromisso”. Então, a falar deste tema percebeu-se que o compromisso é sim a qualidade fundamental para ser um bom animador. A frase que me ficou na cabeça foi “um bom animador tem de estar 100% comprometido”, porque realmente só tendo esta dedicação e este compromisso é que daremos todo o nosso coração e todo o nosso tempo a esta organização que melhora a vida de tanta gente, nem que seja por um dia de campo em que uma conversa com o padre nos deu outra visão das coisas ou uma atividade de GAS em que aquela pessoa que achávamos que não tinha nada haver connosco foi simpática e ficámos amigos ou por tantas coisas grandes ou pequenas que nos mudaram o nosso percurso de vida para melhor.
Os gambozinos trouxeram-me algo que vou ter sempre no coração, que são as pessoas e as experiências. Durante estes dias fiquei a conhecer melhor pessoas com a qual não pensei que me fosse identificar e acabei a dar-me muito bem com elas e a partilhar ótimos momentos, como também pude estar com amigos que conheci na primeira vez que fui a um evento dos gambozinos – os 20 anos. Eu acho realmente incrível e bonito como estas amizades feitas neste ambiente são tão genuínas e mesmo que passe muito tempo sem nos vermos, visto que nos gambozinos tanto há pessoas de Braga como também de Peniche, parece que isso não faz com que estas pessoas saiam do nosso coração. Tanto no GEMA como nos gambozinos em geral, passam-se momentos que nos ensinam e nos ajudam a lidar melhor uns com os outros e o que devemos tirar disto (e que eu também tento tirar disto) é que devemos levar estas aprendizagens para o nosso dia a dia.
Algo que se faz sempre, seja em atividades, minicampos ou campos é ter momentos de reflexão. Esses momentos são mesmo importantes porque às vezes pode não nos estar a apetecer muito, mas, quando nos pomos a pensar realmente neles, temos a oportunidade de refletir sobre coisas que nos preocupam, sobre a maneira como lidamos com certas situações, sobre a maneira como vemos Deus na nossa vida, entre outras. E se as levarmos em mente para o nosso dia a dia ajuda-nos realmente.
Estes dias de GEMA deram que pensar, rir, descansar, partilhar e tanto mais. Permitiu também que aprendêssemos coisas do lado dos animadores que não sabíamos e que animar não só é diversão como também há esforço e dedicação.
Rosarinho Canha
9 Mai 2022 | Testemunhos sobre actividades
Sendo adjunto pela primeira vez, recebi o melhor primeiro contacto com o cargo que alguma vez podia ter pedido. Experiência de primeira mão, tanto com decisões importantes, como com adaptações feitas em cima do acontecimento.
Este minicampo foi no sentido muito literal da sua descrição, um campo como o conhecemos, mas pequeno. Sentiu-se que nestes breves 5 dias de minicampo que, se quiséssemos, ter-se-iam facilmente e tornado num campo a sério de 10 dias. O campo começou a voar por si só e infelizmente, nesse momento, acabou. Contudo, foram 5 dias de conhecer, aprender e descobrir que por si já tinham um campo de verão feito. A enorme quantidade de amizades feitas e renovadas marcaram qualquer animador ou animado, ficando a desejar por mais quando acabou.
Sinto que falo por todos quando digo que, ao sair do minicampo, só me apetecia chegar diretamente ao campo de verão e continuar esta sensação incrível de espírito Gambozínico, jogos, BDSs, almoços, conversas com aquele amigo novo, novela, tudo!!!
Concluindo os meus sentimentos sobre este minicampo, considero que foi apenas um cheirinho do incrível que os campos de verão nos têm para dar e do desejo que todos temos para voltar a sair da realidade e comer terra durante 10 dias.
Hugo Reis
9 Mai 2022 | Testemunhos de animadores, Testemunhos sobre actividades
O minicampo do Norte, mais do que divertido, foi algo necessário tanto para animadores como animados, podendo-se até dizer que foram uns 5 dias terapêuticos.
