Mensagem do P. Gonçalo Castro Fonseca missionário na Síria

O P. Gonçalo vive na Síria há um ano, onde trabalha no Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS). Através de duas palavras árabes, expressa como nos sente e quer continuar a sentir presentes na sua missão.

Ainda que eu falasse as línguas

P. Gonçalo Castro Fonseca, sj na Síria em maio de 2018

Queridos Amigos

Como sabem, uma das minhas batalhas diárias é a língua árabe. Não sei se por simpatia ou se é verdade, por aqui vão elogiando os meus progressos. Sinto que sim, vou progredindo mas longe do que pelo menos eu gostaria de estar.

A vantagem na minha dificuldade com o árabe é o facto de ir dando cada vez mais importância à linguagem da amizade e à sintonia no “amar e servir”.

A celebração do Pentecostes renovou em mim a imagem dos discípulos que ficaram “cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o espírito santo lhes concedia que falassem” (Act. 2, 4). O tempo do Ramadão para os muçulmanos, que começou agora, recorda também que um dos pilares fundamentais do islamismo é a caridade.

Pela amizade e pelo “em tudo amar e servir” tenho aprendido novos vocabulários na preciosa linguagem da caridade. Se calhar também tenho trazido novas palavras. Mas sobretudo … tenho confirmado que o amor – assim como  o silêncio – fala mais do que palavras.

Que essa linguagem nos enriqueça em tudo nas nossas vidas.
Com amizade,

Texto originalmente publicado no blog do P. Gonçalo

Edição de vídeo e foto de destaque: Ricardo Perna