Novo Provincial dos Jesuítas pede “coração aberto a todos”

Tomou posse esta manhã, na Igreja do Colégio de São João de Brito, o novo Provincial dos Jesuítas. O P. Miguel Almeida pediu para si e para todos os jesuítas o dom de se abrirem aos outros e ao mundo.

A festa do Imaculado Coração de Maria, que a Igreja assinala hoje, foi escolhida propositadamente como o dia da tomada de posse do P. Miguel Almeida, sj como novo Provincial do jesuítas portugueses, que foi nomeado em janeiro pelo Superior Geral dos Jesuítas. Este sucede, agora, ao P. José Frazão Correia, sj que assumiu essa missão ao longo dos últimos seis anos.

A cerimónia da tomada de posse do novo responsável máximo dos jesuítas portugueses ocorreu logo no início da eucaristia que foi celebrada ao final da manhã na Igreja do Colégio São João de Brito, em Lisboa. O começo da missão deu-se com a leitura do documento da nomeação feita pelo Padre Geral, cabendo ao  sócio do provincial, P. António Santana, sj fazê-lo.

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P. António Santana leu o documento de nomeação, assinado pelo Geral dos Jesuítas, que deu posse ao novo Provincial.

 

Durante a homilia, o P. Miguel Almeida fez várias referências a Maria, referindo-a como a “mulher totalmente livre, por viver totalmente centrada em Jesus.” Partindo do Evangelho em que se relata a perda e o encontro menino Jesus, o novo Provincial afirmou também que, “quando perdemos Jesus, ficamos perdidos, perdemos o sentido da vida”. Nestas suas primeiras palavras à Companhia, sublinhou ainda o facto de Nossa Senhora “se afligir apenas com o que é afligível”, pedindo para ele e para os seus companheiros jesuítas essa mesma atitude reveladora da confiança em Deus.

Mencionando uma carta recebida do Geral da Companhia de Jesus, o P. Miguel Almeida fez eco do pedido do P. Arturo Sosa, sj pedindo que os jesuítas em Portugal se abram ao exterior: “Gostava que não estivéssemos sempre a falar para dentro, preocupados connosco, mas que fôssemos de coração magnânimo, aberto, a toda a gente.”

No final da eucaristia, o P. José Frazão Correia teve a oportunidade de agradecer o seu tempo enquanto Provincial, partilhando com os presentes um pouco do significado da sua experiência, começando por recordar as palavras dirigidas aos jesuítas portugueses numa das suas últimas cartas: “Há seis anos, procurei fazer-me indiferente e confiar antecipadamente ao Senhor tudo quanto haveria de sonhar e de viver, de discernir e de realizar. Agora que o caminho foi percorrido, com o desejo da mesma liberdade e desprendimento, ponho nas mesmas mãos do Senhor o que se fez e o que ficou por fazer, as realizações e as perdas, os encontros felizes e as incompreensões, o apreço e os lamentos, as consolações e o custo.” O ex-provincial explicou ainda que “a principal missão do Provincial é cuidar do corpo. Não cuidar do corpo diante do espelho, mas do corpo que é a Companhia e a sua missão: cuidar de cada membro e cuidar da alma e da missão deste corpo.” As suas palavras foram acolhidas com um caloroso aplauso por parte dos seus companheiros jesuítas e de todos os presentes, uma expressão do reconhecimento e gratidão do seu serviço.

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Antigo e novo provincial saudaram-se calorosamente.

Na eucaristia de hoje estiveram presentes alguns jesuítas de Lisboa e representantes de comunidades de outros locais do país, alguns familiares do P. Miguel e os colaboradores mais próximos da Companhia de Jesus. Um número de pessoas inferior ao que é habitual nestas circunstâncias devido ao contexto de pandemia que atravessamos.

Ao contrário do que tem acontecido em momentos anteriores, não houve também um momento de confraternização após a eucaristia, mas foi possível tirar uma fotografia de família com todos os jesuítas presentes.

Fotografias: Ricardo Perna