Com a quarentena as nossas interações socias tornaram-se muito fracas e até os mais novos parece que se esqueceram de como se brinca. Então, com esse foco, este campo foi muito valioso porque, mais do que amizades e aventuras, eles reaprenderam a socializar e a brincar.
Contudo e felizmente, não foi apenas isso. Nestes 5 dias, Deus esteve presente de uma maneira fantástica quando a decisão de separar os momentos de oração em dois “escalões” – os mais velhos (14-17) e os mais novos (8-13) – deu liberdade a descobertas e partilhas que alguns de nós não estariam à espera de ouvir vindas de miúdos tão novos. Foram partilhas e momentos assim que nos mostraram que hoje em dia estes miúdos já têm uma certa maturidade que não estaríamos muito à espera. Ao mesmo tempo, vemos também que são tão loucos da cabeça quanto são maturos pois, quando chega a hora de ir para a roda lançar um aplauso ou jogar, eles participam como doidos e jogam, cantam, saltam e acabam com um sorriso que não dá para medir nem para olhar sem sorrir também. E essa é uma das partes mais gratificantes de ser animador, podemos estar estafados com apenas um punhado de horas de sono e a cabeça a mil, com barulho e músicas cantadas a plenos pulmões, contudo, quando vemos um sorriso assim ou um miúdo vem ter connosco e nos agradece pelo jogo e pede “só mais um”, isso faz com que tudo valha a pena. Foram pequenos momentos assim que me marcaram no meu primeiro minicampo como animador, a visão de inúmeros campos como animado mudou completamente após ver o outro lado, depois de 5 dias finalmente percebi o porquê de escolher os Gambozinos, o porquê de escolher ser animador. Os pequenos momentos foram os mais importantes e acho que isso marca tanto animados como animadores: uma conversa na roda, um comentário durante um jogo, um aplauso lançado, um momento alternativo ou talvez o “Boa Noite” cantado com mais força que eu já vi em 12 anos de Gambozinos.
Para não esquecer, foi também o Domingo de Ramos e a Via Sacra, dois momentos em que Deus se fez sentir, desde o empenho e dedicação que os Gambozinos mostraram a preparar espaços para a missa ou a ensaiar as estações da Via Sacra, até à própria Via Sacra e a missa celebrada pelo nosso querido Missé que acho que deixou nos a todos a ver o Domingo de Ramos de uma maneira com mais amor e alegria, a que Jesus tinha por nós.
Na última noite, um arraial do Norte foi preparado por equipas de animados e animadores que em poucas horas montaram uma festa que me lembrou as noites de arraial na aldeia. O orgulho com que os mais novos mostraram as suas bancas ou os sketches que prepararam, com as piadas que inventaram, mostraram que até os mais reservados estavam numa alegria demasiado grande para conter, e isso mostrou-se quando as luzes apagaram e o espetáculo de luzes feito pelos animadores começou. O que era para ser uma dança com “glow sticks” acabou por parecer um “concerto néon” em que toda a gente cantava o hino do minicampo enquanto abanava as luzes e saltava de um lado para o outro. Enquanto todos esperávamos o cansaço, os gambozinos mostraram o contrário e em uma só voz cantavam com toda a energia que tinha e provaram a todos que os gambozinos são mesmo “locos de la cabeça”.
E foi assim que, desde Gamboligas agitadas a histórias partilhadas, o minicampo do norte de 2022 se tornou um momento para guardar no coração.
João Macieira
7 Abr 2022 | Notícia
O que é o LOUCO?
O Louco do Sul é um fim de semana em que os Gambozinos de Lisboa e do Pragal de todas as idades, se reúnem para se divertirem e celebrarem o bom que é fazer parte desta associação. No Louco somos convidados a despertar a boa Loucura que há em todos nós e mudar o “chip” da rotina diária!
Direção
Como foi para ti ser direção do LOUCO?
