

Caixa de perguntas Bíblia
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Ao longo de centenas de anos, o povo judeu e, depois, os cristãos foram escrevendo e recolhendo uma série de textos relacionados com a sua história e com a sua fé. Ao processo de recolha juntou-se também a escolha criteriosa, edição e (re)composição daqueles textos que se consideravam terem sido escritos sob a inspiração do Espírito Santo. Ou seja, podemos dizer que “Deus se serviu de homens na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e por eles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria” (Dei Verbum, n.º 11).
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Ao longo do tempo, a Igreja sofreu algumas divisões devidas, entre outras razões, a desentendimentos relativos a alguns pontos essenciais da fé. Um destes pontos essenciais refere-se à Sagrada Escritura, em particular, que livros devem ser considerados inspirados pelo Espírito Santo. Para os católicos, a Bíblia é composta por 73 livros (46 do Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento).
As maiores diferenças relativamente a outras igrejas referem-se a alguns livros (ou partes) do Antigo Testamento que não fazem parte das Escrituras do povo judeu (a Bíblia Hebraica). Assim, muitas igrejas que surgiram durante a Reforma têm na sua Bíblia menos livros do que a Bíblia da Igreja Católica. Por outro lado, a Bíblia usada nas Igrejas Ortodoxas mais representativas tem mais livros do que a católica.
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Os judeus observantes, para evitar qualquer forma de transgressão do mandamento “Não usarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” (Êxodo 20,7), não pronunciam o conjunto de consoantes “YHWH”, que constituem um nome de Deus, nem leem em voz alta qualquer forma vocalizada (Yahweh ou Jeová, por exemplo). Em vez disso substituem a palavra por termos diferentes, dos quais os mais comuns são Adonai (“meu Senhor”) ou HaShem (“o Nome”).
Muitas traduções da Bíblia cristã seguem esta tradição, usando o termo “Senhor” ao traduzir este nome de Deus. Em muitos casos, usam também a grafia com maiúsculas (SENHOR) para distinguir quando no texto hebraico se encontra YHWH ou de quando se trata de outras palavras que podem ser também traduzidas por “senhor”.
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Os escritos que surgiram e circulavam nas comunidades cristãs foram sendo selecionados, escolhendo-se e divulgando-se aqueles que foram considerados inspirados, porque ajudavam os cristãos a aprofundar e a fortalecer a sua fé.
Outros escritos que também circulavam na mesma altura foram sendo colocados de parte por não ajudarem a crescer na fé ou mesmo por poderem prejudicá-la, acabando por não vir a fazer parte do cânone das Escrituras. Estes escritos que não são considerados inspirados são chamados “apócrifos”.
Na Igreja Católica, o cânone só ficou oficialmente estabelecido no século XVI, embora se tenha mantido praticamente inalterado nos cerca de 1000 anos anteriores.
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A Igreja acredita que o Deus que se revelou plenamente em Jesus Cristo é o Criador do mundo e o Deus que se revelou ao longo de muitos séculos ao povo de Israel, cujas Escrituras são Palavra de Deus tal como o Novo Testamento.
Para a Igreja, o Novo Testamento, ou melhor, a pessoa de Jesus Cristo leva ao cumprimento o que no Antigo Testamento foi anunciado pelos profetas e esperado pelo povo da Primeira Aliança. O Antigo Testamento dá igualmente testemunho do caráter irrevogável dos dons e das promessas de Deus (Carta aos Romanos 11,29).
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A maioria das edições atuais do texto da Bíblia toma como ponto de referência as cópias mais antigas dos originais hebraico (Antigo Testamento) e grego (Novo Testamento) do mesmo. No caso do Antigo Testamento, o texto de referência é o Codex de Leningrado (séc. XI d.C.), embora existam manuscritos mais antigos (como os manuscritos do Mar Morto), que são igualmente consultados. O texto grego de referência do Novo Testamento é um texto “eclético”, isto é, um texto reconstruído a partir de vários manuscritos, entre os quais os importantíssimos Codex Vaticanus (séc. IV d.C.) e Codex Sinaiticus (séc. IV d.C.).
Ao escolher a edição da Bíblia, o mais importante é perceber se é uma tradução a partir dos originais ou uma “tradução de uma tradução”.
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A Bíblia não é um livro de ciência nem obedece, na enunciação, a critérios historiográficos modernos. Enquanto Palavra de Deus, o texto sagrado está, antes de mais, ao serviço da revelação das verdades que são essenciais para a nossa salvação, como recorda a Igreja na Constituição Dei Verbum (n.º 11).
Um tal horizonte é compatível com a afirmação de que certas conceções cosmológicas ou outras, bem como certas descrições dos acontecimentos, são fruto das circunstâncias humanas da sua composição e não devem ser tidas como absolutas ou inquestionáveis. Uma fé adulta sabe deixar à ciência e ao estudo da História a justa autonomia na investigação do universo físico e do curso dos acontecimentos.
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Na Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio Aperuit Illis (“Abriu-lhes”), pelo qual o Papa Francisco institui o Terceiro Domingo do Tempo Comum como o Domingo da Palavra de Deus, convida-se todos os fiéis a redescobrir “a riqueza inesgotável que provém daquele diálogo constante de Deus com o Seu povo”.
Ao escolher esta época do ano para a comemoração do Domingo da Palavra de Deus, o Papa manifesta também a vontade de que a celebração do dom da Bíblia seja uma ocasião para estreitar os laços com o povo judeu e para rezar pela unidade dos cristãos, colocando-nos à escuta das Escrituras que juntos veneramos.
Finalmente, o Papa pede às comunidades que encontrem iniciativas para assinalar este dia de festa e convida todos os fiéis a desenvolver um gosto pela leitura da Bíblia, a fim de crescer na familiaridade com as Sagradas Escrituras.
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