Um Advento à minha medida

Um Advento à minha medida

Casa, metro, escola/trabalho, metro, presentes para a mãe, para o pai, para o primo e para aquele tio em terceiro grau que só vemos de ano a ano, metro, casa. REPEAT.

Tão fácil que é perder-me nesta loucura de vida. Tão fácil que é querer fazer tudo e estar em todo o lado e, no fim, não estar em lado nenhum. Nisto, é tão fácil esquecer o verdadeiro significado de Natal e, por isso, depois destes dois anos tão atribulados e tão cheios de inseguranças, quis viver este Advento de uma forma um bocadinho diferente daquilo que tem sido hábito. Mais do que passar por ele, quis vivê-lo. Quis abrandar a minha vida e principalmente o meu coração. Quis “limpar a casa” para receber Jesus, mas quis fazê-lo à minha maneira. E, embora sejamos inundados de propostas de como fazer este percurso até ao Natal, quis ser eu a autora do meu próprio percurso, simples, humilde e ativo, mas acima de tudo, verdadeiro.

Neste Advento propus-me a ser como Maria. A confiar sem fazer perguntas e a levantar-me sem medo de me fazer ao caminho. Ter sempre presente que mais vale uma “casa” simples e humilde, mas cheia de alegria e generosidade, do que um “casarão” frio e vazio.

Neste Advento propus-me a ser como José. A ser instrumento de Deus e ter um olhar atento. Saber observar, ouvir e abraçar, sem que seja preciso dizer nada. Esquecer aquilo que quero e estar ao serviço daqueles que mais precisam.

Neste Advento propus-me a amar. A amar sem medida e de olhos fechados. A deixar os juízos, preconceitos e vaidades da sociedade de parte e ter o coração aberto a todos.

Neste Advento permiti-me errar. Permiti-me não ser como Maria, não ser como José e não amar sem medidas. Permiti-me ser humana e não ficar frustrada a ponto de desistir da minha proposta porque falhei. Ser consciente das minhas limitações não significa que tenho menos fé, pelo contrário, é motor de superação e de querer ser sempre mais como Maria, mais como José e a amar sempre mais.

E, quando a noite de Natal chegar, quero estar pronta para receber Jesus no meu coração e deixar que Ele faça maravilhas. Quero sentir-me preparada para Lhe abrir as portas de minha casa sem medo e entregar-Lhe a minha vida.

A ti, Gambozino, desafio-te a seres sempre mais como Maria, mais como José e a amar sempre mais à boa maneira gambozínica. Confia, porque há uma Luz que nunca se apaga!

Votos de um Feliz e Santo Natal Gambozinos!!

Rezo por todos vocês!

Carolina Sequeira Cabral

Sonhar fora da caixa 

Sonhar fora da caixa 

[LUZES; CÂMARA; (guião, atores, cenários, banda sonora, palcos, logísticas,…) AÇÃO!!! ]

Neste espetáculo que está prestes a acontecer, à semelhança de um campo de férias, os animadores assumem diferentes papéis, sendo que nem todos são de personagens. Carla foi uma das animadas que em 2020 não pôde fazer campo, e, nessa desilusão, por acidente embarca numa viagem emocionante e improvável, que não deixará ninguém indiferente.

Apesar do impacto que a pandemia teve em nós, os Gambozinos, pelos seus 25 anos, decidiram desafiar-se, uma vez mais, a sonhar alto, convidando todos a saírem de suas casas para um momento de celebração da Associação.

A Mega Produção apresenta-nos o desafio que é fazer e ser parte de algo, e a beleza de sermos bem sucedidos nisso. Lembrando-nos que nos GBZ há um lugar para cada um, e que não é preciso pretendermos ser aquilo que não somos, para encaixar; libertando-nos de máscaras e adereços que nos pesam, e aprendendo a confiar que aquilo que falta a cada um poderá ser dado por outro que está a nosso lado, tornamo-nos capazes de, com liberdade, aprendermos a ser quem somos.

Se lhe chamamos Mega não é pela quantidade de dinheiro investido nem de materiais que possuímos, ou, por outro lado, porque pretendemos competir com tantas outras bonitas obras e peças que por aí podemos ver; mas sim, por ser produto da generosidade de cada um, que quando deposta em comum se torna algo muito maior que todos nós. Se é Mega, é pelo que cada um dispõe de si para os Gambozinos, que acaba por edificar a nossa identidade, como pessoas e como movimento, capazes de fazer coisas verdadeiramente grandes, únicas e bonitas.

Fica o convite para cada um vir ver por si, e tirar as suas conclusões. A equipa composta por atores, guionistas, encenadores, músicos, artistas e mão de obra, passará por Lisboa e pelo Norte, para que ninguém fique de fora.

