Diz-se aqui que as grandes decisões são tomadas debaixo da árvore e, no dia 10 de maio, assim foi.
Às 8h30, já se viam os Leigos para o Desenvolvimento a chegar à árvore Chechere, onde se iria realizar a primeira reunião do Grupo Comunitário do Bairro Samora Machel.
Posicionadas as cadeiras, emprestadas pela Sede do Bairro e pela Igreja Católica, e o flipchart, feito pelo chefe da Associação dos Carpinteiros, as pessoas foram chegando.
Estiveram presentes 33 pessoas, das quais 9 mulheres, representando 17 entidades, entre atores estatais, associações e igrejas.
O primeiro tijolo é colocado com esperança; os seguintes, com esforço e união. Assim, iniciou a reunião: cada um dizia o seu nome e que entidade representava, punha o tijolo no centro da roda, e a construção ia-se fazendo.
Esta dinâmica demonstrou a importância do trabalho em conjunto no Grupo, em que cada um terá de fazer a sua parte e onde terá uma voz, em situação de paridade entre os membros.
De seguida, o Samuel, Leigo animador deste Grupo, explicou a definição de Grupo Comunitário, como um grupo de trabalho que dá voz à comunidade, através da sua participação e da parceria com as instituições e serviços que nela intervêm, sendo o objetivo comum o bem estar e bem viver da comunidade, neste caso, do Bairro Samora Machel, bairro periférico na cidade de Tete, Moçambique.
Alguns dos membros acrescentaram também sobre quem faz parte do Grupo e para que serve.
Isto levou a que os membros se entusiasmassem e começassem logo a falar um pouco sobre os problemas que sentiam nas suas zonas do bairro, etc. mas o objetivo da primeira reunião não era já esse. O mais importante era que os membros compreendessem o que é de facto um Grupo Comunitário e a sua organização.
A dinâmica do Grupo fez-se logo sentir no momento de tomada das primeiras decisões. Ficaram definidos a periodicidade mensal das reuniões, a data da reunião de junho, o local e o “plano das festas” das próximas reuniões.
Ficou também o sentimento de que há força e vontade de começar a falar dos problemas para poder dar-lhes uma resposta e fazer a diferença para um mundo mais igual.
Jornalista: Pilar, Leiga para o Desenvolvimento em Tete, Moçambique