1. Animal imaginário, para a pesca ou caça do qual se convida uma pessoa considerada ingénua que se pretende enganar. (Mais usado no plural.) = GRAMONILHO, GRAMOZILHO
andar aos gambozinos
• [Regionalismo] Vadiar.
Durante toda a minha infância fui à caça aos gambozinos nas férias grandes de Verão. Programa de primos! Era sempre uma excitação noturna. De repente, depois de ter filhos, apareceram os gambozinos na nossa vida. E vieram para ficar.
Primeiro como participantes, onde iam a chorar como se fossem para um campo de tortura, depois foram achando que afinal era bom! Depois passaram à fase que choravam se não fossem escolhidas! Afinal os gambozinos fazem chorar!
Fase seguinte – serem animadoras dos gambozinos. Uau! Outro stress!! ‘Será que vou ser mamã?’ ‘Como é que vou fazer para alimentar um monte de gambozinos esfomeados com meia dúzia de trocos?!’ E fazer alguns petiscos, como salame de chocolate e outras coisas apetitosas. Tudo isto sem luz eléctrica, sem batedeiras, sem máquina de lavar, etc. ‘Será que me convidam para Tia?’ ‘Conseguirei dar mimo aos mais pequeninos, entusiasmar os adolescentes e deixar marcas positivas em todos?’ ‘Terei estaleca para animador de equipa?’ Acho que sim. Acho que conseguem tudo isto e muito mais. Muitas vezes não temos noção do impacto que deixamos nas mais pequeninas coisas até passarem uns anos e mais tarde surgem conversas que despertam tudo aquilo que passou. Claro que há coisas que correm menos bem, os horários saem ao lado, dão-se imprevistos, mas é tudo isso que forma o campo e os gambozinos que lá estão! E é uma alegria ver chegar o comboio cheio deles, felizes, com o essencial bem presente depois de 10 dias no meio do nada e do tudo.
Que responsabilidade, que altruísmo, que disponibilidade, que bom ser capaz de sair do seu cantinho para dar aos outros. Acredito que também recebam muito, de amizades e de poder ver crianças e adolescentes a crescer com apoio. Tenho acompanhado os gambozinos nos últimos anos, vão saindo uns animadores, entrando outros mas o foco vai-se mantendo.
Neste tempo que estamos a viver, decidimos trazer até casa de cada um, um bocadinho de um dos eventos mais característicos da nossa Associação.
Convidamo-vos para a Casa de Fados || Fados de Casa, um fim-de-tarde de Fados que nos relembra as tradicionais Noites de Fados dos Gambozinos. Os moldes são diferentes do habitual, mas a alegria a que estamos acostumados mantém-se!
Teremos connosco o Zezé Souto Moura, fadista e gambozino de longa data, que vai cantar em directo de sua casa na sexta-feira, dia 22 de Maio, às 19h no canal de Youtube do Ponto SJ e também aquino nosso site.
A missão dos Gambozinos continua, e por isso, se nos quiserem e puderem ajudar podem fazer um donativo aqui.
Que estes Casa de Fados || Fados de Casa nos encham de alegria e relembrem de tantos momentos bons vividos com os Gambozinos, ajudando a viver a agradecer a Graça que é fazer parte desta grande família, aberta a todos, e que se mantém unida!
Em 2017 era em Tomar que andavam os louquitos dos Gambozinos, lembram-se?
Bem… G3 2017, O ÚLTIMO CAMPO COM “G” AHHHHGGGG!
Não podia ter acabado de melhor forma, mas… não é bem disso que venho falar;)
Estávamos no penúltimo dia de campo, entre construções de cabanas para o arraial, conversas, choros secretos (a Missa de Campo era só no último dia), kitanços máximos na zona de campo, estávamos todos lá a preparar este que seria um belo arraial.
Não estava o tempo esperado, estava nublado mas seco… não tardou até começar uma trovoada bem sequinha… o que não era ideal dado que estávamos no meio do mato.