Saudações Gambozínicas, E que se partam muitas pernas! … para não usar a outra expressão

Lourenço Sarávia

Assembleia: Pensar o sonho partilhado 

Assembleia: Pensar o sonho partilhado 

Lembro-me bem da primeira vez que fui à Assembleia dos Gambozinos: nem sabia bem o que era uma Assembleia! Mas como ia ser animadora pela primeira vez, lá fui eu. E… fiquei maravilhada com a magnitude do sonho dos Gambozinos: o que eu conhecia (principalmente os campos de férias) representava apenas uma pequena parte do que era este sonho partilhado por tanta gente.

Foi lá que descobri que não só havia muitas atividades e um acompanhamento comprometido noutros núcleos (em Braga/Porto por exemplo, e eu alfacinha apenas conhecia a capital), como também todo um corpo logístico dividido em vários pelouros para concretizar este sonho. Um corpo de pessoas apaixonadas por um ideal de mundo e de humanidade e que tira valentes lições de humildade e de espírito de comunidade ao pôr mãos à obra antes e depois da Assembleia, para fazer cumprir os objetivos propostos, discutidos e aprovados pela maioria. E com uma dimensão nacional que chega às crianças de Lisboa, do Porto, de Braga, de Santarém, dos Açores, até a portugueses além-fronteiras…

Um corpo de pessoas, muitas caras novas no início, que se tornam amigas e com quem vou aprendendo o que é a santidade na Terra.

Mais do que o detalhe orçamental e o valor “útil” ou monetário de cada atividade, na Assembleia dos Gambozinos, impressionou-me o quão longe conseguimos chegar com os recursos humanos que temos. Concluí no fim: os trabalhadores, ou os animadores “no activo” são poucos, mas a seara é grande, a ajuda de pais/benfeitores é muita, e o sonho é enorme. Poucos mas bons, e motivados por este sonho de um Céu na Terra, de ser Gambozino.

Esta Assembleia anual (a próxima é já no dia 13 de novembro!) é para ti que és sócio, e para todos os que querem fazer parte deste sonho. É para os que não sabem muito bem o que é uma Assembleia, mas vêm para se envolverem. É para os que gostam de discussões acesas sobre “os temas controversos dos campos”. É para os antigos animadores, alguns agora pais de pequenos gambozinos, que vêm relembrar como resolveram problemas semelhantes, de onde crescemos e o que poderemos aprender com outras instituições ou até empresas em situações semelhantes. É para os que gostam de reencontrar as amizades que fizeram ao longo dos Gambozinos, entre animados e animadores. É para os que gostam de sonhar em conjunto, e da forma mais democrática que encontramos.

Esta Assembleia é para ti que queres fazer parte deste grande sonho!

Maria Ravara

Dizem que somos loucos de la cabeça!

Dizem que somos loucos de la cabeça!

Ohhhhh Gambozinos! Ohhhhh Gambozinos!!
Dizem que somos loucos de la cabeça, mas os Gambozinos é que interessa!

Para quem não sabe esta música é um clássico de qualquer campo/atividade de Gambozinos! Canta-se no final do survivor, canta-se no meio da caminhada, no final do campo já a caminho do autocarro, ou simplesmente no final de um jantar em que a comida estava tão boa que é preciso partilhar a emoção!

Depois de um Verão como este, nunca me fez tanto sentido esta letra. Temos mesmo de ser “loucos” para, no meio de tudo o que se está a passar, arriscarmos, e fazermos campos de férias.
E essa loucura é transversal e transmite-se a qualquer Gambozino!
Começando pela direção nacional, esses grandes “loucos” que desde o início se comprometeram a fazer o melhor possível, no meio da incerteza e de muito trabalho, mas sempre acreditando que por esses 10 dias tudo vale a pena!
Depois, temos os “loucos” dos animadores, sempre tão disponíveis para dizer sim, para continuarem a ser construtores de pontes, mesmo com máscaras e desinfetantes pelo meio.
E também os nossos Gambozinos e as suas famílias têm esta loucura em si! A confiança para decidir ir, dar-se a conhecer, e crescer.
Portanto somos mesmo “loucos” da cabeça, não há outra explicação! Mas que loucura tão boa! Porque agora que o Verão já passou, que as tendas foram arrumadas, temos tanto de bom a agradecer! Tantos aplausos e canções no início enferrujados, mas no final já cantados bem alto, tantas amizades relembradas ou formadas de novo, e tantos momentos de simplicidade, longe de écrans a que já estávamos demasiado habituados.

Na segunda parte da música está a chave, que nunca pode deixar de ser cantada, se não a primeira parte deixa de fazer sentido. Somos todos loucos pelo amor que temos aos Gambozinos, pelo compromisso e pela esperança que temos nesta associação e pelo bem que sabemos vir de um campo de férias.

E tal como canta Matias Damásio, no seu hit musical, e escreve São Paulo na sua primeira carta aos Coríntios, é muito bom ser “louco” por amor, porque assim estamos a imitar Jesus, o Grande Gambozino.

Que venha mais um ano de loucura e compromisso!

