Um Gambozino em Quarentesma

Um Gambozino em Quarentesma

Querido Gambozino,

Sim, tu…! Não é por estares fechado em casa, por não haver atividades ou por não estares com os teus amigos que deixas de ser Gambozino. Dá mais trabalho, é verdade, mas és um Gambozino também nesta Quarentesma!

Um verdadeiro Gambozino é Gambozino todos os dias do ano, 24 horas por dia. É Gambozino na escola, em casa, no trabalho, na faculdade, com os amigos, com os pais, com os irmãos, com os vizinhos e até com aquele estranho na rua. É Gambozino em Braga, em Lisboa, no Pragal, no Porto, em Peniche e no resto do mundo.

Neste tempo a vontade é pouca. A vontade é pouca porque estamos em casa e o sofá é confortável, porque não há professores a ajudar-nos a estudar, porque estamos tão aborrecidos que chatear o irmão é fonte de diversão. Porque no meio de tanta confusão nada que faças parece ajudar.

Infelizmente ou não, nesta quarentena ficares quietinho em casa é a tua maneira de ajudar. Tenho uma sugestão: pensa nisto como uma mega SORNA! E o que é que se faz na sorna? Na sorna, há Gambozinos que lavam a louça e uns que ajudam a mamã e os tios na cozinha, alguns decidem aprender guitarra ou participar num workshop de assobios. Há quem decida que é altura de lavar a roupa ou fazer tranças a alguém, há quem dance e faça aplausos. Uns desenham e outros tiram este tempo para parar e rezar. Se uma quarentena é uma sorna grande então dedica-te a ela e aproveita-a como deve ser! Melhor, aproveita-a tendo em conta este tempo especial – a Quaresma!

Não te esqueças Gambozino – é um tempo difícil, mas é o tempo favorável. É o tempo para parares e começares de novo.

Por isso vai Gambozino, levanta-te do sofá, larga o instagrã e vai ajudar quem está contigo! Liga a um amigo que precise e dedica-te aos estudos ou ao trabalho. Vai para a janela e toca guitarra, faz um “Arram Sam Sam” ou um “Bananas United” para os vizinhos. Melhor ainda, inventa um aplauso para esta época especial. Faz uma Gamboliga com os teus cães, prepara um lanche e ajuda a lavar a louça, aprende uma coisa nova e lê um livro. Tira tempo para parar, agradecer a sorte que tens no meio disto tudo e pedir por quem não tem a mesma sorte que tu. Faz-te a esta Quarentesma Gambozino, e mostra a todos (ou pelo menos aí em casa) porque é que dizem que somos Loucos da Cabeça.

 

Maria Coimbra

Felizes os que trabalham todos os dias para serem misericordiosos

Felizes os que trabalham todos os dias para serem misericordiosos

Já vão 13 anos de Gambozinos a alegrar os meus dias, uns como animada outros como animadora. Todos me ensinaram coisas diferentes, todos fizeram parte de um caminho complicado, mas necessário, que me levou a discernir para aprofundar. Aprofundar amizades, aprofundar carácter, aprofundar a minha relação com Deus, mas acima de tudo aprofundar a minha relação comigo mesma. Agora que nos aproximamos da Páscoa e da ressurreição de Cristo, não posso deixar de associar esta entrega e renascimento ao troço de caminho mais complicado que fiz durante esta caminhada: aceitar os meus erros para amanhã fazer melhor. Esta aprendizagem vem dos mais novos, dos mais velhos e é importante estarmos atentos a estas pequenas aparições de Deus através dos outros. Ser Gambozino é tão isto: não tratar o outro com condescendência, dar e receber, aproveitar o dia para ser melhor, aceitando que há dias que andamos para trás para poder dar um salto grande em frente. Misericórdia para com os outros, misericórdia para connosco.

Inês Dentinho

Começou a Quaresma

Começou a Quaresma

Começou a Quaresma: 40 dias de caminho espiritual em direcção à Páscoa.

Na Quaresma podem acontecer coisas extraordinárias no nosso espírito. Mas para que isso seja realidade temos que pôr os meios. A Igreja pede três coisas aos cristãos:

–  Oração, mais oração.

–  Jejum e abstinência: jejuar e abster-se de comida (quarta-feira de cinzas e sextas-feiras) e de coisas supérfluas.

–  Esmola: ajudar alguma causa da Igreja, sobretudo ajudar os mais pobres.