Entre trovões altíssimos que nos faziam, também a nós, tremer, começaram umas pingas e, pá, juro que na altura pareciam ter aí uns 50cm!
Deste cenário soa, não um apito, mas múltiplos apitos cada vez mais altos do diretor e agora: o que é que se faz quando é mais do que 10 apitos???!
Fugir?!?!
Correr?!?!
Chorar?!?!
Até que vem a voz que a todos clarifica:
“TODOS PÁS TENDAS!!!!!!”
E lá fomos nós a correr, mergulhando para dentro das tendas mais próximas!
Chovia torrencialmente.
Passados 5-10 min (podem ter sido horas…quiçá) começamos a meter as cabeças fora das tendas em filinha e começou um jogo de furor entre tendas proporcionado por um belo dado gigante!!! A chuva torrencial não parou de existir, mas fez parte, sem dúvida, de toda aquela sinfonia!
Gostava mesmo que houvesse uma foto deste momento, como não há, fica uma a provar que a chuva parou, mas la fiesta de arraial não acabou!
Bia Medina
Edu Braga
Sábado, 24 de agosto de 2019. G3’19. Fim de tarde. Sons e cores maravilhosas. A temperatura: agradavelmente fresco no fim de uma tarde de sol. O “Jogo Olímpico Javardo” foi épico.
Também estou ali, cheio de lama. É clara (ainda que com muita lama) a Alegria de cada um.
Agora, o que torna isto especial? TUDO. Tudo, as coisas, as pessoas, o ar, os sons, as cores.
Vem-me à cabeça a famosa frase: “A beleza está nos olhos de quem vê”.
Mas depois faço a experiência de tirar uma pessoa da foto. Já não sinto o mesmo. Uma experiência simples, mas ao tirar alguém da foto os meus sentimentos não são os mesmos. Naquela altura nunca os teria tido sem a atmosfera daquele momento. Existe uma “magia no real” e nas coisas simples. Uma Alegria inexplicável, certamente não vem de nós!
Edu Braga
Fonga
Depois de um dia longo, todos cansados, ter um tempinho para irmos até à praia ver o mar, ir beber um café, irmos ao bowling, ficar na fofoca dos namorados ou simplesmente ficar um bocado no bairro a conhecer melhor os gambozinos que moram perto de mim…
Horinhas tão bem passadas com os mais próximos de mim… e com os animadores mais fixes que deviam sair malucos das atividades com tanta asneira que dizíamos, mas muitos satisfeitos das gargalhadas e do momento RELAXX que tivemos!!!!
Inês Barreiros Mota
Os campos são marcados por momentos incríveis… Uma alegria inexplicável que não pode vir de nós! Este foi um desses momentos, depois de uma ‘feira das vaidades’ que serviu de mote final da caminhada de G3 de 2018.
Já voou Senhor, quero ir e veeer!!
Ião Rôxo
Olá Gambozino, o meu nome é Sebastião… (Quem???)
Pronto, Ião, Leão, GuardIão, Fadão ou todos os outros nomes fui recebendo nos Gambozinos ao longo dos anos. Tal como podem ver na fotografia gosto de reproduzir a cena histórica do Titanic quando o cenário é inspirador.
A fotografia que vos trago foi tirada em Agosto no Campo de Serviço de 2018, no Cabril. No dia anterior tínhamos sido convidados para as festas da aldeia do Armadouro, uma aldeia perdida na beira, terra que o viu nascer (acho que já todos sabem de quem falo). Uma festa de Verão diferente de todas as que conhecia, que entre o português e o francês, as camisolas do Ronaldo e do Paris Saint German, e o hino nacional cantado lá para as quatro da manhã, podia perfeitamente ser uma cena do filme “A Gaiola Dourada”. Foi cantar e dançar até altas horas!
