Moçambique: reconstrução começa agora

Jesuítas apanhados pelo ciclone já estão em segurança. Começa agora trabalho de reconstrução. Fundação Gonçalo da Silveira (FGS), FEC e ONG VIDA estão a preparar um programa de intervenção pós-emergência com a duração de cinco anos.

Jesuítas apanhados pelo ciclone já estão em segurança. Começa agora trabalho de reconstrução. Fundação Gonçalo da Silveira (FGS), FEC e ONG VIDA estão a preparar um programa de intervenção pós-emergência com a duração de cinco anos.

A pouco e pouco começam a chegar notícias da Beira e a confirmação de que todos os jesuítas desta região se encontram bem. À medida que o nível das águas vai descendo e as ligações vão sendo restabelecidas, as comunicações também se tornam possíveis. Hoje chegou a notícia de que o P. Virgílio Costa, que tinha sido apanhado pelo ciclone Idai na quinta-feira, já conseguiu regressar a casa, em Lusaka, na Zâmbia. O jesuíta português tinha sido apanhado pelo ciclone na quinta-feira à noite, dia 14, na cidade da Beira, onde se encontrava para renovar o seu passaporte. Nesta cidade moçambicana, que ficou totalmente destruída com a passagem do ciclone, estavam também dois noviços, que faziam a sua “prova de hospital”, uma etapa que integra a formação dos jesuítas, e sabe-se agora que Pedro e o Richard também estão em segurança.

Num email enviado à Província, o P. Virgílio descreve o que se passou na noite de quinta-feira: “sofremos um ciclone que destruiu o telhado da casa da Manga e da igreja de Matacuane, partiu muitas janelas e derrubou muitas árvores. A chuva inundou a nossa casa. Ficamos sem luz, água, ou qualquer tipo de comunicação durante uns três dias.”

Os outros três membros da comunidade do noviciado à qual pertence o P. Virgílio, que está instalada em Lusaka, na Zâmbia e integra a província jesuíta Zimbabue-Moçambique, estavam também em viagem e tinham ido a Satémwa (norte Moçambique) para um encontro com o provincial. O padre Pedro e os dois escolásticos regressaram no domingo, depois de viagem cheia de dificuldades. “Tinham-se metido ao caminho sem saber o que os esperava. Tiveram que seguir a pé, caminhando com água pela cintura, durante parte do caminho já que a estrada para a Beira está cortada em vários pontos, João Segredo, Lamego e Muda. ”

A distribuição de água recomeçou no sábado, graças a um gerador enorme que chegou de Maputo num avião de carga português e que começou a bombar água no sistema de distribuição.

Fundação Gonçalo da Silveira (FGS) está a preparar reconstrução a longo prazo

A FGS – Fundação Gonçalo da Silveira (da Companhia de Jesus), a FEC – Fundação Fé e Cooperação e a ONG VIDA estão a preparar um programa de intervenção pós-emergência com a duração de cinco anos, em estreita articulação com a Cooperação Portuguesa, que pretende trazer normalidade às crianças e famílias da província de Sofala.

As três organizações portuguesas irão contribuir para a reconstrução das mais de 600 salas de aula que ficaram destruídas e garantir o regresso à escola de 14.000 crianças. Neste momento, estima-se que 48% dos afetados são crianças que ficaram sem acesso a estruturas escolares, seja porque as suas escolas foram destruídas, ou porque estão a servir como centros de abrigo e acolhimento.

Numa fase posterior à intervenção de emergência e socorro, as três organizações portuguesas irão contribuir para a reconstrução das mais de 600 salas de aula que ficaram destruídas e garantir o regresso à escola de 14.000 crianças. Neste momento, estima-se que 48% dos afetados são crianças que ficaram sem acesso a estruturas escolares, seja porque as suas escolas foram destruídas, ou porque estão a servir como centros de abrigo e acolhimento.

O apoio à recuperação da região, completamente devastada pelo vento e pelas chuvas, terá uma primeira fase, com a duração de seis meses, para apoiar a reconstrução de espaços de acolhimento de crianças e das suas famílias, nos distritos da Beira e Búzi. O apoio à região afetada passará pela reconstrução de estruturas básicas de educação, implementação de estruturas temporárias de ensino (tendas provisórias) e distribuição de kits escolares.

Simultaneamente, será realizado um levantamento no terreno para identificar as necessidades de infraestruturas escolares e de saúde e, posteriormente, apresentar a resposta pós-emergência integrada para os próximos cinco anos, que permita um regresso das crianças e das suas famílias à normalidade.

Este levantamento será assegurado pela FEC, pela FGS e pelo VIDA, através da sua presença no local e em articulação com os parceiros e autoridades da região.

A reconstrução das escolas e outras infraestruturas poderá ser apoiada através da conta de emergência “Ajuda a Moçambique”, criada pela Fundação Gonçalo da Silveira:

Conta: FGS Emergência Moçambique 2019
Nº de conta: 000 10 591814-8
IBAN: PT50 0036 0000 9910 5918 1487 7

Antiga casa do noviciado
Antiga casa do noviciado
Edifício da paróquia
Edifício da paróquia

* Os jesuítas em Portugal assumem a gestão editorial do Ponto SJ, mas os textos de opinião vinculam apenas os seus autores.