Mensagem do Papa à família inaciana

Numa carta escrita pelo próprio Papa ao coordenador do Ano Inaciano, Francisco lembra que aproximar-se da experiência de Santo Inácio, depois da sua ferida, significa também aproximar-se de uma experiência de discernimento.

Numa carta escrita pelo próprio Papa ao coordenador do Ano Inaciano, Francisco lembra que aproximar-se da experiência de Santo Inácio, depois da sua ferida, significa também aproximar-se de uma experiência de discernimento.

O Papa Francisco dirigiu hoje umas palavras à comunidade inaciana reunida em Fátima para celebrar o Dia da Família Inaciana. Numa carta escrita pelo próprio Papa ao coordenador do Ano Inaciano, P. Miguel Pedro Melo, sj, o Santo Padre lembra a experiência pessoal de Santo Inácio e o legado que deixou a todos os crentes e que agora se mostra tão importante na caminhada sinodal que a Igreja percorre. A propósito dos 500 anos da conversão de Santo Inácio de Loiola e dos 400 da sua canonização, que hoje se assinalam, o Santo Padre escreveu:

Aproximar-se da experiência de Santo Inácio, depois de sua ferida, significa também aproximar-se de uma experiência de discernimento. Não se pode entender a restante vida de Inácio sem esta base experiencial. Ele recebeu a graça de poder conhecer e expressar o que acontece em um coração aberto à graça e, portanto, submetido à tentação.

As suas regras para melhor conhecer os espíritos que se movem em nós são diretrizes para o caminho. Elas não podem ser compreendidas e praticadas se não nos pusermos em caminho.

E não num caminho de passeio, um caminho hermético, ou um caminho no âmbito de si mesmo sem sair pela estrada (o que confirmaria andar num labirinto), nem turismo nem labirinto…, mas caminho em direção a alguém que me chama, um caminho que supõe deixar algo e olhar adiante, em direção a algo a que sou chamado e não vejo completamente – pois será definitivamente.

A orientação de que se está ou não no caminho certo é dada por consolações e desolações, que devem ser interpretadas.

O caminho, guardado pela oração, forja instrumentos no nosso coração, [a partir] daquilo que ali acontece; mas não para ficarmos aí, numa autoanálise complacente, mas para continuarmos a sair de nós mesmos, a caminhar segundo a vontade do Senhor que nos chamamos. E essa caminhada supõe um despojamento contínuo.”

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.