Não sair da crise iguais
O tempo exigente que agora nos cabe viver é feito de desafios, que nos convidam a não olhar para trás com saudosismo, mas a querer fazer desta crise uma oportunidade para “não sair iguais”, mas melhores.
O tempo exigente que agora nos cabe viver é feito de desafios, que nos convidam a não olhar para trás com saudosismo, mas a querer fazer desta crise uma oportunidade para “não sair iguais”, mas melhores.
Houve muitas coisas más mas vimos como o bem se manifestou, pronto a vencer, como comprova a ressurreição. Testemunhámos essa verdade em tantos sinais de vitória sobre o egoísmo, o mal e a morte.
É difícil ainda compreender a extensão da crise, mas a pobreza e a exclusão já são e vão continuar a ser realidades mais evidentes na nossa sociedade, realidades que exigem a coragem de todos para encarar de frente e agir em concordância.
Recuso que a ideia de vida e liberdade possa estar associada a uma forma de isenção total de risco. Recuso que a ideia segundo a qual uma profilaxia comprovada possa “falhar”, me impeça de ter um gesto quando, afinal, se calhar até já posso
Pedro Valente, diretor pedagógico do Colégio São João de Brito, explica ao Ponto SJ como tem corrido o ensino à distância, sublinhando que os tempos da escola não são os tempos de casa. E fala do regresso às aulas, já na segunda-feira.
Com a experiência quase física de que não controlo nada, e passado o primeiro choque, surgiu-me uma enorme sensação de liberdade. Saiu-me um peso de cima! A clarividência de que posso libertar-me de preocupações e medos.
Não aceitemos menos liberdade, não normalizemos o controlo e a vigilância. Os direitos e os valores democráticos, sobre os quais fomos construindo Estados progressivamente mais justos para todos, não devem ser postos em conflito.
A prioridade da Igreja não é defender o seu espaço na sociedade ou reivindicar os seus próprios direitos eventualmente descurados pelas autoridades civis, mas despoletar processos que promovam a “salus” (salvação, saúde) da pessoa humana.
Deus está aqui. Está neste silêncio a que nos obrigou. Nesta pausa que nos interpela. Nesta responsabilidade de estarmos à altura do que nos é pedido… mesmo quando não temos a força para inventar novas perguntas ou de ousar novas respostas.
Ao olhar para o mundo à nossa volta, para a desigualdade que o capitalismo mais liberal nos legou, percebemos que não é possível continuar no mesmo trilho. Perdemos a Comunidade sem ter sabido construir uma ideia solidária de Sociedade.