Que grande desafio ter sido diretor do Louco! Como contámos com muitos gambozinos, a atividade exigiu muito de todos os animadores e só foi possível com o incansável apoio da mamã e do adjunto! Aprendi imenso com as diversas conversas que tive com animados e animadores e voltei a sentir o espírito gambozínico que tanta falta me faz ao longo do ano! Foi especial ver gambozinos juntarem-se a fazer o que mais lhes apetecia durante as sornas tornando-se clara a criação de pontes entre eles!
António Gomes Oliveira (Diretor)
Foi um grande desafio feito com base na Confiança. Este Louco pediu muito de mim e aprendi muito sobre o que é ser Mamã. Percebi que é um trabalho e uma responsabilidade que só é feita em conjunto e tive a sorte de ter comigo um Diretor e um Adjunto incansáveis. Termos sempre presente a alegria de ser Gambozino e deu-me muita segurança e conforto durante estes dias.
Leonor Toscano Ferreira (Mamã)
Foi um banho de aprendizagem! A preparação, por um lado, mostrou-me uma forma muito bonita de Servir, a pensar nos objetivos, a tratar das logísticas e, o mais fixe de tudo, as idas ao Pragal para estar com os Gambozinos. Por outro lado, aprendi a ser adjunto e a apoiar o mais possível o Diretor e a Mamã para que não falte nada, desde as compras até à Loucura que define o núcleo Sul e, obviamente, os Gambozinos!
João Granjeia (Adjunto)
António Oliveira, Leonor Toscano Ferreira e João Granjeia
7 Abr 2022 | Testemunhos de animadores
Sempre tive dificuldade em perceber o que era a Quaresma. Uns quarenta dias meio à toa entre o Carnaval e a Páscoa onde se faziam sacrifícios e jejuns sem grande sentido, nos quais os padres se vestiam de roxo, Jesus era tentado e toda a gente parecia triste. Um tempo em que, para mim, nada transbordava esperança, paixão ou confiança.
Nada temam, depois de vários anos a debater-me com o mesmo tema, comecei a tentar encontrar respostas que me fizessem mais sentido. Cedo percebi que a minha visão, para além de pouco interessada, estava completamente ao lado. A Quaresma, mais do que qualquer outra coisa, é um tempo de preparação. Preparação esta para O momento – a morte e ressurreição de Cristo. Jesus entrega a Sua vida por nós, por cada um de nós, para nos salvar, vencendo a morte. Não há momento de maior esperança do que este.
Após se sentir verdadeiramente a paixão de Cristo, é impossível ficar-se-lhe indiferente. Começamos inevitavelmente a olhar para dentro e a perceber que somos mesmo frágeis, pequenos e diferentes deste Senhor Nosso Deus, e identificamos coisas concretas que intensificam a dita divergência. Assim, com a vontade de ser digno das promessas de Cristo, são-nos dados quarenta dias para nos desapegarmos das coisas que nos afastam d’Ele (os famosos “sacrifícios”). Estes não devem ser apreendidos como momentos de dor, mas sim como oportunidades para saborear mais de perto a obra transformadora do amor de Deus, dado que o foco passa a estar inteiramente n’Ele. Temos então quarenta dias para iniciarmos, falharmos, pedirmos perdão e voltarmos a fazer caminho com Jesus (algo que, se a data fosse reduzida, não teria espaço para se suceder). Neste sentido, tal como o Senhor nos diz “E, quando jejuardes, não mostreis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto para que os outros vejam que eles jejuam” (Mt 6: 16), alegremo-nos na certeza de que, tendo quanto baste, nos encaminhamos em direção a Ele.
É focada nesta nova dimensão deste tempo que me guio em 2022. Um ano completamente novo, pleno em desafios outrora nunca imaginados. Tive várias propostas para me preparar e sinto que, na vontade de participar um bocadinho em todas, não me comprometi verdadeiramente com nenhuma. Tem sido um tempo de retrospeção, de exames de consciência diários e, principalmente, de grande presença do Espírito Santo nos momentos mais diversos.
A título de conclusão, numa homilia ouvi a seguinte frase: “Cada um de nós pode ser melhor do que imaginava, com a graça de Deus”. E tu, és capaz de nesta Quaresma te deixares iluminar pela graça de Deus?
Alice Burguete