Ao longo de dois anos, os jesuítas e os seus colaboradores envolveram-se num processo de discernimento com o objetivo de definir as preferências apostólicas da Companhia de Jesus para os próximos dez anos. Esse processo iniciou-se com o pedido feito ao P. Geral Arturo Sosa pelos delegados da Congregação Geral 36 da Companhia de Jesus, que teve lugar em 2016, para que fossem revistas as preferências estabelecidas em 2003. Depois disso, foi feita uma reflexão que partiu de cada comunidade, obra e sector da Companhia de Jesus nas diferentes províncias. Estes contributos foram chegando a Roma onde, juntamente com o seu Conselho, o P. Geral procurou interpretar o sentir comum definindo as preferências que acaba de anunciar.
Antes deste anúncio, as quatro preferências foram entregues ao Papa Francisco que as rezou, confirmou e devolveu ao P. Geral como missão que o Papa confia à Companhia de Jesus. De acordo com o Papa Francisco, as preferências agora definidas “estão em sintonia com as prioridades apostólicas da Igreja” e resultam de “um discernimento dinâmico”.
Quais são as novas preferências apostólicas?
1. Apontar o caminho para Deus mediante os Exercícios Espirituais e o discernimento
De acordo com a Carta do P. Geral enviada hoje a todos os jesuítas e seus colaboradores, esta preferência implica o compromisso dos jesuítas a viverem mais a fundo os Exercícios Espirituais e a sua vida de oração. O P. Arturo Sosa reconhece também: “Sentimos que a sociedade secular de hoje desafia profundamente a Igreja na sua missão de proclamar o Evangelho. Como crentes, precisamos urgentemente superar tanto o secularismo como a nostalgia por expressões culturais do passado. Pretendemos colaborar com a Igreja para viver a sociedade secular como um sinal dos tempos que oferece a oportunidade de ter uma presença renovada no seio da história humana.”
O Geral dos jesuítas reconhece que os Exercícios Espirituais são um meio privilegiado para revelar a presença de Jesus na diversidade de contextos sociais que caracterizam o nosso mundo.
2. Caminhar juntamente com os pobres, com os que são descartados pelo mundo e estão feridos na sua dignidade, numa missão de reconciliação e justiça.
“A condição necessária para sermos companheiros de caminho, seguindo o estilo de Jesus, é partir da proximidade com os pobres para anunciar o Evangelho da esperança aos inumeráveis pobres que habitam o mundo de hoje.” (P. Arturo Sosa)
Aproximar-se dos pobres significa ir às periferias, assumindo um estilo de vida e trabalho que torne credível a ação da Companhia de Jesus, nesses meios em que deve comprometer-se pela defesa dos direitos humanos. Os jesuítas comprometem-se a identificar quem são os mais vulneráveis em todas as regiões em que vivem.
3. Acompanhar os jovens na construção de um futuro de esperança
“A juventude é a etapa da vida humana em que cada pessoa toma as decisões fundamentais através dos quais se insere na sociedade, procurando dar sentido à sua existência e realizar os seus sonhos. Acompanhar esse processo, a partir da experiência de discernimento, partilhando a boa nova de Jesus Cristo é uma oportunidade para mostrar o caminho de Deus que passa pela solidariedade com os seres humanos e pela construção de um mundo justo.” (P. Arturo Sosa, sj)
4. Colaborar no cuidado da casa comum
Recordando a encíclica Encíclica Laudato Si, a carta em que o Geral dos Jesuítas anuncia as novas preferências apostólicas assume finalmente o compromisso dos jesuítas em “colaborar com outros na construção de modelos alternativos de vida baseados no respeito pela criação e num desenvolvimento sustentável capaz de produzir bens que, justamente distribuídos, assegurem uma vida digna a todos os seres humanos.”
Toda a informação sobre as novas preferências apostólicas da Companhia de Jesus pode ser encontrada neste site (em espanhol).