 

Santa Quaresma

 

P. Abel Bandeira, sj

 

 

Ser gambozino no (meu) Mundo

Ser gambozino no (meu) Mundo

Depois de muitos e bons anos como membro presente desta nobre associação, percebi que a melhor maneira de desenvolver os meus talentos (que os gambozinos tanto me ajudaram a descobrir e cuidar), e de os pôr a render, talvez estivesse noutra cidade e noutro país. Assim me lancei à aventura, triste por ainda ninguém ter inventado um meio de teletransporte que me permitisse estudar em Londres e caçar gambozinos ao fim de semana. Escolher entre coisas boas é mesmo difícil!

Foi assim que descobri que o mundo precisa mesmo de nós. As diferenças que parecem incompatíveis, os mundos que nunca se cruzam, existem em muitos lados. Noto muito esse choque de mundos no meu dia-a-dia. A minha universidade é uma das mais internacionais do mundo, e inevitavelmente dou por mim a conviver com culturas e costumes que me são alheias. E tanto que tenho aprendido! Infelizmente, ainda há alguma tendência a que se formem grupos por país, raça ou classe social. E é aí que fazem falta os valores dos gambozinos. É preciso quem olhe para os que são diferentes como potenciais amigos, que esteja atento às suas necessidades e pronto a construir pontes.

Tive também a alegria de descobrir que não estamos sozinhos! O sonho de coesão social e de quebrar as barreiras da diferença ultrapassa-nos. Há muitos gambozinos por aí. Alguns são daqueles camuflados, que, sem estarem organizados nem identificados, não deixam de ser exemplares no serviço. Arriscaria dizer que há muitos gambozinos que não acreditam n’O Gambozino, ou antes que até acreditam mas ainda não sabem. E depois há muitos gambozinos em associações que, de maneiras diversas, trabalham para a mesma missão. Por exemplo, neste momento trabalho com um grupo que quer aumentar a diversidade socioeconómica na minha universidade, e para isso damos explicações e apoio personalizado a alunos de bairros desfavorecidos. Sinceramente, só faltava um “Bom-dia, Senhor” para me sentir de volta a casa!

Tenho continuado a ajudar à distância, naquilo que me é possível, e por isso sou uma sortuda. Move-me a lealdade e a vontade de retribuir tanto bem recebido, mas é uma grande consolação perceber que, mesmo longe, posso continuar a ser gambozina no sítio onde vivo, na universidade onde estudo, e no local em que trabalho. Podia ser gambozina em Braga, em Londres ou em qualquer outro local do mundo. Porque ser gambozina é um modo de vida. Como dizemos sempre no fim dos campos, a parte fácil acabou, agora é altura de ir pelo mundo e fazer o mesmo!

Maria Portela

A missão do GEMA

A missão do GEMA

GEMA- Gambozinos Encontram a Missão de Animar. Mas afinal qual é a nossa missão?

Eu prefiro imaginar o típico conjunto de Ovos (sim, era suposto ter piada) que precisa de ser aquecido e de ser carregado com cuidado e protegido do sol para que não se estrague nem se parta antes de poder dar origem a algum pintainho.

Tal como o Ovo à espera de nascer, todos nós (os Gemas) andamos um pouco às “cegas” até perceber o que realmente significa ser animador dos Gambozinos e é à medida que os meses passam que vamos ficando mais às “claras” (outra piada extremamente seca). Começamos a perceber que aquilo que nos motiva a ir todos os meses à atividade, já não é só a certeza de que nos vamos divertir imenso ou porque costuma ser a melhor altura do mês, mas antes o facto de nos apercebermos de que é principalmente por ouvirmos cada vez mais claramente o chamamento de Deus, em que somos convidados a melhorar todos os dias da nossa vida.

Desta forma, vamos “saindo da casca” (é a última, prometo) e assim vamos ajudar Deus a construir o Seu mundo mais justo e fraterno. A nossa missão passa muito, no meu entender, por aceitar e aprender a utilizar as ferramentas que nos são dadas por Ele, seja através da Oração ou dos animadores que nos vão orientando durante o ano, bem como dos outros que nos vão acolhendo e motivando, para que possamos Encontrar, de facto, a Missão de Animar. E, por muito pouco que isto seja, é uma graça poder oferecer esta vocação Àquele que nos dá tudo e mais alguma coisa: Jesus.

Resumidamente, a missão do Gema é cada um de nós cuidar do seu próprio Ovo para que, quando e se a GBZ precisar de nós, estejamos prontos a Servi-Lo da melhor forma possível contribuindo mesmo para Ajudar O Verdadeiro Gambozino: Cristo.

Ah e ia-me esquecendo,

Viva o GEMA!

 

João Granjeia