Observar e participar no MAGIS e neste começo das JMJ, tem sido como ver vivas as parábolas e as passagens do Evangelho que muitas vezes lemos a duas dimensões.
Agora, tudo é tangível e o simbolismo, que por vezes se enreda no racional, encarna na realidade de cada ajuntamento e de cada um, de forma contagiante, significante, afetiva e profundamente transformadora.
O bom samaritano (Lc 10, 29-35) está por toda a Lisboa, de t-shirt amarela, e, por incontrolável impulso de compaixão, acompanha, acolhe e cuida do seu próximo, porventura tão distante de si e da sua realidade quotidiana.
O filho pródigo (Lc 15, 11-32) também voltou a casa, lacrimejante e com pudor, dirigindo-se a um Papa que sem tibiezas apela às periferias para que se sintam centrais, e abre os braços da Igreja para acolher todos e para com todos fazer caminho, conjunto, porque ninguém pode ser excluído do Amor de Deus.
O filho pródigo (Lc 15, 11-32) também voltou a casa, lacrimejante e com pudor, dirigindo-se a um Papa que sem tibiezas apela às periferias para que se sintam centrais, e abre os braços da Igreja para acolher todos e para com todos fazer caminho, conjunto, porque ninguém pode ser excluído do Amor de Deus.
Os talentos (Lc 19,12-27) multiplicam-se por todo o lado, dando fruto na escala, escolha e liberdade de cada um. Ouvimos música por todo o lado, há conversas e partilhas de vida pela cidade, oração e celebrações eucarísticas em tonalidades e línguas de todo o mundo. Há quem escute, há quem limpe, há quem cuide, há quem anime, há quem organize e prepare, há quem reze – e não há medidas de grandeza, só de serviço e de entrega.
O fermento (Lc 13, 18-21) vê-se a atuar, ainda há uns dias eram umas dezenas de milhar, agora são centenas de milhar que por todo o lado fazem crescer a alegria, a fé e a esperança. Uma esperança entranhável, porque encarnada não numa possibilidade teórica ou utópica, mas no real que se vive no nosso país e na nossa cidade: uma experiência de fraternidade tão perfeita quanto a desejarmos criar.
Zaqueu (Lc 19, 1-9) está alcandorado nas janelas de Lisboa, olhando por detrás das cortinas, com curiosidade, talvez ainda sem saber do convite pessoal que vai receber e que o fará descer de onde está e deixar-se mergulhar no rio de Vida em que a sua rua se transforma e o poderá transformar a ele.
As notícias, como devem, dão-nos nota do trigo e do joio (Mateus 13.24-30), mas a tentação parece ser a de querer fixar-nos apenas no joio que, nos nossos dias, gera post e likes e permite alimentar polarizações. Mas, alheio a isso, o trigo cresce e invade as nossas cidades em números avassaladores, capaz de ser alimento para o mundo se a isso nos dispusermos.
As notícias, como devem, dão-nos nota do trigo e do joio (Mateus 13.24-30), mas a tentação parece ser a de querer fixar-nos apenas no joio que, nos nossos dias, gera post e likes e permite alimentar polarizações. Mas, alheio a isso, o trigo cresce e invade as nossas cidades em números avassaladores, capaz de ser alimento para o mundo se a isso nos dispusermos.
Uma amiga sábia dizia-me que todas estas parábolas também se realizam em todos os outros dias, a maioria das vezes, de forma subtil e oculta. Mas, talvez por isso, por vezes nos esqueçamos que não são conceptualizações, com sentido misterioso e apenas simbólico.
É que, afinal, a mensagem de Jesus é mesmo tão mais Humana e tão mais simples: encarnar o Amor e vivê-lo até ao fim.
Boas Jornadas, para todos.
* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.