Espero
em esperança
enquanto caminho até à Paz, a serenar e a convocar o silêncio. Ponho-me à escuta e vivo-Te. Voltas a rasgar-me, levando-me a pensar no agora e no futuro, desta espera que acontece, a aproximar-me ao outro. Caído. Atacado. Gozado. Desprezado. Por mim e por tantos. E por Ti olhado a conhecer os seus desejos de ser amado. Também no sim a renovar com nova luz que traz o renascimento. É mistério, é vida: mesmo no incógnito e anonimato dos gestos de cuidar. No entretanto, convidas a ir mais longe, a não ficar estagnado no momento e abrir os braços em acolhimento. Abraço-Te, a envolver o seio que cresce. Abraço a esperança que madura, livre do medo de conjugar o diferente, desenhando em oração o mapa do Teu Corpo.
Este é tempo de dar tempo ao Corpo que nasce. O grito, o desprezo, o gozo, a pancada, e a carícia, a ternura, o aconchego, que aconteceram ou acontecem ajudam a compreender o presente. É tempo para curar as memórias dolorosas e avivar as reparadoras como lugar de alento. E dando tempo ao Corpo habitado pelo Espírito, eleva-se a dignidade e vive-se a liberdade no caminho até à Tua Paz.
Mensagem da Conferência Episcopal Portuguesa para o Advento.
Oficina de Advento: A Arte como provocação. Convidámos quatro jesuíta para responderem, através da arte, à mensagem dos bispos para o Advento: “Deus vem e enche o nosso tempo de “Bom-Dia”!
Fotografia: Julia Joppien – Unsplash
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.
