História

 

A associação Leigos para o Desenvolvimento nasceu formalmente em Lisboa a 11 de abril de 1986. Contudo a ideia começou no final da década de 70, em Coimbra, no meio universitário. Mas foi já em Lisboa, no CUPAV (Centro Universitário Pe. António Vieira), com o seu Diretor de então, o P. António Vaz Pinto sj, que nasceram os Leigos para o Desenvolvimento. Depois, durante mais de dois anos, foi a preparação, as incertezas, os avanços e recuos. Porque Angola e Moçambique estavam ainda em guerra, fizeram-se contactos com as Dioceses da Guiné Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

E foi para São Tomé e Príncipe, uma vez reunidas as condições, que partiram em 1988, a primeira comunidade de seis voluntários. Após uma breve passagem pela roça da Vista Alegre, os LD tiveram missão na Madre Deus, em Água Izé, em Neves e nos últimos anos em Porto Alegre e na Cidade de S. Tomé, mais concretamente no bairro da Boa Morte, onde se mantêm até a atualidade.

No seguimento de São Tomé e Príncipe, os LD foram trabalhar com refugiados para o Malawi, entre 1991 e 1994, a convite do Jesuit Refugee Service (JRS). Acabada a guerra civil em Moçambique, os LD chegaram às províncias do Niassa, a Lichinga, e de Tete, ao planalto da Angónia. Em 1994, na Angónia os LD instalaram-se e colaboraram na reabilitação da Missão de Lifidzi, onde permaneceram até 1999.

Seguiu-se Fonte Boa, onde permaneceram até 2006, ano em que faleceu em missão a voluntária Idalina Gomes, resultando no encerramento dessa missão. Novamente no Niassa, depois do encerramento da missão de Lichinga em 2010, os LD mantêm missão em Cuamba desde 1997. De forma descontinuada, existiu ainda uma missão LD na Beira em 2008/09.

Em 1992 dois missionários LD viajaram para uma primeira missão em Angola, Uíge, encerrada um ano depois devido à guerra civil. Só em 1996 os LD regressam a Angola, desta vez abrindo uma missão em Benguela que se encontra ativa até à atualidade, e tendo em 2003 regressado ao Uíge onde permaneceram até o ano 2014, com um período de interrupção em 2005 devido à epidemia do vírus marburg.

A história dos Leigos para o Desenvolvimento também se escreve em Timor Leste. A prolongada ocupação de Timor Leste pela Indonésia, agravada pelos violentos acontecimentos de 1999 aquando do referendo para a independência, deixa o país com graves carências a todos os níveis. A Companhia de Jesus solicitou então a presença dos LD no esforço de reconstrução do país, nomeadamente nas áreas da educação e da promoção social, passando a existir uma missão LD em Díli de 2000 a 2012.

No ano de 1993, três anos desde que o primeiro grupo de voluntários tinha deixado São Tomé e Príncipe, nasce em Portugal o Centro S. Pedro Claver. Este projeto surgiu do desejo de continuar a missão cá, tendo como objetivo facilitar a integração escolar, social e profissional dos estudantes vindos dos PALOP. O projeto durante os seus 26 anos de atividade apoiou cerca de quatro mil pessoas, tendo sido concluído em 2019.

Em 2018, decorridos mais de 30 anos de missões em África e Timor-Leste, os Leigos para o Desenvolvimento lançam a sua primeira missão de desenvolvimento em Portugal. Depois do convite dirigido pelo Provincial dos Jesuítas, a intervenção tem lugar nas freguesias da Caparica e do Pragal, no concelho de Almada.