Apesar da derrota sofrida no parlamento, o Bloco de Esquerda volta a propor a legalização da eutanásia em Portugal. Não é original, nem inocente, esta tentativa de escamotear, através da linguagem, a verdadeira realidade da eutanásia.
Em duas recentes decisões, os tribunais foram chamados a avaliar a existência de um “direito a não sofrer”. Ao negar a petição, os juízes põem o dedo numa ferida aberta: qual o lugar do sofrimento no nosso espaço cultural?
“O grande problema da nossa sociedade é que parecemos ter perdido o sentido de cuidar uns dos outros” – afirma Tom Mortier, cidadão belga, cujo caso foi aceite pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
O Ponto SJ recebeu um texto do P. Vasco Pinto de Magalhães, sj como reação ao texto de Isabel Allegro de Magalhães sobre a despenalização da eutanásia, aqui publicado no dia 16 de Agosto. Aqui fica esse texto.
Como cristã contemplo um Horizonte transcendente à existência. Faço minhas as palavras de uma oração hindu, ao pedir que cada pessoa possa levar a sua vida até ao fim. Mas, tudo tomado em conta, sou a favor da despenalização da eutanásia.
O Presidente da República vetou ontem a lei da eutanásia. Os Jesuítas em Portugal, que se pronunciaram sobre este tema em debate em 2018, recuperam agora a posição assumida na altura em que os projetos de lei foram aprovado
Publicamos na íntegra a declaração sobre a eutanásia do Grupo de Trabalho Inter-religioso Religiões-Saúde, assinada esta tarde na Academia de Ciências de Lisboa por representantes de oito comunidades religiosas.
Neste vídeo, o jesuíta esclarece questões essenciais sobre o tema que o Parlamento debaterá dia 29. “Todos nós somos um bocadinho vida uns dos outros”, diz, considerando que dizer ‘a vida é minha, faço dela o que quero’ é um ato de egoísmo.
Quando nos debruçamos sobre os contornos deste caso, vemos como nele não existe espaço para respostas fáceis e simplistas. As abordagens e perspetivas são múltiplas, em ambos os lados encontramos argumentos válidos.
Seria importante que nos preocupássemos com a questão mais simples de todas: “O que levará alguém a sentir um sofrimento tão profundo e transversal que justifique preferir a morte à vida?”