Depois de uma noite bem passada, em que devíamos ser 40 pessoas a dormir na casa dos 7 anões, acordámos por volta das 5h da manhã. Por tradição, os habitantes do Armadouro, sobem todos os anos ao cimo da serra para ver o nascer do sol e, nesse dia, nós também íamos participar. Depois de 45 mins de caminhada ainda de noite, chegámos ao local onde foi tirada esta fotografia. Assim que os primeiros raios de sol se fizeram sentir, instalou-se naquele cume uma paz enorme, um silêncio que deve ter durado apenas alguns minutos, mas que para mim pareceram horas. E ali estávamos nós, numa terra que nos recebeu como se nos conhecesse desde sempre.
Bastou depois que todo o sol ficasse descoberto para ser começarem a ouvir as primeiras notas de acordeão e toda a festa da noite anterior foi continuada naquele momento.
Marcos Correia
Estávamos no verão de 2015, um campo inesquecível de G3 estava a decorrer já nem sei bem onde, sou honesto, raramente me lembro dos nomes dos locais de campo por mais de 2 anos… E no meio de tantos jogos, BDSs, momentos de roda, banhos no rio, no fundo, no meio de tantos sorrisos e pura alegria, gera-se rebuliço! Tínhamos uma missão que não envolvia somente os Gambozinos, mas toda a comunidade local, íamos apresentar um teatro no centro comunitário para todos os que quisessem aparecer.
Logo muito eficientes dividimo-nos em grupos, uns a preparar o cenário, outros a treinar a atuação, outros a anunciar o espetáculo, no fundo, a render os talentos de cada um. Tínhamos apenas uma manhã e uma tarde para preparar isto tudo, mas lá fizemos tudo sempre com uma alegria irradiante.
E então chegou a momento, era hora do espetáculo! Casa a abarrotar (nem sabia que havia tantos habitantes naquela terrinha no meio do nada) e foi simplesmente deslumbrante! Hoje penso como é que putos de 15 e 16 anos conseguiram fazer algo tão incrível, mas realmente aconteceu! E mais do que um espetáculo bem feito, tratou-se de muito mais!
De repente, aquela que era uma aldeia meio abandonada ganhou uma vida incrível! Reencontros, pessoas a apresentar os netos que tinham ido passar uma semana a casa dos avós, um homem a contar histórias inimagináveis aos mais pequenos e no meio disso todos os Gambozinos com um sorriso estonteante na cara!
Provavelmente nunca conseguirei enumerar tudo o que os Gambozinos me deram ao longo de tanto tempo, mas este teatro e tudo o que ele significou para mim será algo que estará sempre na minha memória tal como todos estes sorrisos de gente que partilhou comigo esta experiência.
Há uns dias atrás discutíamos entre amigos gambozinos, em preparação para o Raio, o que é que nos fazia verdadeiramente aderir a esta causa, e ‘vestir a camisola’ GBZ. As opiniões dividiam-se, entre os que achavam que o que nos liga são as relações de amizade com pessoas concretas, que nos chamam para o movimento, e os que achavam que há uma causa, um conjunto de princípios a que aderimos por convicção.
Claro que a conclusão inevitável (e pouco satisfatória para os amantes da boa discussão) é que as duas coisas se conjugam para que estejamos de coração a levar a GBZ para diante. Mas esta conversa fez-me relembrar aquilo que quis expressar quando escrevi o poema para o Fado do Gambozino.
Eu não sou poeta. Mas sou fadista. Escrevo poemas para os cantar, porque acredito que um verdadeiro fadista deve cantar aquilo em que acredita, com que se identifica, aquilo que sente. E por isso, naquela altura, decidi escrever um poema para cantar na Noite de Fados dos Gambozinos, na tentativa de ser uma espécie de lema, mas, na verdade, revelando o que me dizia a mim, o nosso movimento.
Acho que foi em 2008. Estávamos a preparar a segunda edição dos Gambozinos by Night (noite de fados de angariação de fundos). Como já se apresentava como uma possível tradição, numa fase de grande crescimento do movimento, achámos que a ocasião merecia uma letra de fado dedicada aos Gambozinos, para acabar a noite. E fiz-me ao trabalho, entre montagens de mesas e tarefas variadas.