Sofia Bandeira Costa

Ser direcção de um campo de Gambozinos é aprender a amar, a estar e a confiar

Ser direcção de um campo de Gambozinos é aprender a amar, a estar e a confiar

Sempre que rezo sobre o que é uma figura de direcção, lembro-me de uma frase partilhada numa oração de discernimento da direcção nacional para decisão do futuro coordenador dos Gambozinos: “Jesus era o melhor director, porque coodenava corações e não pessoas”. E, apesar de ter aprendido e vivido isto nos Gambozinos, tento levar esta aprendizagem e missão tão exigente (e onde caio tantas vezes) para todas as dimensões da minha vida: enquanto gambozina, animadora, filha, tia, amiga, neta, irmã, estudante, namorada, futura arquitecta, etc…

E por isso, para mim, estar na direcção de um campo de Gambozinos é, acima de tudo, um convite e um desafio de Jesus para amar. Amar cada um dos corações que vive estes dez dias comigo: dos 16 animadores com quem partilho esta missão e dos 42 gambozinos que alegremente aceitaram este convite de Jesus. Amar os corações mais explosivos, os mais tímidos, os mais extrovertidos, os mais pacíficos, os que têm mais sede de amor, os mais difíceis, os mais impacientes,… Amar os seus talentos, mas também as suas fraquezas e fragilidades.

No meu último campo como mamã, aprendi com o meu querido director que a direcção não age directamente no campo. Deve sim amar e cuidar, em primeiro lugar, dos animadores permitindo que cada um deles faça maravilhas e milagres em cada um dos seus cargos (na cozinha, em cada equipa ou nos mil “to do’s” dos livres”) e, consequentemente, em cada um dos gambozinos.

 

A direcção tem também de estar inteiramente presente em campo. Deve viver o campo para conseguir ter um olhar de Deus sobre ele e conseguir ir moldando, adaptando, rezando e avaliando aquilo que é melhor para o grupo específico de gambozinos que temos à nossa frente, podendo implicar uma volta de 180º ao plano montando e sonhado com todos os animadores, porque só percebemos o que é que o campo realmente precisa quando conhecermos os gambozinos que lhe vão dar vida!

 

Tive a sorte de já ter sido convidada três vezes para mamã de campos de Gambozinos. E, apesar do medo, das inseguranças e incertezas, sempre que aceitei este convite recebi esta graça muito grande da confiança. “Confia, confia, confia!”

Confiar que sou apenas instrumento de Deus. Confiar esta missão nas Suas mãos. Confiar que se lançar as redes quando Jesus pede, mesmo quando é imprudente, mesmo quando não faz sentido, mesmo quando estou cansada, mesmo quando a vida não está direitinha, mesmo quando custa, vou sempre receber frutos em abundância. E, acima de tudo, confiar que se cair, que se correr mal, vou ser sempre amparada, abraçada e consolada por Ele.

E, por isso, ser membro da direcção de um campo é, finalmente, aprender a confiar que o campo não é meu, não é nosso, mas de Deus. E que se Lho entregar verdadeira e cegamente, a alegria de ser Gambozino vai se espalhar pelo mundo inteiro!

Teresinha Castel-Branco

Viver a Agradecer nas Andorinhas

Viver a Agradecer nas Andorinhas

Nos dias 3 e 4 de julho, 10 animadores do núcleo Norte estiveram de volta ao bairro das Andorinhas – em Braga – para mais um Viver a Agradecer. Desta vez, também eu tive a alegria de me poder juntar a eles.
Depois de mais um ano atípico, as idas às Andorinhas nem sempre foram possíveis. No entanto, apesar do que se podia temer, a presença dos Gambozinos resistiu a todo e qualquer vírus.
Há mesmo muito a agradecer, tanto a vida de cada um deste gambozinos como os momentos incríveis que fluíram no decorrer deste fim de semana. Houve lugar para tudo e todos ao longo destes dias: se num momento se dança o vira do Minho, no a seguir canta-se e dança-se o som de Nininho Vaz Maia; se num momento somos grandes jogadores de futebol, no a seguir somos talentosos titik-tokers; se num momento organizamos uma cinema ao ar livre, no outro proporcionam-nos um espetáculo de cabeçudos; se num momento brincamos e rimos como “loucos de la cabeça” que somos, no a seguir pomos a conversa em dia e aprofundam-se amizades.
Assim, Deus quer, os Gambozinos sonham, e os frutos estão à vista!
É através de oportunidades de encontro como estas que se criam “pontes” a partir das quais podemos conhecer (e até poder ser) verdadeiros instrumentos nas mãos daquele que, além de Espírito Santo e Filho, é também Pai, pelo que por Ele nos podemos afirmar verdadeiramente irmãos.
Perceber o impacto que são os Gambozinos na vida de tantos ao longo de já várias gerações é belo! Quando cheguei a casa, domingo à noite, reconheci um sentimento de pertença a algo muito maior do que eu, maior do que qualquer associação. De facto, as Andorinhas são uma grande família. E os Gambozinos? Esses, no caso daqueles que não vivem lá são sempre recebidos em dia de festa.

Lisete Miranda