Faleceu o P. Estêvão Jardim

O sacerdote jesuíta tinha 91 anos de idade, 73 anos de Companhia e ia celebrar em breve 60 anos de ordenação sacerdotal. O funeral terá lugar amanhã, sábado, às 11h, na Capela de S. Barnabé, em Braga.

Faleceu esta noite em Braga, na Comunidade da Faculdade de Filosofia e do Secretariado Nacional do Apostolado da Oração, o P. Estêvão Jardim. O sacerdote jesuíta tinha 91 anos de idade, 73 anos de Companhia e ia celebrar em breve 60 anos de ordenação sacerdotal.

O funeral terá lugar amanhã, sábado, às 11h, na Capela de S. Barnabé, em Braga.

O P. Estêvão nasceu na freguesia de Prazeres, no concelho da Calheta, Funchal (Ilha da Madeira), no dia 26 de dezembro de 1932. Fez os estudos secundários na Escola Apostólica de Macieira de Cambra entre 1945 e 1950. Entrou no noviciado da Companhia de Jesus no dia 8 de setembro de 1950, no Convento de Santa Marinha da Costa, em Guimarães, mas terminou-o na Casa da Torre, em Soutelo. Depois dos estudos de Humanidades (1952 – 1955) foi para a Pontifícia Faculdade de Filosofia de Braga, onde se licenciou em filosofia, em 1958.

Fez a etapa do magistério na Missão da Zambézia (Moçambique): esteve na missão da Fonte Boa, onde estudou Chinyanja e se iniciou na vida missionária; em Boroma, como professor da escola de formação de professores e em Lifidzi como prefeito dos alunos, aproveitando todas as oportunidades para visitar as escolas. Em 1961 foi para San Cugat del Vallés, Barcelona, estudar teologia. Foi ordenado sacerdote no dia 25 de julho de 1964, na Covilhã.

Depois da terceira provação, feita em Salamanca (1965 – 1966), regressou a Moçambique. Fez os últimos votos no dia 2 de fevereiro de 1968, em Lifidzi. Dedicou-se de alma e coração à atividade missionária na missão de Lifidzi, atendendo especialmente as estações missionárias do Dómue, de Caliu e da Mpenha. Em 1975 foi para a Diocese de Lichinga e assistia a missão de Metangula.

Em 1976 foi nomeado pároco da Sé de Lichinga. Vivia-se, por este tempo, a instabilidade de uma situação política, pós independência de Moçambique, desfavorável à atividade religiosa. Em 1978 foi preso e três dias depois levado para a cadeia de Lourenço Marques. Foi expulso de Moçambique, e saiu para Portugal, via Roma, no dia 17 de julho de 1978. Ficou cerca de dois anos em Portugal, na Casa da Torre, em Soutelo, e foi ministro e superior interino.

Em 1981 partiu para Angola. Esteve em Luanda, no Puri (Uíge) e na cidade de Uíge. Aqui viveu no Paço Episcopal sendo bispo D. Francisco da Mata Mourisca e assumiu a direção da Escola Diocesana de Catequese, foi diretor espiritual do seminário e ecónomo da diocese, para além da sua disponibilidade para outros ministérios apostólicos. Em 1994 voltou para Luanda e colaborava na paróquia, orientava Exercícios Espirituais e assistia o Movimento Eucarístico Juvenil.

Em 2010 regressou definitivamente a Portugal e esteve em Portimão (Paróquia de Nª Sª do Amparo), como vigário paroquial e em Lisboa, na residência da Brotéria, e colaborava na capelania da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e na Paróquia de S. Francisco de Paula. Em 2018 foi para a Comunidade da Faculdade de Filosofia de Braga com a missão de rezar pela Igreja, pela Companhia e pelo mundo.

O P. Estêvão era um religioso cheio de zelo apostólico. Manifestava um humor muito particular, falando muitas vezes em parábolas e utilizando expressões da cultura africana. Depois de uma longa vida, 91 anos e meio, ao serviço do Reino, no dia 12 de julho de 2024,o Senhor chamou-o a si.