A primeira estrofe não tem grande riqueza de significado. Surgiu mais como uma brincadeira com a letra original do fado Tudo isto é fado, celebrizado por Amália Rodrigues, e escolhido por ser conhecido de todos, para que todos pudessem cantar!
No refrão procurei sintetizar o que são os Gambozinos, ou talvez o que são para mim os Gambozinos: das atividades à essência, dos campos à relação com pessoas de meios tão diferentes, dos “dias fixes” e explicações à relação com Jesus e à procura do Maior bem.
A segunda estrofe é a que tem a ver com a tal discussão de que falava no princípio. Depois de, enquanto participante, me ter encantado com as pessoas e divertido com as atividades dos Gambozinos, quando cheguei a animador fui percebendo que o modo de agir e de viver gambozínicos, os valores e critérios, se aproximavam muito daquilo que eu acreditava ser a missão cristã, e a maneira como toda a gente devia viver, para que o Reino de Deus existisse na Terra. E isso deu-me grande alento para me entregar à causa de todo o coração.
Também por isso vale a pena o flashback. Temos agora mais tempo para nos perdermos nas memórias e para nos voltarmos a apropriar desses dias.
Vivemos o RAIO como verdadeiros gambozinos. Desta vez as nossas diferenças, aquelas mais evidentes no 1º dia, eram as idades! Uns ‘sábios e experientes’ e outros ‘jovens e aventureiros’. Dois mundos que se foram aproximando ao longo de 3 dias que tiveram o mesmo sabor que os 10 de um campo. Como se foi transformando o nosso olhar, o nosso sentir, o nosso servir!…
Como nos transformamos quando nos desligamos… é mesmo uma experiência incrível. Aquele exercício simples dos campos, logo que se chega, de desligar o telefone… o tempo que se ganha depois disso! Tanta conversa que surge naturalmente, tanto que se observa e se percebe sem fazer perguntas. A graça que se acha a tudo e a luz que se vê em cada momento. Tinha muitas saudades disso. Como uma coisa tão simples pode multiplicar o nosso tempo e criar tantas oportunidades para nos ligarmos.
Os gambozinos falam-me sempre muito de simplicidade. E esse ensinamento permanece… por vezes mais dormente, outras vezes a querer tornar-se de novo prioritário.
Mas também sempre me falaram de sonho! Esse sim, estava mais adormecido… Obrigada por terem reavivado essa parte da minha casa, a cozinha! ‘O que ando a preparar para o futuro? Que sonhos e que projetos tenho? Como vejo o futuro?’ No BDS, Jesus quis ficar mais tempo na minha cozinha… a mudar a forma como sonho e como projeto o futuro. A explicar que os ingredientes da cozinha dos gambozinos fazem muito mais falta à minha família que aqueles que compro noutros sítios. Vale a pena voltar a convidar Jesus para nossas casas. Agora de quarentena Ele quer ainda mais encontrar-Se connosco aqui, onde nos pediu para estar.
‘O Raio começa agora!’
Agora? A sério? Não era nada disto que eu tinha planeado…
Depois de 3 dias lindos de procura, descoberta, escuta, aprendizagem, partilha, Deus envia-nos para a nossa missão! Estávamos desejosos, de mangas arregaçadas, cheios de energia e boa disposição. E agora… quaresma! O sacrifício que Jesus me pede afinal não foi escolhido por mim. O RAIO começa agora mas o mundo parou. O que é que Deus nos quer dizer com isto?
Convidamos Jesus para a sala de estar, com todo o tempo do mundo, e falamos-lhe da nossa família, dos nossos amigos, dos nossos colegas de trabalho, dos pobres, dos abandonados, dos doentes e dos que estão sozinhos…
O Raio começa agora! Pedimos ajuda a Jesus e deixamo-nos transformar por Ele num gambozino melhor, de coração convertido, que anseia por viver a Páscoa.