Que razões levam os hondurenhos a abandonar o seu país?
1 de 5
As Honduras atravessam neste momento uma enorme crise.
Alguns indicadores são claros:
-
- 60% população desempregada ou a receber abaixo do salário mínimo
- Meio milhão de pessoas excluídas do Sistema de Ensino (de acordo com o Instituto Nacional de Estatística das Honduras o País terá mais de 9 milhões de habitantes)
- A cada 16 horas uma mulher é assassinada
- Aumentam constantemente as taxas de homicídio e extorsão
- Perseguição continuada a defensores de direitos humanos e a grupos específicos como os LGTBI.
Fonte: Posicionamento da rede jesuíta de migrantes da América Latina e das Caraíbas.
Trata-se de uma caravana organizada, perigosa ou com fins políticos?
2 de 5
Os dados de organizações humanitárias levam a crer que se trata de um movimento espontâneo, ocorrido devido à enorme degradação social e política, à violência e ao autoritarismo do Estado. Entre os que caminham há muitas crianças e mulheres que procuram mais segurança e uma vida que possa assegurar alguma dignidade.
A 19 de outubro Donald Trump terá identificado esta caravana migrante como sendo de “bandidos e membros de gangs muito perigosos”.
Tem também havido acusações que esta massa humana está associada a fins partidários. A Rede jesuíta de migrantes da América Latina e das Caraíbas, desmente tal situação.
Estes movimentos são uma novidade naquela parte do globo?
3 de 5
Não. Em 2018, 7000 hondurenhos por mês têm abandonado o país.
A grande diferença é que, neste momento, houve uma enorme concentração de pessoas que se juntaram nesta caravana.
Calcula-se que sejam cerca de 10.000 hondurenhos, dos quais 5500 estão já perto das fronteira dos Estados Unidos da América.
Vídeo do Observador ajuda a compreender a sua situação.
A única imprecisão do vídeo pode ser pressupor este movimento como um movimento organizado, o que é desmentido pela Rede jesuíta de migrantes da América Latina e das Caraíbas. Aliás, foi justamente para fugir ao controle de contrabandistas que surgiu este movimento espontâneo.
Todos os anos entram no México cerca de 400.000 pessoas centro americanas. Mas o agravamento de condições de vida nas Honduras contribuiu para o êxodo continuado e massivo com que temos sido confrontados nas últimas semanas.
Que perigos enfrentam as pessoas que constituem a caravana migratória?
4 de 5
A pressão do governo americano tem levado países como a Guatemala e o México a militarizarem as rotas migratórias e a tomarem procedimentos que, em alguns casos, podem aproximar-se da criminalização da migração.
Há mesmo milícias civis armadas que se preparam para deter a caravana migrante.
Há apenas hondurenhos na caravana?
5 de 5
Dos cerca de 5500 migrantes que chegaram hoje à cidade do México, a grande maioria é hondurenha, cerca de 86%. Mas a estes fluxo juntam-se pessoas provenientes de outros países: Guatemala, Nicarágua, El Salvador, Panamá e Costa Rica.