Gambozinos a caminho

É essa a esperança da Ressurreição de Jesus, pois se a morte pode ser vencida, então cada um de nós pode ser sinal de luz na vida do outro, sem olhar ao que nos separa mas a um Cristo renascido que nos une à volta da sua mesa.

Desde a sua criação, em 1996, a grande missão pedagógica dos Gambozinos é criar pontes entre realidades sociais, económicas e afetivas muito distintas, no enquadramento da espiritualidade inaciana e da sua proposta de campos de férias, assentes nos pilares da Natureza, Amizade, Serviço e Deus.

A grande ideia sobre a qual animadores e animados caminham, entre atividades, eventos, minicampos, reuniões de animadores e, claro, campos de férias, é o encontro de valores, hábitos e opções diferentes, que gera um novo tipo de relação mais forte e capaz de transformar a vida de quem tem esta experiência.

Nas atividades, explicações e campos, cada animador tem a tarefa primária de fomentar este encontro, ajudando cada um dos participantes a fazer um percurso de conversão, que não seja isento de provações, erros ou até de confrontos. Tudo isto, para alcançar o momento em que cada Gambozino vê no outro uma parecença que o faz querer aproximar.

No entanto, encontrar a essência do outro, esse tal ponto onde todos nós podemos acolher e fortalecer, no meio de tanta diferença, pode ser difícil. É por isso que na Quaresma, o propósito desta Associação se torna ainda mais preponderante nos dias de hoje.

Neste tempo, a proposta de simplicidade e renúncia presente no trabalho dos Gambozinos leva a que cada um de nós possa encontrar em si mesmo aquilo que de mais real e profundo tem para oferecer ao próximo. Tudo isto porque sair da zona de conforto implica uma escolha, motivada pelo exemplo de Jesus na Cruz. Quero ficar parado à espera de ser salvo? Ou escolho amar o outro independentemente dos seus problemas e circunstâncias?

Este é o desafio Gambozínico, escolher amar sem condições, como Jesus fez no seu caminho até à Cruz. Entregar as fragilidades e renunciar aos preconceitos, porque não há quem não mereça ser amado e, assim, olhar para o que me afasta de alguém e, através da Amizade e do Serviço, colocar-me ao dispor de Deus para que o seu Reino se possa concretizar já aqui, neste mundo.

Este é o desafio Gambozínico, escolher amar sem condições, como Jesus fez no seu caminho até à Cruz. Entregar as fragilidades e renunciar aos preconceitos, porque não há quem não mereça ser amado e, assim, olhar para o que me afasta de alguém e, através da Amizade e do Serviço, colocar-me ao dispor de Deus para que o seu Reino se possa concretizar já aqui, neste mundo.

Por fim, os Gambozinos estão a caminho, neste tempo de Quaresma, com coragem e alegria, para acolher e servir um mundo mais justo, mesmo que não seja essa a tendência. É essa a esperança da Ressurreição de Jesus, pois se a morte pode ser vencida, então cada um de nós pode ser sinal de luz na vida do outro, sem olhar ao que nos separa mas a um Cristo renascido que nos une à volta da sua mesa.

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.